O autismo ou TEA (Transtorno do Espectro Autista), é considerado uma deficiência pela lei, tendo suas próprias leis de proteção e inclusão. Caracterizado por dificuldades em interação social, comunicação, comportamentos e movimentos repetitivos.
Podendo ser notado na infância ou mais tarde, é realmente um assunto que causa tabu em algumas famílias, por mais que não seja algo que vá mudar algo. É necessário acompanhamento e várias sessões com um especialista para poder de diagnosticar.
Mas... da onde surgiu o termo autismo?
O termo fora criado em 1908 (ou 1911 em alguns sites) por um médico psiquiatra suiço, Eugene Bleuler, olha o nome do cara, como uma forma de descrever um mundo interior observado em pacientes esquizofrênicos. O termo é grego, significando "de si mesmo", gregos se metendo até nisso.
Um outro pioneiro, rinha de pioneiros, Leo Kanner, um médico psiquiatra austríaco naturalizado no norte da América. Ele observou comportamentos infantis, o que ele denominou de "autismo infantil precoce" (1949), porém os estudos do cara foram antes dessa data. Ele escreve que notou a "incapacidade de relacionamentos de maneira normal com pessoas e situações".
Diante disso, o moço aí criou três grandes categorias "dificuldade de relacionamentos interpessoais", "demora em aprender a falar" e "dificuldades motoras". Em 1943, ele estudou 11 crianças, entre 2 e 11 anos, coragem, três meninas e 4 meninos, fazendo um artigo com um nome um tanto questionável, "Distúrbios autisticos do contato afetivo", mas naquela época era normal que autismo, esquizofrenia e psicose infantil, serem contundidos.
Como citado anteriormente, em 1949, o cara se referiu a isso como "autismo precoce infantil", o que é um nome meio sugestivo... enfim, nas pesquisas ele notou comportamentos e características comuns entre crianças, como "dificuldade de contato com as pessoas, ideia fixa em um manter um objeto ou situação sem varia-la e fisionomia inteligente".
Então eles pensaram: "pera, isso não é esquizofrenia infantil", por isso foi separado os dois termos, embora ainda estivesse no grupo das psicoses infantis. Daí o médico Hans Asperger, achou interessante e comoçou a analisar também, ele notou mesmos comportamentos, porém uma certa facilidade com comunicação e interação social, escrevendo um livro denominado: "Psicopatia autista".
O Leozinho resolveu chamar um amigo para estudos, o Eisenberg, que por algum motivo lembra de Breaking Bad, em 1956, perceberam que a síndrome poderia aparecer em diferentes tempos e desenvolvimentos que aparentemente eram "normais" para as crianças.
Lembra que eu falei da rinha de pioneiros? O Eugene contrariou o Leo sobre um dos aspectos que o Kanner descreveu. O cara que denominou "autismo precoce infantil" relatou que todos os indivíduos autistas não tinham aptidão para relacionamentos sociais ou reagir a situações cotidianas, falando que um autista não teria imaginação.
Mas o Bleuler bateu o pé e disse que: "os mesmo indivíduos sofriam com a ausência da realidade, pois penetravam em seu mundo pessoal, ignorando seus arredores", o que não está totalmente errado.
Com o passar dos anos, mais e mais conceitos sobre a condição autista surgiam, por exemplo, em 1950-60, o psicólogo Bruno Bettelheim, citou o termo "mães geladeira" que falava sobre a indiferença emocinal das mães, que poderia ser uma causa para o espectro.
Mais tarde citaram que poderia ser alguma doença do sistema nervoso, que seria uma patologia incapacitante que prejudicava o comportamento social, comunicação e o "impedimento" neurofuncional.
Nos últimos anos vem se referido mais como algo genético, ou síndromes ocorridas no desenvolvimento da criança, mas hoje tem quase um consenso que é um transtorno cerebral presente desde do desenvolvimento da criança, independentemente de classe social
Mas três elementos eram os principais, dificuldade de compreensão de gírias ou figuras de linguagem (neologismos), comportamentos antisociais e manutenção de rotinas.
Porém outros estudos foram realizados, relatando distúrbios no sono e na alimentação, dificuldade de alimentação nos primeiros meses de vida, anomalias congênitas, pouca ou muita sensibilidade a estímulos sensoriais.
Geralmente é mais percebido entre os 3 anos, sendo mais comum em meninos, porém em meninas os sinais ficam mais notáveis, cerca de 70% a 80% delas possuem comprometimento intelectual, mas não existe um padrão fixo.
Suplino em 2009, relatou que por mais que haja vasta literatura, o espectro ainda é desconhecido por uma grande maioria dos brasileiros.
Hoje, o TEA não é mais relacionado com psicose ou esquizofrenia infantil, como em 1980, que passou a ser denominado de transtorno invasivo do desenvolvimento (TID). Klim em 2006 denominou como atraso em desenvolvimento social, comunicação e outras habilidades sociais.
Porém, desde de 2014, vem sido denominado de Transtorno do Espectro Autista (TEA)!
Como é normal ter preconceito com os indivíduos autistas, a lei de 27 de dezembro, 2012, Lei Berenice Piana, que passou a considerar as pessoas com o TEA como pessoas com deficiência para todos os fins, essa lei, artigo Art. 1º, § 1º, passam a considerar pessoas autistas com síndrome clínica caracterizada por:
1. Deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;
2. Padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos.
Foi um longo trajeto até ter a proteção e valorização da qualidade de vida!