Em tempos de frio é normal que pessoas procurem o calor: seja do toque,... Do afeto... Ou das cobertas.
Eu sempre gostei do frio. Verdadeiramente. Na pele.
E quando ele chegava, nao me escondia, ia de encontro a ele:
Pele a mostra... Sorriso... A mostra.Sempre gostei de dançar na chuva. Pés descalços, cabelos soltos, alma liberta.
E nesses momentos, sentindo a vida, a selgageria pulsar pelas minhas veias... Olhava para cima, para os céus e... Inspirava.
Como se pudesse absorver aquele momento, aquelas gotas contra minha pele, aquele frio adentrando meus ossos, o sentimento de enfim estar viva e livre e o desespero de voltar a apenas sobreviver assim que a tempestade passasse.Tudo isso em um único fôlego, tudo isso demostrado quando, então, eu gritava.
Espelindo aquela alegria feral que rugia em minha cabeça, ao mundo, com todo o meu ar...E então eu ria.
E chorava.
E repetia.
Tudo de novo.
Pelo máximo de tempo que eu pudesse.
Pelo máximo de tempo pois aquilo era nada mais que um sonho selvagem.Pois eram esses os momentos em que, de fato, eu me sentia acordada, alerta...
Pois... pois: "não passamos de bestas selvagens vestindo peles humanas"
E era aquele o momento em que nos libertavamos dessas cascas.