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A POSIÇÃO DA SUA MÃO ESTÁ INCORRETA novamente senhorita. — disse corrigindo novamente.

Eu de fato já não aguentava mais ouvir Mary falando. Mas, o lado bom, é que faltavam apenas cinco minutos pra aula da mesma terminar.

Assim que a aula da mesma terminou, não esperei nem por um segundo. Levantei-me e fui para o meu quarto. Ao chegar, vi que haviam alguns papéis em cima da minha cômoda. Provavelmente, deve ser mais uma lista do que devo fazer durante o dia.

Passo os olhos rapidamente pelo o que está escrito, e vejo que amanhã temos fotos reais para tirar. O que significa que o dia de amanhã será completamente cansativo. Mas por sorte, já estou com tudo pronto. Vi o vestido com um mês antes de antecedência. Só precisava experimentar uma última vez.

Ouço alguém bater na porta e no mesmo instante mando abrir. Era Amelia. Ela fez uma breve saudação e disse que meu pai desejava me ver em seu escritório.

— Amelia! — exclamei antes da mesma sair, e ela tornou a olhar pra mim. — Não se esqueça, preciso de sua ajuda com o vestido. Preciso fazer os últimos ajustes nele hoje, pras fotos reais amanhã.

— Sim, senhora.

— E não se esqueça! Preciso de vocês aqui amanhã cedo. Pra me ajudar com o cabelo e a maquiagem.

— Tudo bem. Pode ficar tranquila. — ela sorriu fraco.

— Muito obrigada! Não sei o que faria sem vocês.

— Provavelmente nada, senhora. — ela brincou. Claro, nós tínhamos intimidade o suficiente pra isso.

— Cuidado Amy, posso te jogar na masmorra. — Ela sorriu, fez uma breve referência e se retirou.

Espero que essa conversa com meu pai não tenha nada a ver com a minha mãe. De fato detestava a pressão que ela colocara em mim. Com certeza ela falou com ele sobre meu vestido, e vai tentar fazer com que ele me convença a mudar de ideia.

— Olá, pai! Me chamou? — abro a porta lentamente.

— Oi, minha linda. Pode entrar. — meu pai larga os papéis na mesa em que estava sentado e fica de pé, vindo em minha direção e me dando um beijo na testa.

— Então... O que deseja? — ele me olhou, já sabia que algo viria por aí.

— Amanhã teremos as fotos reais. Já está com tudo pronto?

— Sim. Vou experimentar o vestido pela última vez quando voltar para o meu quarto. — ele sorriu de lado e inspirou. De alguma forma parecia mais leve. — Por que? algum problema?

— Não, de forma alguma! Só fiquei com medo de ainda não ter se programado corretamente. Devemos estar todos prontos às oito.

— Vou ter que acordar mais cedo do que imaginei. — fui em rumo a estante de livros que ficava no final do escritório dele.

Assim que terminei de falar alguém bate a porta, era um guarda. Ele fez uma breve reverência e disse que havia uma carta para mim. Fiquei meio confusa, já que Finn enviara uma carta hoje mesmo.
Pedi para que o guarda a deixasse em meu quarto, que depois leria.

— Mais uma carta?

— Como... — me virei e o olhei confusa — como você sabe que eu recebo cartas?

— Eu sou o rei, minha querida. — ele deu um sorrisinho irônico. — E de quem são?

— São de um amigo... — hesitei por um segundo, mas o contei a verdade. — de Finn Wolfhard, pra ser mais exata. — me virei pra estante novamente mas sabia que meu pai estaria com um sorriso em seu rosto.

Ele gostava muito de Finn. Dizia que era um ótimo prince, e que futuramente também seria um ótimo rei.

— Então vocês dois ainda mantêm contato? — questionou surpreso.

— Sim... Bem, às vezes nos falamos. — peguei um livro de sua estante e comecei a esfolhear. — Mas não tenho certeza se esta carta é dele. Ele enviou uma mais cedo, e nunca enviou mais de uma em um único dia.

— Às vezes ele abriu uma exceção. — ele se sentou em uma das cadeiras.

— Mas o assunto principal aqui não é Finn e nem cartas — fechei o livro e o coloquei na estante. — o que deseja falar comigo, pai? Minha mãe lhe falou algo sobre o vestido? — fui até ele e me sentei em sua frente. Percebi que ele deu uma risada.

— Me falou sim. "Parece que ela está de luto, Eric! Uma festa dessas merece algo mais... Vivo!" — Nós demos sinceras risadas. Se havia algo que ele sabia fazer muito bem, esse algo era imitar minha mãe.

— Mas pai... Eu realmente gostei muito do vestido. Ele é extremamente lindo!

— Não se preocupe. Não te chamei aqui pra falar de vestidos. — eu o encarei confusa.

— Pra quê me chamou aqui então?

— Daqui dois meses já é seu aniversário de dezoito anos. Espero que já tenha decorações, vestidos e o que mais for preciso em mente. — ele se levantou indo em direção a mesa ao seu lado. Nela havia algumas bebidas.

Eu havia esquecido completamente que iria fazer dezoito anos daqui a dois meses. O tempos passou depressa.

— Já estou com algumas coisas em mente. — menti, meu pai não precisava saber que não tinha visto absolutamente nada ainda.

— Que ótimo! — se sentou novamente. — Queria ver a lista de convidados. Quer dizer, se já estiver completa.

— É... sobre a lista. Vou precisar de uma ajuda pra fazê-la. Não conheço muitas pessoas, mas tenho certeza que a minha mãe vai querer chamar amigas dela, e você também deve chamar os seus.

— Sinta-se livre, minha querida. Chame os convidados que quiser. — ele deu um gole em sua bebida.

— Não tenho ninguém pra chamar.

— Apenas relaxe! Após a festa da semana que vem, tenho certeza que terá bastante conhecidos para chamar.

Ok. Aquilo ali era novo pra mim. Conhecer pessoas novas? Todos que vinham ao palácio ou eram bem mais velhos, ou bem mais novos do que eu.

— Como assim? Vou conhecer mais reis e rainhas e me tornar melhor amiga deles? — sorri e ele me encarou com um sorriso de lado.

— Não. Mas vai conhecer futuros reis. E futuras rainhas também. — Eu o encarei confusa enquanto ele dava mais um gole em sua bebida.  — você vai conhecer os filhos deles. Dos reis e das rainhas. — olhei pra ele perplexa.

— Mais pessoas da minha idade aqui? Não sei se seria uma boa ideia!

— Vai ser uma ótima ideia! — ele se levantou e começou a andar pelo escritório — Ah! E eu preciso que você trate todos eles bem. De forma educada e formal, mocinha.

— Eu sou educada com todos!

— Não me lembro de ter visto você sendo educada com o príncipe Harry de Aphobia. — ele se virou pra mim.

— Céus! Me desculpe, mas Harry é um idiota completo! — ele sorriu.

— Você também precisa ser legal com alguns babacas as vezes. Eu enfrento isso quase todos os dias. — se virou para a janela e ficou analisando a bela vista que havia em sua frente.

— Está bem... Posso tentar ser legal com todos.

— Até com o Harry? — ele se virou pra mim.

— Não força tanto, pai. — nós rimos.

𝗠𝗬 𝗢𝗡𝗟𝗬 𝗣𝗥𝗜𝗡𝗖𝗘 - finn wolfhardOnde histórias criam vida. Descubra agora