Natal

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— Meu ônibus tá demorando de mais, puta que PARIU é o único que atrasa!

Era por volta de cinco da tarde do dia 24 de dezembro, as pessoas já estavam se juntando em volta da matriz com copões, churrasquinho ou pão com carne.

— Tem certeza de que não é só ansiedade? - comentou Rodrigo enquando jogava subway surfes.

— Ansioso! Isso passa nem perto do que eu tô sentindo!

— Então desmarca com ele, simples.

— Tá louco né?

— Evitaria menos estresse, é o que eu faço.

— Como trocar a namorada por qualquer jogo que apareça?

— Eu sou homem! Ela tem que entender que é normal eu querer ver ou jogar umas peladas de vez em quando. Se eu tivesse um namorado que gostasse de futebol igual ao seu minha vida seria muito mais fácil.

— Não, não seria, você continuaria trocando ele por qualquer coisa. Mas vamos ficar em mim agora: Miguel aceitou passarmos o Natal juntos, eu vou pro Natal com a família dele, aí umas sete a gente ia para da minha casa. Depois vamos vir pra festa da serra um pouco pra termos um natal romântico digno de cinema.

— Se nada der errado, claro...

— Vai a merda, para de jogar praga. AH O CASCATA! Finalmente! Preciso adicionar mais linhas no meu cartão. E o filho da puta ainda demora pra estacionar.

— Tchau Camilo - Rodrigo se despediu com a voz arrastada ainda jogando enquando caminhava até seu ponto pra ir pra casa. De longe ouviu a voz escandalosa de Camilo com o motorista - "CARLÃO! É TU! FELIZ NATAL!

Camilo  estava quase chegando no condomínio Morar, onde seu namorado morava. Ele não acreditava no que estava vivendo, começou o ano solteiro, quem nem reza de vó o conseguiria tirar da solteirice que estava, as pessoas nem perguntavam se ele era solteiro de tão visível que era. Entretanto, esse Natal, a data que mais gostava no ano, ele iria compartilhar com alguém que gostava e que gostava de tal forma de volta. Ele jamais se arrependeria de ter sido confundido com um louco e ter iniciado a primeira conversa dos dois, ele estava radiante

Bom dia,  seu João! - sorria enquanto o porteiro o deixava passar e voltava a ouvir seu radinho.

Enquanto subia o elevador conferia sua roupa: camisa do flamengo, calça jeans rasgada e o tênis que ganhou de presente de sua mãe. Estava o doce pecado do Natal, lindo demais pra deixar passar uma foto. Assim que tirou a foto no espelho do elevador a porta se abriu e uma criançada entrou quase não o deixando sair. 

Quando tocou a companhia estava dando pulinhos, então Joana, mãe de Miguel aparece o recebendo com um sorriso.

— Camilo! Que bonitinho ele todo arrumadinho pro Natal.

Pelo menos no Natal eu tenho que tomar banho, né tia. - Ele a abraçou desejando feliz natal e adentrou o apartamento.

Miguel estava arrumando a mesa quando viu Camilo e sua mãe pararem pra tirar uma foto, Camilo dando língua e sua mãe numa pose jovem.

— Vou só colocar minha botinha e venho comer o panetone. Já volto meninos. - Joana saiu correndo para seu quarto, com medo de se atrasar para o plantão.

— No Natal também? - Miguel provocou indicando a blusa quando Camilo se aproximou dele.

— É vermelha! Mais natalino que eu só o papai Noel tarado do shopping! - Miguel riu dele e puxou o namorado pela gola da camiseta.

— Feliz natal bobão. - Miguel lhe deu um selinho, o que fez sorrir de orelha a orelha.

— Então, o que preciso saber do natal da sua família?

O natal de Camilo e MiguelOnde histórias criam vida. Descubra agora