[Extra] Manchado pelo Ódio - Parte 2

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Aviso: Conteúdo extremamente sensível. Prossiga com cuidado.

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O funeral dos pais de Calleb aconteceu alguns dias atrás, sendo bancado por seus parentes.

Cercado de pessoas vestidas de preto, Calleb se sentia sem alma enquanto encarava com um olhar vago o caixão de seus pais. Seus olhos estavam inchados e as bordas deles estavam vermelhas, evidenciando o quanto o pobre órfão tinha chorado nos últimos tempos.

Várias pessoas vieram até ele para prestarem seus pêsames e tentarem o animar somente por um momento, mas... como eles poderiam realmente fazê-lo se sentir melhor com essas ações vazias? Aqueles mortos no caixão eram os pais dele, a única família que ele tinha!

Bem... Na verdade, Cryminna ainda estava viva, mas, desde que ela emergiu do monte Storky, não estava mais agindo como uma irmã para ele. Eles quase não se viam nos últimos anos! Que tipo de filha adolescente ficaria por conta própria tanto tempo assim longe dos pais? Que não voltaria para casa, sendo que não havia qualquer problema lá e que ali era um ambiente familiar perfeitamente agradável e amoroso??

À essa altura, Cryminna era praticamente uma desconhecida.

... Mas... Calleb ainda insistia em tentar manter um último fiapo de ligação familiar entre eles. Simplesmente porque não conseguia aceitar essa separação familiar.

Enquanto Calleb divagava sobre isso, uma adolescente vestida de preto com óculos escuros e um chapéu adentrou no local onde estava acontecendo a cerimônia memorial dos pais de Calleb, acompanhada de um homem alto e musculoso. Ela hesitou um pouco quando estava a alguns metros do caixão, mas logo apertou mais a mão que estava cerrada em punho ao redor de uma flor e continuou a se aproximar.

A adolescente de preto parou em frente ao caixão, o encarando por alguns segundo em silêncio. Seus olhos escuros e chapéu impediam de ver qual era exatamente sua expressão naquele instante.

Finalmente, ela jogou a rosa sobre o caixão e começou a se afastar.

Nesse ponto, Calleb havia percebido a presença daquela adolescente misteriosa. Ele originalmente pretendia dar apenas uma espiada rápida nela, mas surpreendentemente ele congelou e deu uma uma olhada mais atenta, seus olhos arregalados.

Ela estava com um óculos e chapéu, que tampavam um pouco o seu rosto, mas aquela era uma figura que, mesmo após tanto tempo, ele ainda não havia se esquecido. Mesmo que ela tivesse crescido e mudado, assim como ele, aquela garota era definitivamente Cryminna.

Calleb ficou paralisado por um instante, estático, antes de recuperar seus sentidos e apressadamente seguir atrás dela.

Calleb empurrou um pouco as pessoas, tentando abrir espaço pela multidão. Algumas das mais temperamentais, gritavam irritadas com ele, e até davam algumas e chutes cotoveladas, o que ele respondia apenas com um baixo "desculpa", suportando a dor com os dentes cerrados.

Calleb saiu do local do funeral, mas, mesmo que tenha corrido, ele ainda não conseguiu alcança-los a tempo.

Se sentindo desamparado, Calleb só podia observar imponente a carruagem de Cryminna —  Longe de mais, rápido de mais, para que ele possa alcancá-la.
— se afastando no final da estrada. /

Aumentando cada vez mais a distância entre eles...

[...]

Desde que ficou sabendo das mortes de seus pais, Calleb se hospedou em uma pousada no centro da vila.... Entretanto, aquilo não era realmente um serviço de acolhimento ou instituição beneficente, portanto, após 2 semanas semanas hospedado lá, a dona da pousada gentilmente o expulsou de lá.

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