Era o primeiro natal de Harry após a guerra e mesmo sendo a data mais acolhedora do ano as coisas ainda pareciam fora do lugar, ele se lembrava de como gostava de se sentar em frente a janela do dormitório e olhar para o campo de Quadribol coberto pela neve branquinha, ou dos suéteres quentinhos tricotados pela senhora Weasley, dos sapos de chocolate meio comidos por Ron, livros de gigantescos de Hermione, do abraço apertado de Hagrid e até das provocações de Malfoy, tudo naquele época parecia mais fácil, mas agora mesmo tentando seguir em frente doía ver como o sorrisos alegres se transformaram e amarelos resignados, os rostos apáticos, mesmo tudo tendo enfim acabado parece que a luz ainda esta apagada e a magia nos corações morta.
O salão comunal da Grifinória nunca esteve tão vazio e silencioso mas comparado as outras casas ainda era o mais cheio, Harry desceu lentamente as escadas com seu malão, a lareira acesa aquecendo o local e seus dois melhores amigos abraçados no sofá vermelho, era algo reconfortante de se ver as vezes queria algo assim, terminar com Ginna antes da guerra e não conseguir reatar era tão estranho sempre tivera certeza que se casariam e teriam no mínimo três filhos, mas agora só tinha a si mesmo de fato sempre foi sozinho mesmo com tantos amigos estava acostumado recebeu a morte desse jeito então não havia porque reclamar, o peso de ser o escolhido o salvador era um fardo terrível mas aceitou o destino e se amarrou a ele uma vida de fama indesejada e solidão muitos o amavam e o queriam mas não o simples Harry só Harry claro que não todos almejavam o grande herói Grifinório.
Hermione se levantou e o abraçou tentando reconfortar o amigo, ele apenas sorriu tentando deixar as coisas menos desconfortáveis, seus amigos tinham seus próprios problemas pra lidar, Ron ainda estava de luto por Parcy e Fred ainda não havia recuperado os movimentos das pernas, Hermione encontrava dificuldade de trazer as memórias de seus pais, e tudo por que eu nasci, esse pensamento o corroía de dentro pra fora e mesmo ninguém o culpado continuava lá martelando em sua cabeça, talvez estivesse morto e só sua carcaça vagasse pela escola e respondesse tudo no automático, ou vivo mas pagando por todas as tragédias causadas por ter sobrevivido. Os três caminharam em silêncio pelos corredores de hogwarts, os quadros observando os alunos, fantasmas atravessando as paredes distraidamente, o castelo foi reconstruído e parecia igual mas se parece pra olhar podia-se notar as marcas de guerra por toda parte, até os enfeites natalinos pareciam menos reluzentes, ficou tão perdido em pensamentos que não percebeu que seus amigos já estavam muito a frente poderia correr pra alcançá-los mas preferiu se arrastar divagando sobre a vida e a morte e em como tudo muda em questões de segundos ou em como nada é por acaso, ad facilidades que teve ao longo dos anos pegando detenções leves nada mais era que um agrado pra quem vai enfrentar um maníaco assassino.
- Olha por onde anda Potter! E mais uma vez perdido em suas divagações melancólicas esbarrou no maldito loiro, perdera as contas de quantas vezes isso aconteceu desde que o oitavo ano começou, e de alguma forma sempre esperava que fosse igual a antes, mas não Malfoy sempre recuava e seguia seu caminho, como desejava que pelo menos isso fosse igual, brigar sentir seu sangue ferver se sentir vivo outra vez, mas nada absolutamente nada nem um simples olhar de desprezo, e pensar que Malfoy o príncipe da Sonserina estava mais morto por dentro que ele se incomodava de uma maneira suas entranhas chegavam a se contorcer, passou um tempo o seguindo pra ter essa percepção sobre o garoto que agora sempre permanecia sozinho ou lendo em algum canto e sim velhos hábitos não morrem.
Os dois ficaram ali parados sem dizer nada, até que Harry finalmente levantou o olhar e encontrou aquela imensidão Cinza e azul como mar mediterrâneo encontrando uma forte tempestade, porque dessa vez Malfoy não recuou? Não importava o encarar daquela forma fez seu coração que a muito não batia tão forte acelerar de maneira descontrolada, seu rosto começou a esquentar, sentia vontade imensa de fugir dali mas não conseguia se mover seus pés não obedeciam, observou o loiro apertar os lábios e revirar os olhos antes de olhar pra cima e lá estava o motivo de estarem parados um visco, parecia que todo encanto da escola havia morrido com Voldemort mas agora resolveu dar o ar da graça com um maldito visco.
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Um Natal Encantado
FanfictionSó mais uma fanfic Drarry de Natal 🎅 Onde mesmo em um mundo repleto de magia algumas coisas são surpreendentes. Mesmo com toda tristeza que a guerra causou ainda é possível encontrar a felicidade e o natal e uma época magica que o espírito de amor...