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— Fique calma Aisha ela vai ficar bem.— A senhora Bennett sussurra próximo ao meu ouvido.— Ela tem que ficar— Sua voz era manhosa me deixando ainda mais triste.

Lucca estava ao meu lado com os dedos entrelaçados nós meus me deixando ainda mais assustada com toda aquela cena.

Um homem vestido de branco caminha até próximo de nós com o olhar baixo.

Será que minha mãe estava bem.

Sinto muito,ela não resistiu aos ferimentos,Lucy infelizmente faleceu.

Não.Mãe não.Não me deixe por favor.

Me solto de Lucca que chorava sem parar e começo a correr deixando Puppy,meu ursinho,cair.

Aisha.— A senhora Bennett grita mas continuo correndo sem rumo.

Meu coração doía sem parar,minha mãe não.

Eu quase não enxergava por que meus olhos estavam banhados de lágrimas que escorriam sem parar.

Entro de baixo de uma maca no corredor e me encolho tampando meus olhos com as mãos.

Não me deixe mãe.

Por favor.

Não me deixe.

Como eu vou viver sem você.

Quem que vai amarrar meus tênis todos os dias antes que eu vá pra escola.

Quem que vai me dar chocolate quando eu tirar notas altas na escola.

Quem que vai me levar para o primeiro dia de aula no segundo ano e me acalmar para que eu não fique com medo.

Não chora Isis.— Lucca estava sentado ao meu lado com a mão no meu cabelo.Ergo a cabeça devagar observando seus olhos inchados de tanto chorar.— Eu vou cuidar de você.— Ele faz carinho na minha cabeça e choro ainda mais.Você deixou cair.—Ele me entrega Puppy com um sorrisinho abatido no rosto.

Acordo suando frio,meus olhos estavam banhados de lágrimas e eu quase não conseguia respirar.

Como eu queria que fosse um sonho,mais eram apenas lembranças,lembranças horríveis.
Parece que foi ontem que eu estava com sete anos no velório da minha mãe.Lucca não tinha saído do meu lado nem por um segundo se quer.

Eu sinto tanto a sua falta mãe.

Tento puxar o ar para os meus pulmões mais nada.

Eu não conseguia respirar.

Inspira e expira .

— Respira Aisha.-Sussurro sem voz.— R...respira.

Meu celular não parava de tocar mais não conseguia alcança-lo.

— Respira Aisha,RESPIRA.— A voz da minha mãe invade a minha cabeça e logo puxo o ar com força sentindo ele entrar no meu corpo.

Porra!

Fico minutos na mesma posição ainda recuperando o fôlego.

Estico meu braço até a cabeceira da cama pegando meu celular que não havia uma chamada se quer perdida.Foi coisa da minha cabeça.

Já eram cinco horas da manhã ou seja teria aula daqui duas horas.

Me levanto indo lentamente até o banheiro me arrumar,para ir aquela droga de escola.

Como eu odiava aquele lugarzinho chechelento.

Observo minha imagem horrível na frente do espelho me sentindo ainda pior.Em baixo dos meus olhos haviam olheiras profundas,duas espinhas imensas estavam nas minhas bochechas e meus lábios estavam ressecados e minha pele pálida de tão branca me fazendo parecer um cadáver.

Eu estava feia,não que antes eu não fosse.Mais agora eu estava dez vezes pior.

Hoje sem dúvidas eu precisaria de um kilo de maquiagem para esconder esse monstro.

•••

— Bom dia amor meu.— Kate quase pulou em cima de mim assim que abri a porta já pronta pra ir a escola.— Dormiu bem?Por que eu dormi, inclusive muito bem acompanhada.— Sorriu para a morena feliz por sua alegria que era contagiante.

— Eu também dormi muito bem.— Minto enquanto tranco a porta de casa.

— Aquilo que você presenciou por poucos segundos durou por varias e várias horas.— Ela suspira de olhos fechados e sorriu envergonhada.— Eu não faço a mínima ideia de que horas aquelas pessoas foram embora da minha casa porque eu fiquei muito,muito ocupada.— Tento ao máximo não revirar os olhos e sorri envergonhada.

— Eu fui dormir cedo nem fiquei até o final .—Nos duas caminhamos até a porche vermelha que Kate havia ganhado no seu aniversário passado ,logo a morena deu partida e entramos na estrada.

— Lucca foi embora agora pouco lá de casa.Ele falou que me via mais tarde na escola.— Ela não parava de sorrir.— Então quer dizer que nós teremos o amanhã.Eu acho que esse ano será um dos melhores da minha vida.— Sorriu e me lembro do encontro que  tenho com o primo dela,e que eu a contaria ontem se não fosse pelos outros acontecimentos.Engulo seco tentando apagar aquelas obscenidades da minha mente.

— Meu deus,eu esqueci de te contar.— Ela me olha com um pequeno sorriso malicioso nos lábios.— O seu primo me chamou pra almoçar hoje.— Suas sombrancelhas se arqueiam como se não fosse essa a resposta que ela esperava.

Uau, o Nick?Ele não é dessas coisas,que estranho.— Arqueio as sombrancelhas a encarando.
— Geralmente ele,bem,como eu posso dizer para a minha querida amiga virgem.— Ela pisca várias vezes desfazendo o sorriso aos poucos— Ele só fode com as garotas,sem esse negócio de sentimento sabe,tipo,durante toda a sua vida ele só teve uma namorada e ele só a traia.Depois deles terminarem ele não fodia mais de uma vez a mesma garota e nunca,nunca mesmo chamava uma garota pra sair ou pra qualquer lugar que não fosse um bar ou uma boate qualquer sem segundas intenções,
óbvio.

— E como é que você me apresenta ele,perdeu o juízo.— Digo irritada e espantada com a garota e ela revira os olhos.— E agora como eu vou sair com ele ?

— Eu apresentei vocês porque apesar de tudo ele fode bem pra caralho,e como você e virgem pensei que a sua primeira vez deveria ser boa cheia de prazer e não com um lunático que não sabe nem ao menos chupar uma buceta.Mais é estranho Nick não ter te fudido.Ele tentou?

— O quê?Não,credo.— Digo rapidamente,porque a minha honra dependia da resposta.— Ele nem cogitou qualquer aproximação envolvendo esse tipo de coisa.

— Muito estranho isso.Ele deve ter enjoado de buceta e agora está a procura de amigas.Então isso talvez não seja um encontro.— Olho para frente ignorando as últimas palavras de Kate que atingiram meu ego.

Porque ele não iria querer sair comigo?

Por que sempre os garotos queriam ser meus amigos e nunca nada a mais.

Observei durante longos minutos em silêncio aquele prédio enorme a nossa frente.Cheio de pessoas aos redores e carros lindos ao lado e na frente do de Kate.

Ajeito uma mecha de cabelo atrás da orelha sentindo um frio na barriga que me fez encolher no acento fazendo me sentir no quinto ano novamente.

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