Eu definitivamente não entendo. Porque demônios ainda estou aqui? Faz duas semanas. Já chega dessa brincadeira sem graça deuses. Eu não mereço isso. Há duas semanas acordei no corpo de uma menina idêntica a mim. Mas ela não sou eu.
Sinceramente dês de que acordei nesse corpo desconhecido de aparência familiar só tenho tido problemas. Não que minha vida antes disso fosse um mar de tranquilidade, pelo contrário, era horrível. Mas o meu primeiro segundo nessa terra nova foi pior que 10 anos da minha vida antiga. Pode acreditar, foi a pior coisa que poderia acontecer comigo no universo inteiro.
Acordar com gemidos femininos ao seu lado na cama e logo em seguida ser bombardeada de memórias que não são suas é bem ruim. Pior ainda é saber que os gemidos do seu lado são os gemidos da sua prima transando com seu “namorado”.
Solto um suspiro lento enquanto sinto meus neurônios fritarem. Depois daquele dia as coisa aconteceram de um jeito quase fantasioso. Ele tentando se explicar, ela debochando da minha cara, a maldita dor de cabeça, a confusão mental que aqueles primeiros momentos me causaram parece estar durando até agora.
Estou no corpo de uma adolescente de 17 anos, assim sendo, transar não é tão absurdo (pelo menos não para a sociedade). Quando tinha essa idade na minha vida antiga, não tinha coragem nem de conversar com meus tios, imagina só, namorar alguém? Tenho estado confusa todo esse tempo. Confusa o suficiente para não sair dessa casa (aparentemente é minha) há duas semanas.
Me mandaram mensagens, ligaram, bateram na porta e me atormentaram todo esse tempo, porém, de alguma forma, todos pareciam mais preocupados com o que eu faria do que exatamente como eu me sentia, ninguém se preocupava realmente comigo por aqui. Eu acho que essas pessoas são minha... Não, não.
Ah... Que cansaço.
Perdoe me, porém, terei de intervir em teu descanso para esclarecer te alguns fatos.
...O que?
Sei que sente um burburinho de dúvidas em seu interior, peço que, encarecidamente, mantenha-se calma. Essa sensação de familiaridade que sentes é compreensível, irei lhe explicar o porquê disto se estiver confortável para me ouvir.
Eu, éh... Certo, mas... Quem é você?
O questionamento correto seria: “Oque é você?”. Ignorando isto, eu sou uma alma auxiliadora. Existo para casos específicos como esse, ajudo almas emigratórias a se adaptarem com seus corpos e a entenderem sua nova vida.
Entendo... Então eu morri na minha outra vida?
Certamente, teu corpo e tua alma fazer um conjunto que lhe dá a consciência do que os seus chamam de vida.
Os meus?
Me refiro aos humanos, perdoe me se meu linguajar não é adequado. Creio não acompanhar as linhas de linguagem dos mundos.
Sem problema...
Sei que há de estar sem fé no que digo, sobre tudo, creia no que lhe informo.
Sim, sim... É só que... Isso tudo é muito estranho.
Compreensível. Bom, com uma análise rápida do teus comportamento está semana pude concluir que para ti seria mais fácil receber todas as vossas lembranças a noite, ao sonhar.
Nossa, calma. Vá devagar, você fala muita coisa em poucas palavras.
Qual seria a tua dúvida em questão de minha frase?
Err... Oque você quis dizer com análise ?
Dês de o momento que despertou neste mundo, estive aqui observando. Para alguns, a abordagem rápida e específica com intensidade é considerada eficaz, porém, creio que somente após uma análise de comportamento haja uma possibilidade de boa interação e bom desenvolvimento.
...entendo. O que quis dizer com receber lembranças?
Havia outra “você” neste corpo. A senhorita Illana Ogrier original, assim como qualquer outro humano ela acumulou memórias, eu irei as dar a você, pois é quase impossível que prossiga com sua vida aqui sem essa lembranças que são de suma importância para você.
Oque aconteceu com a original?
Desistiu desta vida ao saber do futuro.
Oque?
Primeiro, durma. Esclarecerei melhor tuas dúvidas ao amanhecer. Ela certamente lhe deixou uma mensagem. Aguarde e discanse. Tudo logo se esclarecerá.
