008; remédio pra ressaca

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Que dor de cabeça do caralho

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Que dor de cabeça do caralho.

Foi a primeira coisa que minha voz interior disse quando acordei, eu tenho que parar de exagerar na bebida desse jeito, ainda mais em uma viagem. Algumas memórias da noite passada me invadiram enquanto eu me sentava na cama. Lembrei de ter beijado um cara, dançado até o chão com as músicas que Richarlison pedia ao Dj, implicado com Antony e… falando nele, o mesmo participava de quase todos os flashbacks, me pergunto o motivo.

Peguei meu celular no móvel ao lado para checar as horas, mas outra coisa havia me chamado tanta atenção quanto. Eu tinha ganhado incontáveis novos seguidores, pelo quê? Não sei, mas alguma coisa vazou e eu tenho medo do que poderia ser.

Bufei ao levantar da cama e perceber que ainda estava com a mesma roupa de ontem. Me direcionei  à mala e peguei um blusão qualquer junto à um shortinho preto de laycra, não estou nada afim de sair do quarto hoje. Fui ao banheiro e tomei um banho bem relaxante de água quente, tentando espairecer alguns pensamentos e diminuir essa ressaca, que acabei conseguindo.

Vesti a roupa que tinha separado, escovei meus dentes e prendi meu cabelo em um coque. Quando iria pegar meu celular novamente, pude escutar “Vem pro cabaré” com o som no talo, crescendo a cada segundo, até que alguém bateu na porta.

A abri, dando de cara com Richarlison com uma caixa de som JBL no ombro e Neymar com três sacolas de papel Kraft, os dois entrando no meu quarto com um sorriso de orelha a orelha no rosto. Até melhorou minha dor de cabeça, senão eu teria os expulsado antes mesmo de vê-los.

━ Bom dia, senhorita Bacchi ━ Neymar se sentou em uma das cadeiras e Richarlison fez o mesmo após desligar a caixa.

━ Bom dia, o que é isso? ━ dei uma risada, apontando para a JBL e as sacolas.

━ Ixi, o melhor remédio pra ressaca é comida brasileira, bebê! ━ Pombo botou três marmitas, três refrigerantes em latinha e os talheres na mesa do quarto, pondo as sacolas no chão, e só então senti o cheiro do almoço da minha terrinha. O melhor.

━ Não acredito! Como acharam isso? ━ me sentei na cadeira, realmente animada. Fazia pouco tempo fora do Brasil, mas a comida faz muita falta, de verdade.

━ A gente rodou Doha todinha, já que cê perdeu o almoço ━ Ney deu de ombros, abrindo uma das marmitas. Meu Deus, acabei nem checando o horário, já passou do almoço? ━ São duas horas, e não, o Tite ainda não falou com ninguém sobre aquilo.

Ele fala como se estivesse lendo meus pensamentos, mas só então me toco no que disse. “Aquilo”? Aquilo o quê?

Ah, e pelo visto, a comida parecia deliciosa. Tinha batata frita, arroz branco, carne vermelha em tiras, vinagrete e uma porção de farofa.

━ Peraí, cê não viu ainda? ━ cerrei minhas sobrancelhas com a fala do outro ━ Não ligou o celular hoje? ━ neguei com minha cabeça, já ficando agoniada ━ Ih, rapaz ━ olhou para Juninho.

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