𝘈 𝘤𝘩𝘦𝘨𝘢𝘥𝘢, 𝘯ã𝘰 𝘵ã𝘰 𝘣𝘰𝘢

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Eu tinha acabado de acordar, depois de ter descobrido o meu câncer três dias atrás. Hoje eu 'vou ser internada em Barretos, no hospital de amor, um hospital para pessoas que possuem câncer, eu 'tô muito nervosa e com medo, mas uma das maiores qualidades (ou defeitos...), que eu tenho é conseguir esconder tudo que eu estou sentindo.

Após acordar e tomar seu banho matinal de todos os dias, eu fui se trocar e depois disso eu desci direto pra cozinha, para avisar ao seu pai que ele já poderia me levar para o hospital.

-- Pai, vamos? -- Eu pergunto sem nenhum ânimo estampado no meu rosto.

-- Você não vai comer nada, filhota? -- Marcelo pergunta ao observar o quão pálida a garota estava.

-- Não é surpresa 'pra ninguém que eu não sinto fome.

-- Come alguma fruta pelo menos, 'pra não passar mal durante o dia.

-- Mal eu já passo todo o dia -- Eu falo, sem nenhum pingo de paciência pra insistência matinal do seu pai.

-- Come logo, Marcela, eu não quero te ver passando mal.

-- Caraca pai, tá bom --Eu falo enquanto pega uma maçã, sendo convencida por pura pressão do seu pai.

-- Agora vamos! -- Diz Marcelo com um sorriso de ponta a ponta no rosto, depois de ver sua filha comendo.

-- Até que enfim -- Eu falo enquanto entro no carro do meu pai, já que eu não consegui tirar a carteira.

-- Você 'tá nervosa?

-- Não, tá 'de boa -- Eu falo enquanto tento esconder minhas mãos extremamente trêmulas.

-- Bom, acho que chegamos! -- O meu pai fala depois de ficar uns 15 minutos dirigindo.

Nós viemos pra Barretos no dia anterior, para que pudéssemos descansar. Ou pelo menos tentar.

-- Bom, acho que eu já vou indo -- Eu falo depois de dar um beijo na bochecha do meu pai.

-- Não quer que eu te acompanhe? -- Ele fala com o semblante visivelmente preocupado.

-- Não precisa, eu já não tenho mais 10 anos. -- Eu falo tentando desviar o olhar para que ele não se preocupasse.

-- Então 'tá bom, mas me liga se precisar de algo, boa sorte, filhota! -- Ele fala sorrindo tentando me passar segurança.

-- Obrigada por tudo, pai. -- Eu falo depois de bater a porta do carro e em seguida seguir para a entrada do hospital.

-- Oi, boa tarde -- Eu falo um pouco tímida, nada acostumada com aquela situação, afinal quem é acostumado a ter câncer?

-- Olá! No que posso te ajuda-la? -- Diz a recepcionista muito bem humorada.

-- E... eu vim saber informações sobre a minha internação. -- Digo com a cabeça baixa e muito sem graça.

-- Entendi, qual é o seu nome completo?

-- Marcela Cristina Scandelari Vieira. -- Digo para ela, que me olha com os olhos bem atentos.

-- É um belo nome! -- Ela diz sorrindo para mim.

-- Obrigada.

-- Então, Marcela Cristina. Você pode ir naquela primeira porta, o Doutor lhe aguarda lá.

-- Ah sim, obrigada! - Digo um pouco tímida, mas ainda sim dou um sorriso para ela.

Vou caminhando um pouco pensativa, até eu chegar na porta que a recepcionista falou.

-- Oi? Boa noite. -- Digo após bater na porta e ser atendida pelo tal doutor.

-- Olá Marcela! eu estava curiosa para te atender -- Ele diz com um sorriso, por que todos nesse hospital estão tão bem humorados?

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⏰ Última atualização: Dec 21, 2022 ⏰

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