Capítulo 1

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*POV MARAISA*

Felicidade... Dizem que o objetivo da vida é ser feliz, mas não dizem o preço que pagamos para encontrar a felicidade... A felicidade está nos momentos, nos instantes, nos abraços... Não no fim. A felicidade não é fixa, ela é inconstante, ela te faz a pessoa mais realizada do mundo e em pouco tempo ela vira memória... Memórias... Memórias felizes, que muitas vezes machucam, trazem gatilhos, trazem saudades, levam o pouco de nós, roubam a felicidade que já existiu um dia... Memórias que não tem como voltar atrás... sorrisos que não veremos mais... Pessoas que nos deixam... E a saudade... Aí descobrir o que não fazia ideia: a dor da saudade pode ser a pior de todas! Saudades da felicidade... Saudades do amor... Saudades de quem já fui um dia... Saudades e mais saudades...

Dizem que o tempo cura a dor... Que ele apaga as feridas, mas não existe remédio para um coração partido... Se existe, eu ainda não encontrei e não foi por falta de tentativas... Todo mundo sempre diz que tudo passar, que "dói mas passa". Dizer que dói mas passa é como dizer: a água é molhada. É simples demais dizer isso, é óbvio demais. O que ninguém diz pra gente é como a gente diminui a dor, como fazer para essa dor passar? O que fazemos para suporta-la a cada dia e aprender a lidar com ela?.

A verdade é que a gente não vai esquecer o que nos trás dor, a gente supera algumas dores, mas não esquece. E superar também dói... Superar a dor é difícil... Por que é exaustivo demais, parece que nunca vai parar de doer...

Seja a dor da faltar de alguém, seja a dor da mágoa, do cansaço, dos problemas e ninguém sabe dizer como lidar com isso... Porque ninguém além de nós mesmos tem noção do que estamos sentindo!

Por isso não adianta outras pessoas ou até eu mesma falar que vai passar... Que tem motivos. Você tem que acreditar, você tem que ter os motivos! Mas o que fazer quando os nossos motivos de viver são a razão das dores? Quando as pessoas que você ama estão mais longe? Quando nossos sonhos eram sonhos compartilhados?

São tantas perguntas sem respostas, tantas memórias, tantas saudades, tanto vazio.... Eu não sei quando vou superar isso, e se um dia vou superar... não hoje ou amanhã...daqui uns dias... um mês...Ou mais...Não existe um tempo exato. Mas não desisti... Vivo sobrevivendo de falsas felicidades... Enquanto meu grande amor levou parte do meu coração que ninguém jamais terá novamente...

Maiara: Maraisa... Ei irmã terra chamando!!
-Vejo minha irmã na minha frente me tirando do meu transe.

Mara: Oii Mai, desculpa, o que você estava falando mesmo?

Maiara: Você não escutou nada do que eu falei né! O que tanto pensa metade?

Mara: Nada demais irmã, não se preocupe... Então, por que me chamou?

Maiara: vim avisa que estamos atrasadas para a reunião, vamos logo!!

Olhei o relógio e me assustei quando vi o horário, não percebi o tempo passar e esqueci completamente que hoje teria uma reunião importante no escritório, somos advogadas e estávamos trabalhando em um caso muito difícil esse mês.

Tomei café as pressas e seguir dirigindo com a Maiara para o escritório que ficava no centro de Goiânia.

Eu e Maiara cursamos direito e nos formamos juntas e mesmo sendo bem novas já éramos renomadas na cidade por sempre trabalharmos bem e ganharmos grandes casos. Era um ótimo trabalho, recebia muito bem e éramos respeitadas, mas não foi uma escolha nossa, não que eu não gostasse do que fazia... Muito pelo contrário, com o tempo fui me apegando a isso, mas fomos "obrigadas" pelo nosso pai a seguir o legado dele que também era advogado. Ele sempre quis ter orgulho das filhas e sempre cobrou essa "boa imagem" de nós duas. E por muitas vezes isso foi tão sufocante, não tínhamos voz dentro de casa, mal curtimos a nossa adolescência, pois sempre estávamos estudando ou fazendo alguma atividade com a "alta sociedade de Goiânia".

10 de setembro- Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora