SOULMATES || GARCHEL (2° LIVRO)

CAPÍTULO 27

ɢᴀʀ/ᴍᴜᴛᴀɴᴏ

Assim que chegamos na Torre, Rachel seguiu direto para o quarto e eu fui atrás dela pra ter certeza que ela iria mesmo pra lá mas não entrei dentro do quarto. Fiquei mais alguns minutos no corredor encarando a porta por precaução, não queria arriscar que ela voltasse pra aquele lugar estranho.

Isso até eu me dar conta que ela poderia apenas sumir dentro do quarto e eu ficaria feito bobo no corredor, abri a porta devagar e espiei lá dentro, suspirei aliviado quando vi que Rachel estava dormindo tranquilamente. Me aproximei em silêncio e me sentei na ponta da cama, tirei algumas mechas de cabelo que estavam em seu rosto e a ouvi respirar fundo segurando a minha mão logo em seguida, ela não parecia a mesma de minutos atrás.

Tudo aconteceu tão de repente que eu nem me dei conta que meu nariz ainda estava sangrando e minha cabeça doía especificamente no lugar onde eu tinha levado a pancada. Um tempo depois, deixei Rach sozinha e segui para o meu quarto, passando por uma janela percebi que já estava amanhecendo então seria ótimo se eu conseguisse tomar um remédio e tentar dar um jeito nesse estrago.

- O que você tá fazendo de pé uma hora dessa? - Ouvi a voz de Dick atrás de mim e paralisei.

- Nada.

Minha voz saiu aguda, continuei de costas pra ele esperando ansiosamente que Grayson apenas continuasse andando.

- Gar?

- Eu?

- O que você tá escondendo?

- Sabe que bateu um sono agora? Que sono.

Dei alguns passos pra seguir rumo ao meu quarto mas Dick veio atrás de mim e parou na minha frente, segurou meu rosto e me fez o encarar. Ele ficou calado e isso conseguiu me deixar mais nervoso do que eu já estava, ele me levou até a enfermaria e ainda sem falar uma palavra sequer deu uma boa olhada no meu nariz.

Se dependesse de mim eu não ia falar uma palavra, mas Grayson simplesmente mexeu no meu nariz do nada, ouvi algo estalar e gritei de dor.

- AHH!

- Doeu não é? É o que acontece quando se coloca um osso no lugar - Ele cruzou os braços - E tem sangue seco na sua cabeça, o que significa que alguém bateu aí também.

Olhei pra ele confuso como se não soubesse do que estava falando, choraminguei e coloquei a mão no nariz mas Dick afastou minha mão dali.

- Não fica mexendo.

- Desculpa.

- E isso aqui? - Ele pegou minhas mãos e colocou próximo ao meu rosto pra que eu pudesse vê-las sujas de sangue - Duvido que seja seu.

- Mas é.

Grayson me encarou, parecia irritado, ele se afastou e foi até um dos armários que ficavam no canto com alguns remédios. Nesse meio tempo Kory apareceu na porta, com cara de sono mas com o cabelo em perfeito estado.

- O que tá acontecendo? Ouvi um grito.

- Pergunta ao Gar, quem sabe ele te conta - Dick continuou de costas para nós e procurando por algo.

Kory caminhou em minha direção e parou na minha frente, forcei um sorriso mas ela continuou séria.

- Desembucha.