Quando sua respiração transborda para o queixo. Você precisa. Tudo bem parar. Você não precisa correr sem saber o porquê. Está tudo bem mesmo que você não tenha um sonho. - Paradise, bts.
🫀
É indescritível a sensação de estar perdido, não perdido em um local porque errou o endereço, é um tipo de perda que vêm do seu âmago. Aquela falta de sensações, de estar vivendo cada dia da mesma forma, sem motivações, sem saber exatamente o que está sentindo ou viver na dúvida, pois seu futuro é inseguro.
Um cansaço mental e físico, é querer mudar a rotina e viver uma grande aventura, mas não conseguir sair da monotonia da vida. Uma vida sem sonhos não parece um jeito certo de viver.
A Kang se sentia assim, enquanto voltava a pé para casa, eram poucas as vezes que conseguia sentir de fato que estava vivendo. O vento balançando seus cabelos e o nariz entupido por causa do frio, apesar disso, naquele momento, ela poderia entender o que de fato era viver.
A garota sempre se questionava sobre quais eram seus sonhos, seus amigos e pessoas desconhecidas, que poucas vezes conversava, pareciam saber o que estavam fazendo, possuíam sonhos e eram certos quanto qual caminho seguir. Pareciam não ter inseguranças, ou medo do que poderia vir.
Para ela, eles sabiam como viver, e ela sentia-se em regresso, que andava apenas para trás. Isso a deixava depressiva. Em algum momento de sua vida achou que a universidade iria tapar todos os buracos que vazavam com seus requisitos de vida, que para ela, era isso o que faltava, mas, ela estava errada. Então, jogou a culpa na falta de emprego e que era por isso que sentia-se como uma ninguém, sem visão de "futuro" e não podia viver o luxo de gastar o dinheiro com coisas fúteis.
Ela pensou que para ela viver, precisava de segurança financeira.
Todavia, novamente, aquele buraco continua aberto. Ela não se sentia satisfeita com suas conquistas, também não sentia que era o suficiente. Para ela, os dias passavam lentamente, cada um segundo parecia minutos e cada um minuto pareciam horas.
Ela sempre foi assim? Ou isso foi implementado na sua vida após completar os dezoito anos? Ela não queria ter que carregar esse tipo de fardo, era exaustivo. Ser adulto era um fardo que ninguém havia preparado, e o despreparo, deixava que a vida lhe chutasse. A neve havia chegado mais cedo também, ela odiava o frio, deixava seu nariz congestionado e a fazia espirrar demais - ela odiava os olhares estranhos quando isso acontecia - na verdade, qualquer vento fazia ela ter uma crise de espirros.
Com esse pensamento, continuou a andar com cuidado pela calçada, o tempo que ela passou nas aulas foram o suficiente para congelar todo o acostamento e isso a deixava aborrecida, pois possuía a possibilidade dela escorregar e cair. Era vergonhoso.
Em outra vida, aquilo poderia ser engraçado e um assunto para contar aos seus amigos. Mas na vida real, aquilo era um desconforto e julgamentos.
Ela contava seus passos, uma forma que encontrou de evitar os pensamentos intrusivos, ficar sozinha fazia com que sua mente criativa pensasse em várias possibilidades, que podem ser possíveis se tiver um pouco de motivação. Ela pensava, e se eu for roubada? Sequestrada ou pior... Se de repente ela se jogasse no meio da rua quando um carro estava vindo, ou pegasse uma pedra e jogasse no vidro de uma loja.
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Opia.
Roman d'amourA Kang se sentia assim, cansada, vazia. Apenas uma carcaça. Ela queria se sentir genuinamente feliz, e não estar presa em um poço profundo que ela mesma criou.Parecia que a monotonia de sua vida não mudaria, até se esbarrar em uma estranha na neve e...