‧₊˚ ligação covarde.

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Henrique

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Henrique.

Palmas, TO.

14 de março de 2021.

Eu não tenho sido uma boa pessoa nos últimos meses.

Admitir aquilo para nunca foi a questão. Mas me convencer e me motivar o suficiente para ser uma pessoa melhor era sim um verdadeiro empecilho.

Com as duas mãos sobre o volante, encarei o edifício à minha frente, tentando não enlouquecer com essas centenas de pensamentos que me perturbavam. Eu estava estático há pelo menos cinco minutos, enquanto tentava me decidir se continuaria a ser uma má pessoa ou se esse aquele era o momento de virar as costas e me dedicar a ser uma pessoa melhor. Aquele vinha sendo um dilema frequente para mim.

Saindo do transe, peguei meu celular em mãos, ainda em um impasse interno. Ao desbloquear a tela, encontrei uma pequena imagem de Aline, acompanhada de uma pergunta: você ainda demora?

Aquele era o momento de tomar uma decisão. De ir embora, e talvez dormir com a consciência limpa, ou de aceitar que eu era de fato uma má pessoa – e conviver com aquilo.

Observando a tela do celular com mais cautela, percebi que sei que umas daquelas opções nunca existiu – e que eu poderia deixar para ser uma pessoa melhor amanhã.

Guardando o celular sobre o bolso novamente, desliguei o carro e desci do veículo. Abaixei a cabeça quando um casal passou por mim na calçada, me esforçando para não ser reconhecido, e segui até a entrada do prédio, poucos metros à frente.

Ao chegar ao portão, o porteiro me cumprimentou através de um breve aceno de cabeça, e eu voltei a me sentir incomodado ao pensar que ele sabia. Ele sabia exatamente o que vinha se passando nos últimos meses. Ele sabia sobre o meu caráter. E provavelmente estava me julgando nesse exato momento. Não que eu desconhecesse seu tipo de pensamento, afinal, ele era recorrente em qualquer um dos seus amigos, mas eu odiava me sentir constantemente julgado.

Coletânea de Oneshots | Ricelly HenriqueOnde histórias criam vida. Descubra agora