made your mark on me, a golden tattoo

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Luzes extremamente brilhantes. Copos chiques passando de mão em mão. Pessoas flertando. Gente na pista descendo até o chão. Tudo, tudo estava acontecendo naquele lugar. Kara, no entanto, se via entediada, somente olhando de relance para os lados e balançando as pernas para lá e pra cá, se perguntando quanto tempo mais faltava para finalmente ir embora.

"Solteira?" Perguntou uma voz rouca e com cheiro de bebida, bem perto de sua orelha.

me faltava essa. Revirou os olhos com impaciência, se virando para ver o motivo da interrupção de seus pensamentos. Ao deparar-se com um par de olhos castanho claro e cabelo escuro, ela franziu as sobrancelhas em confusão, percebendo que já havia visto aquele homem antes, mas sem recordar quando; conhecia muita gente, era impossível lembrar-se de tanto rostos.

"Sou o Manuel, não se recorda de mim?" O homem questionou, afastando-se um pouco com uma expressão genuinamente afetada.

Sem conseguir se conter, Kara revirou os olhos para o melodrama do homem desconhecido/conhecido.

"Não, deveria?" Não estava com paciência para lidar com nenhum ato dramático aquela noite, então não mediria suas palavras para falar com quem quer que fosse. Talvez o álcool, sua vontade gritante de ir embora ou o tédio que crescia a cada minuto que se passava, estivessem aumentando ainda mais sua completa incapacidade de demonstrar simpatia, por mínima que fosse.

"Sim, eu acho. Quer dizer, eu lembro bem de você, não tem como não lembrar." Disse sorrindo, como se estivesse se recordando desse dia que a loira não fazia ideia de qual era, e sem fazer questão. Então, franziu as sobrancelhas mais uma vez, em um pedido silencioso para que o homem se explicasse.

"Bom, nós dormimos juntos uma noite. Faz algumas semanas. Estávamos na festa da Cat." Sem necessidade de ouvir mais, Kara soltou um "ahh", batendo as mãos na própria perna pela surpresa de ter encontrado uma das pessoas que havia ficado aquele dia. Estava tão doida pra beber e beijar que nem ligou para identificações.

Apesar de não ser de seu fetio ficar por ficar, havia tido um mês intenso e de trabalho dobrado, e isso somado a vontade de beber para aliviar, jamais daria certo. E de fato, não deu. Não era como se estivesse arrependida, afinal, poderia lamentar por algo sem necessariamente se arrepender daquilo, mas lembrar-se da noite em questão a fazia sentir um gosto amargo na boca, e não por conta da quantia de álcool quase exacerbada que já havia tomado até então.

"Agora eu lembrei. Caraca, uau..." Sem saber o que mais dizer, ela despejou o resto do uísque 'goela' abaixo e voltou ao que estava fazendo antes: observar o movimento do lugar, ficando de olho na irmã bêbada e ignorando completamente o moreno que ainda não havia saído do canto, como se estivesse criando coragem para dizer algo, mas sem conseguir proferir palavra alguma. Kara estava quase o mandando embora, incomodada pela presença petulante, mas nada disse ou fez, apenas continuou parada balançando as pernas enquanto esperava o homem criar o bom senso de deixá-la sozinha novamente.

Finalmente, tentando deixar de lado o incômodo que se instalou ao ver que a mulher havia esquecido da noite que haviam tido juntos (diga-se de passagem, incrível, em sua visão), ele soltou o ar que não sabia estar segurando e andou um pouco até ficar de frente para a mulher, dobrando as pernas sob os pés para poder olhá-la nos olhos e dizer o que tanto queria.

"Você acha que... que... a gente poderia sair qualquer dia? Dessa vez sem tanta bebida no corpo." Ele abaixou a cabeça, rindo do próprio comentário, como se tivesse feito una grande piada, sem ver a expressão de tédio ainda mais forte no rosto de Kara. Sério que ele não se toca? Pensou, tentando não cometer um crime de ódio pela sua paz estar sendo interrompida.

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