Like a beautiful tree, you can light up the room

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Seu natal vinha sendo uma época solitária nos últimos três anos.

Depois do segundo divórcio, ela havia ficado sem a única companhia que esteve presente durante trinta anos de sua vida. Sem a pessoa que ela mais gostava de passar o tempo, apesar de não admitir.

Por isso, decidiu fingir não se importar. Claro que ela amava o natal, desde criança achava que a data era mágica. Amava as luzes, as cores, a felicidade que a época emanava, os presentes, o momento da ceia e, claro, as árvores cheias de enfeites. Ficava encantada quando via uma, e se obrigava a parar para admirar.

Porém, esse ano, mesmo com a volta da Creusa, ela sabia que passaria o natal sozinha. Sua amiga já havia comentado sobre uma festa que iria acontecer, e claro que ela não a obrigaria a ficar em casa em vez de ir se divertir. Doeu um pouco quando percebeu que não tinha planos, apesar do convite de sua prima Guida para o jantar, sentiu que não tinha ninguém, nem seu trabalho - que era tudo pra ela -, estava sendo o suficiente.

Sentada no sofá, arrumada e com um copo de whisky nas mãos, ela esperava que chegasse a hora que tinha marcado para ir à casa da prima. Checava algumas coisas do trabalho para ocupar a mente e não pensar no quanto sentia falta dele. Não queria pensar em como daria tudo para voltar a passar o natal com Stênio. Ele fazia todas as suas vontades. Comprava presentes, enfeitava a casa, preparava o jantar junto com a Creusa e se encarregava de deixar tudo perfeito.

Sentiu os olhos arderem.

Ele fazia falta.

Apesar das últimas recaídas que tiveram, ela sentiu que quanto mais eles tinham esses momentos, a saudade só aumentava. Sabia que não ia mais ser o suficiente noites e beijos de momentos ou incentivados pela emoção. Precisava de mais. Precisava dele acordando-a pela manhã com beijos em toda parte, precisava chegar em casa e encontrá-lo no sofá a esperando para lhe ouvir contar sobre o seu dia enquanto lhe fazia uma massagem, precisava dos abraços, das declarações aleatórias que ele fazia em momentos que ela não esperava, precisava se sentir amada. Mas tinha que ser amada por ele.

Amada por Stênio Alencar.

Amada na mesma intensidade que ela o amava. E, Deus, como amava esse homem irritante, insuportável, arrogante, cheiroso e, ... lindo? Bufou, não conseguia mais não pensar nele como uma garotinha apaixonada.

- Dona Helô? Tá tudo bem? - interrompeu seus pensamentos com a voz da Creusa, e percebeu que estava olhando pro nada. Que cachorro, ele a estava deixando louca. - Tem certeza que não quer que eu fique?

- Tá tudo bem sim, Creusita - respondeu dando um sorriso confortante pra amiga e torcendo para que ela não percebesse a tristeza em seu rosto - Não precisa se preocupar comigo, pode ir lá se divertir com seus amigos, eu também já já tô indo lá na Guida.

- A senhora tem certeza? Eu não me importo de ficar aqui e fazer uma mini ceia pra gente comemorar. Não quero deixar a senhora sozinha - Creusa disse. A mais velha se preocupava com a patroa e sabia como ela estava se sentindo. Entretanto sabia também que mesmo que ela ficasse, não era bem a companhia dela que Helô queria de verdade.

- Tenho certeza, mulher! - Deu uma risada sincera, o desconforto em seu peito deu uma pequena aliviada em saber que sua amiga se importava tanto com ela - Só tô dando uma checada aqui em umas coisas que tenho que resolver lá na delegacia, mas já tô indo lá pra ceia, prometo. Agora vai lá pra sua festa! Aliás, cê tá mó gatona hein? Vai arrasar muitos corações hoje.

- Ah, que nada, Dona Helô! Não tenho mais idade pra essas coisas não - a mais velha respondeu dando uma risadinha - Tudo bem então, vou indo lá, mas qualquer coisa a senhora me ligue viu? Feliz natal pra senhora.

christmas love - steloisaOnde histórias criam vida. Descubra agora