Cirino olhava para o lugar encantado com o que olhava, era tudo muito colorido, chamativo assim como a mulher que o observava no canto. O menino sempre gostou do natal, dos doces e presentes que recebia vez ou outra dos amiguinhos ou de seu pai, que com muito suor trabalhava com o que surgia para lhe dar algo, seja um doce depois da janta ou uma bola simples para brincar, o homem que um dia já havia sido um matador fazia o impossível para ver o menino feliz e bem, não se importando com os outros, claro havia exceções como a doutora candoca que salvou a vida do menininho e os ajudava com o que podia e a mulher de cabelos claros e ar de dondoca. Deodora havia os consquistado num piscar de olhos, por assim dizer, a mulher que sempre usou as pessoas com alguma intenção ou objetivo por trás, estava ali naquele casebre caindo aos pedaços como se fosse sua casa e de certa maneira todos ali presentes mesmo não dizendo um "a" já sabiam que era uma verdade indireta, já que ela passava seu tempo mais ali do que na casa do filho ou na enorme fazenda onde ela viveu metade da vida.
- E então pequeno gostou?. Perguntou afagando seu cabelo.
Cirino a olhava com um sorriso de orelha a orelha, balançando a cabeça em um frenético sim. Ele nem havia percebido como ela havia ido parar ao seu lado, estava tão concentrado observando a pequena árvore de natal que haviam enfeitado a pouco tempo.
- Só está faltando a estrela. A mulher falou pegando o objeto logo em seguida, o tendo em mãos.
- Por que?. perguntou curioso.
- Pra ficar mais bonita. respondeu sem rodeios.
- Mas ela já tá bonita assim tia Deodora.
- E tu quer que ela fique assim? Não quer coloca a estrela lá no topo não?. Disse e o semblante curioso do garoto havia virado um de surpresa.
- É sério?. Olhou desconfiado.
- Oxê, pois eu tô lhe dando minha palavra de honra. Usou um tom confiante mas ao mesmo tempo amoroso.
Pajeú observava a interação das duas pessoas mais importantes de sua vida, quando Deodora apareceu ali no finalzinho da tarde com uma caixa e a pequena árvore dentro do carro, além de outra caixa um pouco maior, ele agradeceu mas não queria que fosse um incomodo para ela estar ali, fazendo aquilo tudo por eles. Não havia definição para o que eles eram, eles não se deram um nome propriamente dito, havia um sentimento forte e uma atração do cão mas o que eles eram ainda era um mistério para o homem.
Já não era o mesmo para seu menino que mesmo guardando segredo já tinha a mulher como uma segunda mãe, secretamente para ele Deodora era sua madrasta, mesmo ela e seu pai tendo uma relação as escondidas, ele não entendia o motivo dos dois adultos guardarem esse segredo se era algo bom?!
- Já até sei o que eu vou pedir pro papai Noel de presente. Ele comentou figindo não perceber o pai os observando, diferente de Deodora que não o notou, ela ainda se surpreendia quando ele fazia isso, até achava chamorso.
- Posso saber o que é ou é segredo?. Indagou curiosa.
- É segredo mas pra ocê eu conto. A olhou figindo desinteresse, o que não durou muito. - Vou pedir pra ele fazer ocê e painho ficarem juntos e sermos uma família, que nem todo mundo. Expressou seu desejo espantando não só Deodora como Pajeú que estava os observando mas diferente da mulher que havia ficado sem saber o que dizer, algo muito difícil de acontecer com a mesma, tendo Pajeú que intervi de alguma maneira, se fazendo presente.
- Eu terminei de guardar os alimentos e a mesa já tá pronta. Falou se fazendo presente.
- Vai ficar com a gente?. Cirino a olhava esperando uma resposta.
- Cirino isso não são modos. Repreendeu Pajeú mas por dentro ele também queria uma resposta dela.
- Por mim tudo bem, não tem problema. Foi o que conseguiu dizer ainda processando a fala de poucos instantes atrás do garotinho por quem já tinha um afeto.

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Carinho
FanfictionEm comemoração ao ar natalino ainda presente, nada melhor que um momento em família, por assim dizer.