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- Acho que ninguém vai te reconhecer se por a máscara e a touca cirúrgica - Marjorie diz enquanto arrumava Martinelli para ir ver Penélope na ala da UTI NEONATAL -

Como Marjorie tinha percebido, Martinelli estava criando afeto e um carinho enorme pela a menina que ela tanto falava. E então a italiana teve uma brilhante ideia de levar o jogador para o hospital em que trabalhava, vestir ele como se fosse um residente e levar o mesmo para ver a bebezinha.

- Você acha que vai dar certo ? - Martinelli diz enquanto estava num dos quartos de descanso com Marjorie -

- Não - Ela diz e ele arregala os olhos, com medo de ser pego e a mulher perder o emprego - Está prontinho ! - ela termina de amarrar a touca cirúrgica atrás da cabeça dele - Oh, que bonitinho.

Marjorie fica de frente para o marido e abre um sorriso por ver ele de uniforme do hospital.  O moreno vestia o pijama cirúrgico dos residentes e uma das toucas de cirurgia de Marjorie. Uma que era verde escuro e tinha dinossauros de desenhos.

- Tá. Agora antes de nós sair, você tenta agir o mais natural possível e não saia do meu lado - ela diz e Martinelli concorda com a cabeça - E se algum cirurgião te chamar para ir em uma cirurgia não vá. Porque nós dois sabemos que você só atrapalharia eles lá, apesar de não saber nada de medicina também.

- Aaah mas eu queria entrar em uma cirurgia.

- Primeiro que você nem sabe a diferença de direita e esquerda, e muito mesmo a diferença entre Pinças de Dissecção e Pinças Hemostáticas. - Marjorie ri e Martinelli levanta as sobrancelhas - Certo, agora vamos ver a Penélope -

Marjorie dá um selinho no homem e ambos saem do quarto e pegam o elevador para ir até a UTI NEONATAL.

- Ela está tão espertinha hoje. Tomara que ela ainda esteja acordada a hora que formos lá. - Marjorie diz animada e Martinelli segura a cintura da mesma dando um abraço de lado -

A porta do elevador se abre e os dois saem e andam até o balcão das enfermeiras que tinha no andar da UTI NEONATAL.

- Olá, vocês poderiam dar o prontuário da Penélope? - Marjorie diz e a enfermeira franze a sobrancelha - Quer dizer...a bebê do leito 05.

A mulher mais velha entrega o prontuário para Marjorie, e Gabriel estava bem quieto atrás da médica/esposa.

- Não sabia que tinha residentes novos no hospital - A enfermeira diz desconfiada -

- Ah, pois é. Ele está de passagem, veio conhecer um caso da neonatal. Ele não é daqui do hospital - Marjorie diz enquanto folhava o prontuário da Penélope -

- E de que hospital ele é?

Merda. Pensou Marjorie.

- Ele...ele?? - a mulher balança a cabeça - Ele é...do hospital do...

- Hospital de...Arsenal - Martinelli diz e Marjorie concorda com a cabeça e logo depois franze as sobrancelhas pelo nome inventado -

- Não conheço.

- Muito menos eu - Marjorie cochicha e Gabriel imita uma tosse falsa para não rir - A gente já vai indo.

Com isso, Marjorie e Martinelli se viram e entram onde estava os leitos dos bebês.

- Hospital do Arsenal, isso foi muito bom - Marjorie ri quando esperava o esposo fechar as portas da UTI -

- Primeira coisa que veio na minha mente - ele diz rindo enquanto caminhava atrás da esposa -

- Aqui está a neném - Marjorie para na frente do leito de Penélope - Oii bebê, eu trouxe uma visita muito especial para você hoje - ela diz ajustando os equipamentos nela - Que bom que você esperou ele acordada, ele estava ansioso para te ver.

Com isso Martinelli se aproxima da incubadora em que estava a bebê.

- Ela é muito linda - Gabriel diz enquanto Marjorie ajustava o sono -

- Não tinha falado ? - Diz Marjorie olhando para a bebê também - Você quer pegar no colo ? -

Gabriel levanta a cabeça.

