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OLHAVA FRIAMENTE para frente

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OLHAVA FRIAMENTE para frente. Em minha frente havia um homem sentado e amarrado na cadeira, Victoria estava ao meu lado com uma mão em meu ombro.

Estávamos no pátio, todos os moradores em minha volta, a família do homem estava chorando e implorando pela vida infeliz do dele.

Mas o mesmo nem sequer se moveu, estávamos em uma troca de olhares e eu não iria desviar, os olhos dele não transmitiam culpa, tristeza, nada, parece que já havia aceitado que morreria ali.

Ele tinha tentado fugir daqui, mas foi idiota, Victoria sempre sai para tomar um ar na madrugada. E ainda me fez acordar para ter que matá-lo, brincadeira em!

A cada dia sei mais como sair daqui, mas não vou conseguir sair sozinha. Vou ter que ter uma ajuda, no caso, alguém para morrer no meu lugar enquanto eu fujo.

Senti algo me cutucar, olhei para Victoria e ela deu um sorriso de lado, me entregou um taco de ferro e sinalizou com a cabeça para que eu andasse para frente.

Podem estar achando que estou sendo uma filha da puta agora, que era melhor eu ter morrido naquela ponte, ou que eu me tornei um monstro.

Realmente não é mentira, tudo isso e verdade, mas não posso mudar meu passado e nem a pessoa que me tornei, mas, como dizem, quando você continua errando, não é um erro e sim quem você é de verdade.

Talvez eu sempre tenha tido uma vontade de matar quem eu quisesse, talvez eu esteja sendo obrigada, a verdade é que novamente os dois estão certos.

Mas agora, eu quero ser a melhor, somente para mim mesma, porque, muitas vezes eu tentei ser a melhor para as pessoas, mas nunca tinha sido o suficiente.

Eu realmente acho me me perdi no personagem, não sei mais quem eu sou!

Nos últimos tempos aprendi muitas coisas, e ela com certeza fizeram parte da minha mudança, e todas aprendi nesse lugar.

O amor acaba quando a traição começa, aprendi isso quando nem estava aqui ainda, foi oque aconteceu comigo algumas vezes, Mason, Harry!

Mas o amor não acabou, por incrível que pareça, nunca acabou.

Certas escolhas são como cicatrizes profundas, nos marcam para a vida toda.

Desde que o apocalipse começou eu sempre olhei no espelho, e eu via tudo, menos eu!

Chorava muitas vezes mas no fim acabava me xingando por pensar que era fraca por estar chorando, mas eu não era fraca,
Nunca fui.

O fato é que eu guardava tanta coisa dentro de mim que quando eu chorava, era como se estivesse pedindo um tipo de ajuda, e como todos sabem, nunca fui socorrida, ninguém nunca me ajudou, as pessoas só me machucaram mais e mais.

Desde sempre as pessoas nunca se culparam pelas coisas que fizeram comigo, mas me julgaram pela reação que tive.

"Você se afastou da gente."
"Você é muito impulsiva."
"A culpa é sua."
"Para de agir assim."

Eu não me afastei, eles me afastaram, eu não sou impulsiva, apenas era pressionada a todo momento. A culpa nunca foi minha, e sim deles. E, sempre que eu parava de agir com maldade, me julgavam.

Qual é a porra do problema dessas pessoas, por que só não me deixam em paz.

Porque até hoje eu não tenho paz?

Acordei do pequeno transe e continuei olhando novamente para o homem em minha frente, segurei o taco com força enquanto me aproximava mais.

"Você é como uma irmã para mim cassie!"
"Oque eu faço agora? Minha mãe morreu!"
"Vou cuidar de vocês e da neném sempre Haley!"
"Cassie, não olha Cassie!"

Eu não lembrava disso, essas frases me fizeram lembrar de coisas novas.

Meus olhos escureceram de ódio, segurei o taco com mais força e bati no homem.

1. 2. 3.. várias vezes até sua cabeça nem se parecer mais com uma cabeça.

- Desgraçada, eu vou te matar, eu te odeio Cassie, te odeio.— ouvia a mulher do homem gritar enquanto ela segurada.

- papai! Para, meu pai.— a filha do homem chorava.

Meus olhos se encheram d'água, parei de batê-lo, tentei regular a respiração.

"Eu não aguento mais. Eu sou um monstro, porque eu sou obrigada a isso? Não é justo!" Essas palavras rodavam pela minha mente.

Fechei meus olhos suspirando e logo dando as costas.

Victoria segurou meu ombro dando um sorriso quase imperceptível, era como se ela sorrisse com os olhos.

Olhei para era apertando o taco, o ódio me consumia e eu lutava comigo mesma para não matá-la ali mesmo.

Me soltei dela e caminhei até meu dormitório.

Cheguei lá e fui ao banheiro, estava com uma calça e um casaco,
Os dois igualmente pretos, me olhei no espelho e tive a visão do meu rosto totalmente cheio de sangue, o sangue de uma vítima que eu novamente fui obrigada a matar.

Segurei os dois lados da pia me apoiando ali, abaixei minha cabeça dando um suspiro.

Tirei o casaco tendo a visão do meu colar, "C" tinha minha inicial nele, lembro de Brooke ter me dado ele.

Peguei um pano e passei sobre meu rosto limpando ele enquanto me olhava no espelho.

Limpei meu pescoço, Mandíbula, queixo.

- eu vou te matar sua filha da puta.— lembrei da voz da mulher do homem.

- eu juro que vou te matar.—

Lembro que ouvi uma vez, "quando as promessas são praticamente impossível de serem cumpridas, tem grandes chances de serem mentira!"

Dei um sorriso do canto quase imperceptível, amarrei meu cabelo.

Me sentei em minha cama olhando para a parede em minha frente com as mãos cruzadas uma na outro.

- mas, eu juro que vou te matar, Victoria.!— falei com todo meu ódio, sentindo meus olhos queimarem.

𝗛𝗘 𝗜𝗦 𝗧𝗛𝗘 𝗘𝗡𝗗 2|| MASON THAMES.Where stories live. Discover now