❝Se pá eu te odeio e te amo
Te beijo e te vejo blefando pra nós❞
Marina Braga é nada mais nada menos do que filha do técnico Abel Braga, que acumula passagens por vários clubes brasileiros incluindo o Fluminense, time de coração da g...
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23 de Fevereiro
— PORRA MARINA! VAI COM CALMA AÍ CARALHO! — André bufava enquanto eu examinava seu joelho.
— Eu não tenho culpa se você exagerou na folga e não tomou cuidado com o seu corpo! Tu tomou uma pancada e eu só tô fazendo o meu trabalho ué!
— Pelo visto você acordou com um ótimo humor hoje, o Ganso que o diga! Sério mesmo que você deu uma martelada com aquele bagulho de reflexo nas costas dele?
— Em minha própria defesa, ele começou a me fazer uma série de perguntas sobre o meu final de semana e eu me irritei tá legal? E aquilo nem dói — Dou de ombros terminando a avaliação do garoto — É, pra sua sorte não tem nenhum tipo de lesão ou algo assim, só preciso que você se cuide pro próximo jogo.
— Ninguém tem culpa por você ter ficado presa no elevador do prédio, BÊBADA AINDA POR CIMA — O garoto desceu da maca e me encarou ainda rindo — E aí? Preparada pra ser efetivada de vez?
Isso tinha uma resposta clara, e era óbvio que sim! A oportunidade de me tornar parte do time de fisioterapeutas de forma definitiva no meu clube de coração era surreal!
Sou aquele tipo de torcedora fanática, e quando digo fanática não é brincadeira viu? É num nível de ter uma parte do closet separada só pras mais de 30 camisas que eu tenho, maioria delas autografadas e sem contar as outras que eu uso praticamente todo o santo dia!
Pra completar, ainda fiz uma tatuagem em homenagem ao Fluminense, uma das frases dos cantos da torcida, as palavras formando um coração, uma verdadeira graça.
Praticamente cresci aqui! Obviamente meu pai já fez passagem por vários clubes, mas este foi o que eu escolhi amar e defender, por mais que adorasse me fazer raiva a temporada inteira!
— Óbvio que eu tô! Poder assistir os jogos direto do campo? Fala sério, trabalhar aqui é foda! — Sorrio que nem uma criança e o moreno riu de minha reação.
— Você não tem jeito mesmo né? Seu pai e seus irmãos devem estar super felizes com a notícia!
— Nem me fale! Ainda mais que meu pai tá trabalhando aqui, vai poder ficar mais perto de mim já que o estágio na Seleção me fez ficar meio longe às vezes.
— É, espero que agora a senhorita sossegue no Rio, eu e o Martinelli ficamos com saudade de você — André me olhou com um sorriso simpático assim que nos aproximamos do gramado do CT.
— Fica tranquilo, só saio daqui morta e com a bandeira do Flu por cima do meu caixão!
Pude ver o garoto rir antes de o chamarem pra voltar pro treino, fazendo com que eu me despedisse dele e voltasse pra dentro do Departamento Médico pra acabar de ajeitar umas papeladas.
Não demorou muito pro visor do meu celular começar a piscar, mostrando que haviam algumas chamadas perdidas da secretaria do meu curso.
Estranho, eu já havia entregado o meu TCC da pós, tava tudo certo, será que ficou algum documento faltando?
Tratei de mandar uma mensagem por WhatsApp pra Solange que era a responsável pela secretaria. A mulher me respondeu quase que de imediato, dizendo que precisava que eu comparecesse com urgência lá.
Confesso que fiquei levemente preocupada, mas como ainda eram 13h da tarde, resolvi terminar todo o meu serviço pra depois passar lá e descobrir o que estava rolando.
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O relógio marcava 16:30 quando guardei o resto dos meus papéis e fichas e peguei minha bolsa pra sair do CT.
No caminho encontrei com alguns dos jogadores dos quais me despedi e vi meu pai aparecer na saída do campo me lançando um sorriso.
— E então Nina? Como foi hoje? — Senti um quentinho em meu peito ao ouvir meu apelido de infância.
— Tudo bem papai, consegui fechar todos os relatórios e tá tudo sob controle pro próximo jogo. E você? os meninos tão indo bem?
— Estão sim, se tudo correr como planejado no próximo jogo contra o Vasco, dia 5 vamos pro Sul do Estado pra jogar com chance de já ganharmos a Guanabara e ficar mais perto de disputar a final do Carioca.
— Isso é incrível pai! Vai dar tudo certo e essa taça já é nossa, pode ter certeza!
— Está indo pra casa? — ajeitou o boné na cabeça e sorri com a cena me relembrando de ver isso várias vezes quando era pequena — Eu saio daqui uns 15 minutos e podemos ir juntos.
— Bem que eu queria viu, mas a faculdade tá me ligando desde cedo, marquei com a coordenadora pra ir agora no fim do dia.
— Ué, mas você já não entregou os relatórios de estágio, horas complementares e o TCC?
— Já sim, mas disseram que era urgente, deve ser algum dos relatórios de quando fui pra Seleção nas Olimpíadas e na Copa América, eram muitos jogadores e muitos papéis, eles podem ter ficado com dúvida em algo.
— Entendi. Bom, se precisar de carona, liga pro Felipe ou passa na 7Braga, o Fábio vai estar em reunião até tarde e disse que iria jantar com a gente, ele pode te levar — Meu pai disse com um sorriso antes de me abraçar pra se despedir.
Pedi um Uber que não demorou a chegar e fui rumo à faculdade. Durante todo o trajeto no trânsito caótico do Rio de Janeiro, meus fones tocavam o novo álbum do Ret em certa altura, me fazendo batucar com as unhas no vidro do automóvel.
Era estranho, mas uma sensação levemente ruim preenchia o meu peito, me fazendo suar frio quando me aproximei do prédio coberto por diversos vidros e com uma fachada bonita que eu já conhecia bem.
Tomara que esteja tudo bem.
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Oii pessoal, primeiro capítulo liberado!
Ainda não coloquei uma meta, mas comentem e votem bastante pra eu continuar trazendo mais capítulos pra cá!