- Eu posso ?

- Se não derrubar ela. Pode sim.

- Muito engraçada você.

Marjorie ri e então enrola a bebê mais nas cobertas e retira ela da incubadora entregando para Martinelli. Os olhos do homem brilham quando ela está no braços dele.

- Ela é bem pequena não é? - ele pergunta enquanto olhava para a menina nos braços -

- É porque ela nasceu prematura. Nasceu de sete meses.

A mulher explica e Martinelli concorda com a cabeça.

Olhando aquilo, Marjorie pensa em como seria se eles tivesse aquele filho que eles perderam no ano passado. E com toda a certeza, ela via que Gabriel seria um ótimo pai.

O bipe da mulher interrompe seus pensamentos.

- Oh, estão me chamando na emergência - ela diz olhando - Acidente de carro e uma criança ferida - ela direciona o olhar para o marido e a bebê - Eu vou precisar sair, mas se você quiser pode ficar aqui com ela.

- Claro que eu quero.

- Isso era óbvio - Marjorie sorri - Então tá. Eu posso demorar um pouco, mas não saia daqui ok ? Se não pode te confundir com algum residente de verdade e te arrastar para o centro cirúrgico. Apenas fique cuidando da bebê e se alguém perguntar diga que a Doutora De'lucca não deixa você sair daqui ok ? -

Ele balança a cabeça sorrindo.

- Ok. Doutora De'lucca.

- Se algo acontecer com a bebê, chame aquela enfermeira que conversamos agora a pouco e diga para me chamarem. - ele diz preocupada -

- Certo. Mas nada vai acontecer né boneca ? Nós vamos ficar aqui conversando um com o outro - ele diz para a menininha nos braços -

O coração de Marjorie se enche de amor.

- Estou indo então. Se cuidem - Marjorie beija Gabriel e sai da ala da UTI NEONATAL -






[...]

Marjorie demorou cerca de 3 horas. Havia ocorrido um imprevisto e tiveram que levar a criança do acidente para uma cirurgia de emergência. Mas no momento, Marjorie andava até a ala da UTI NEONATAL para ver como Martinelli estava.

Abrindo a porta de vidro da UTI, Marjorie escuta uma voz calma vindo dos fundo. Era de Gabriel.

Ele estava sozinho na ala da neonatal. O jogador estava sentado numa poltrona com Penélope no colo, enquanto contava histórias da sua vida.

- E aí, eu me ajoelhei e pedi ela em casamento na frente do estádio lotado. - Ele diz conversando com a bebê, enquanto estava sentado na poltrona em que Marjorie estava na noite passada -

- E como vai os meus preferidos? - Marjorie diz chegando com as mãos dentro do bolso do jaleco -

- Estamos bem né Pepe ? - Ele olha para a menina depois para a esposa - Ficamos esse tempo que você esteve fora contando histórias da vida. - Martinelli sorri -

- Não teve problemas ? Ela não passou mal ? - Marjorie pergunta preocupada enquanto arrastava outra poltrona para perto deles -

- Não. Para falar a verdade a gente ficou sozinho esse tempo todo aqui. Alguma enfermeira ou outra entrava para ver os outros bebês, mas não me perguntavam nada.

- Oh que bom - Marjorie ri aliviada - Mas e aí ? Quais histórias você já contou para ela ? - ela se encosta na poltrona -

- Contei de como nós conhecemos, do nosso pedido de namoro, de como eu conheci seus pais. Que foi um desastre - ele diz rindo - E do pedido de casamento.

- Já contou para ela quando a gente se mudou para o apartamento de agora ? Essa história é hilária - Marjorie sorri lembrando -

- Ah verdade - Martinelli diz e olha para o bebê que estava nos seus braços - A história foi assim...

𝙀𝙐, 𝙑𝙊𝘾𝙀 𝙀 𝙐𝙈 𝘼𝙉𝙅𝙊 - 𝘎𝘢𝘣𝘳𝘪𝘦𝘭 𝘔𝘢𝘳𝘵𝘪𝘯𝘦𝘭𝘭𝘪Onde histórias criam vida. Descubra agora