único

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Depois de um dia exaustivo de treino, os jogadores do Tottenham foram para ducha e rapidamente trocaram-se para sair dali, era um sexta-feira e todos queriam chegar em casa o mais breve possível.

Bom, nem todos, afinal, Richarlison caminhava lentamente pelos corredores até chegar no vestiário praticamente vazio, se não fosse por Son. O brasileiro foi se aproximando do homem sentado em um dos bancos que existia no local e parecia completamente concentrado no vídeo que assistia no celular. Por estar com fone de ouvido, não escutou quando Richarlison chegou atrás dele vendo que o coreano encontrava-se assistindo um vídeo de Casimiro Miguel. Era a entrevista que cedeu ao canal com Diogo Defante. Ele tentava lembrar o que havia dito quando finalmente Son o notou.

— Ah, oi! O que você está fazendo atrás de mim no silêncio?

— Eu que te pergunto, por que tá vendo um vídeo em português se não entende nada?

Son riu, era verdade que estava em português, e que entendia poucas palavras, entretanto o canal no Youtube era enorme e já disponibilizava legenda para quem quisessem usufruir do conteúdo.

— Sabe o que é legenda? O mundo globalizou, meu querido amigo.

Ele responde tentando voltar ao seu vídeo, mas Richarlison não parecia disposto a deixar tão facilmente.

— Amigo é? Hm! Tira o fone, eu quero escutar também, falei tanta coisa com tantas pessoas que nem lembro mais.

Mesmo pedindo para o outro tirar, o brasileiro levou suas mãos até a orelha de Son, demorando mais do que o necessário para tirar o objeto, pousando um carinho confortável no local. O mais velho nada disse, apenas desligou o bluetooth podendo compartilhando o áudio pelo ambiente, mesmo que no momento, a entrevista esteja pausada.

— Sim amigo, se minha memória não falha, e ela não falha, foi você quem sugeriu uma amizade colorida.

O tom frisando em amizade arrepiou o atacante mais novo. Imaginar Son com outra pessoa lhe dava gastura, uma ânsia, apenas pensar já fazia um mal danado. Realmente não sabia o que se passava pela sua cabeça quando sugeriu tal coisa.

— Até quando vai me crucificar por isso? Fui burro, eu admito. Te ter comigo, é tudo o que mais importa e aquela ideia imbecil foi um delírio. Você sabe muito bem que me amarrou direitinho, não conseguia e nem consigo pensar em alguém além de ti.

As mãos que estavam nas orelhas percorreram para o rosto e fizeram carinho com o polegar. Ele conhecia cada detalhe do rosto de Son, era como um mapa que adorava se perder mesmo sabendo todo o caminho.

Estavam no vestiário ainda, porém, tudo o que importava era aproximar seu rosto do outro, sentir o cheiro, respiração e finalmente encostar seus lábios nos dele. E assim foi feito. As línguas se reconhecem automaticamente e o sabor é de saudade, mesmo que não faça muito tempo que tenham se beijado. A última vez foi... hoje de manhã?

Richarlison puxa o lábio inferior de Son quando estavam ficando sem ar e precisavam se afastar. Nisso um som adorável sai da boca do mais velho, instigando Richarlison a colocar a mão em sua cintura, trazendo mais perto possível e como já estavam colados, acabou sentando-o no colo.

— Belíssima declaração, espero que tenha vindo do fundo do coração mesmo, meu namorado.

Se antes o estômago do mais novo reclamou do tom utilizado, agora ele revirou de novo, mas com outro sentimento. Son havia colocado a mão em cima do coração do outro enquanto falava e com certeza sentiu a aceleração que o órgão fez quando escutou as palavras dele. Richarlison poderia escutar o homem o chamar assim várias vezes e nunca iria perder o brilho de tê-lo chamando de namorado. Lembrar que ele é chamado assim por Son faz uma festa com capacidade de mil pessoas bombar em seu interior.

Ainda em cima de Richarlison, Son se moveu para se ajustar a nova posição e nisso o mais novo pensou ter ido ao céu. No reflexo do ato, ele volta a mão na cintura, mais especificamente, nos quadris do jogador, incentivando-o a continuar se movimentando.

— Richi... estamos no trabalho ainda.

Ele dizia isso, mas deixou ser comandado pelas mãos grandes em seu corpo, o guiando para cima e baixo no ritmo lento, apenas para atiçar ambos.

— Eu não estou fazendo nada, Sonny.

Quando Son inclinou a cabeça para trás, seus dedos deram play no vídeo novamente, despertando-os das sensações que estavam imersos.

"O Brasil todo conhece o pombo, e a rolinha tem como mostra pra mim?"

E no momento que Richarlison escuta o áudio que saia do celular do mais velho, cai na risada, deixando o coreano confuso e fazendo olhar para o vídeo, voltando um pouco e conseguindo ler a legenda.

— Ele disso isso mesmo? Não é erro de tradução?

Son pergunta espantado para o brasileiro, que continuava rindo sem parar.

— Isso não foi no meio de uma transmissão profissional? Eles podem realmente perguntar isso?

Continuava com a enxurrada de perguntas alternando o olhar entre o celular e o rosto de Richarlison. Ainda se encontrava sentado nas coxas fortes do mais novo, levemente acordado da mesma forma que o outro, mesmo com o balde de água fria que o vídeo jogou entre os dois.

— Assim, não sei se podia, mas foi feito de qualquer jeito.

Acomodava o rosto no pescoço do coreano, dando beijos rápidos e molhados em todo o espaço. Da última vez em que tentou marcar, foi severamente repreendido por ele e desde então se segurava para não repetir. Son estava respirando fundo segurando a nuca raspada do outro, sentido os cabelos querendo nascer devagar por ali, quando sentiu a boca de Richarlison subir para sua orelha e sussurrar.

— Ei, eu não mostrei pra ele, mas posso pra você... o que acha?

Olhando-se com sorrisos cúmplices, Richarlison levantou o outro no colo, sem ao nem esperar uma resposta para aquela pergunta. Ajeitou suas coisas e observou Son arrumar seus cabelos e roupas que ficaram amassadas devido às circunstâncias. Ele queria bagunçar o mais velho ali mesmo de novo, mas apenas pegou sua mão e saiu arrastando o seu namorado para o carro, ansioso para o momento que chegasse em seu apartamento para mostrar porque seu apelido era pombo.

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