Cap.5

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A porta estava aberta, Caroline olhou para o homem que segurava a porta com o que parecia ser toda sua paciência do mundo.
O lugar cheirava a café, perfumes de vários tipos, cigarro e bolo.
Algumas mesas estavam vazias, Caroline seguiu aquele homem estranho lado a lado, e ela só parou subitamente quando ele indicou um assento de lado para um vidro que dava acesso a rua.

- Eu vou ao toalete. Se me permite?- ele deu meia volta e sumiu em uma porta.

Caroline puxou o ar com força e fechou os olhos.
Controlar, controlar, controlar.
As palavras de sua psicóloga sobre sua mente, ensinando a controlar suas crise.
"- Você sabe que pode controlar, basta você dizer a si mesma que pode controlar"
Aos poucos seus batimentos começaram a bater normalmente, seu peito estava mais leve e suas mãos não estavam soando como antes.
E a realidade a atingiu como um baque quando um homem de preto sentou a sua frente, olhos negros, roupas caras.

- Eu pedi chá, espero que não se importe pensei que poderia te ajudar em sua crise.

Caroline balançou a cabeça em um movimento desregular e desengonçado.

- Chá...gosto de chá.

Ela cruzou os braços, e observou um pouco a rua iluminada por luzes. E então olhou a mesa, decorada com um poeta guardanapo e um suporte de palito de dente.

- Está se sentindo melhor?

A voz daquele homem fez Caroline despertar.

- Já estou melhor. Hum, obrigada.

- Não foi nada.

Uma garçonete morena de cabelos presos surgiu com duas xícaras, um de chá e felizmente o outro era café preto. Dois pedaços de bolo em um pratinho de porcelana.
A garçonete saiu pisando fundo e trombou com força no seu colega de trabalho o que fez Caroline fazer uma careta.

- Eu nem disse "Obrigada".- Caroline lembrou

- Eu já disse quando finalizei o pedido.

O homem suspirou fundo e bebeu um pouco de seu café preto.

Caroline olhou para seu corpo e viu uma jaqueta sobre si.

- Oh, deixe-me devolver sua jaque...

- Não será preciso, eu não estou com frio.

- Bom, também não estou mais com frio.

Os dois se encararam por algum segundos até Caroline quebrar o contato.

- Tome um pouco do chá.

Caroline tirou seu celular de seu bolso e o colocou sobre mesa. Uma notificação fez o objeto acender e seu coração deu um pequeno pulo.

querida, você está bem? Volte logo para casa.
Mamãe.

- Tudo bem?

O homem perguntou e Caroline balançou a cabeça.

- Sim.

Ela agarrou sua xícara e soprou, o doce aroma do chá a fez lembrar de quando era mais nova e passava por ali para comprar alguns salgados, sempre sentia esse cheiro de chá no ar.

- Eu...eu realmente agradeço pelo que o senhor fez comigo sério...

- Não foi nada.

- Não é só que...se eu não, se você não tivesse me pegado naquela hora eu talvez estivesse morta agora.

- Mas não está - ele tinha as mãos travadas na mesa- acredito que Deus tenha coisas maiores para você e por isso ele me guiou por aquele caminho.

Caroline cruzou os braços novamente e olhou para a aliança dele em seu dedo.

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