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"...e pela primeira vez que te vi pensei que não tinhas medo de nada, nem da morte. Agora, pela última vez que te vi gritavas desesperada por ajuda para não morreres. E eu não fiz nada."
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POV NARRADORA
Cecília passeava pelos vários corredores da escola, que eram realmente muito cheios de pessoas, o que ela não apreciava. Chegando ao seu cacifo, tirou os livros da parte da tarde.
- VISTE AS NOTÍCIAS? - berrou Mariana Silva, o que fez com que todos a observassem.
- Fala mais alto. - Cecília fechou o cacifo.
- A Iara, a miúda mais gira e popular desta escola, está morta! - Silva fala com um tom de choque enquanto as duas vão para a cantina.
- Nunca pensei que poderia lhe acontecer tal coisa... - Cecília disse.
Enquanto andavam pelos corredores, encontraram Kaline, que estava com um papel cheio de anotações estranhas. Desenhos, setas, textos, e muitos riscos.
As três chegaram à cantina e foram ter com Mari, André e Íris, que tinham "reservado a mesa". Era realmente difícil conseguir estar numa mesa daquelas, porque estava sempre ocupada.
- Eu nem sei como não comecei a gritar na aula de matemática. - Mari diz colocando as mãos na cabeça.
- A matéria era fácil demais. - Silva afirma.
- Concordo. - diz André depois de comer um pedaço de carne.
- Que se lixe a aula, olhem isto. - Kaline mostra a tal folha estranha, que deixa todos confusos.
- Foi essa porcaria que fizeste na aula? - Cecília pergunta levantando as sobrancelhas.
Kaline revira os olhos. - Todos já sabem que ontem a Iara... - ela faz uma pausa. - Continuando, a morte dela foi tão estranha...
- Mas ainda não disseram como foi a morte dela... - Íris diz confusa.
- Sabes, o meu tio é polícia e ele viu o corpo e contou-me os detalhes de tudo.
- E como estava? - Silva pergunta curiosa.
- Os olhos arrancados, os ossos todos partidos e sangue para todo lado. - Kaline disse apontando para o desenho que ela tinha feito.
- Que horrível. - disse Mari desacreditada.
- E já têm algum suspeito? - André perguntou.
- Sim, o miúdo da casa ao lado, o Miguel. - Kaline disse guardando o desenho no bolso do casaco.
- O Miguel? Ele é um amor de pessoa. - Silva diz.
- Eu suspeito que foi algum espírito maligno. - Kaline diz deixando todos a olhar para ela confusos.
- Kaline, eu sei que tu adoras esse tipo de coisas sombrias, mas não é hora de criar esse tipo de teorias. - Cecília diz.
André levanta-se da mesa levando a sua marmita em saco com um unicórnio, o que faz com que Mari tenha um ataque de riso.
- Ei! Era o único saco que tinha disponível em minha casa. - André diz furioso e vai embora da cantina.
- Vocês não acreditam em mim? - Kaline questiona.
- Kaline, vamos esperar por mais noticias. - Íris diz levantando-se da mesa.
Mari e Cecília também se levantam e vão embora de cantina.
- Acreditas em mim Mariana? - Kaline pega na mão de Mariana.
- Acredito. - ela diz olhando para Kaline.
O altifalante começa a fazer ruídos insuportáveis, o que faz com que todos que estão na cantina tapem os ouvidos.
- Olá alunos. Queríamos solicitar que todos se dirijam para o ginásio da escola. - o diretor diz.
Todos saiem da cantina e vão para o ginásio da escola.
Depois de chegarem ao ginásio, Kaline e Mariana Silva avistam André, Íris, Ceci e Mari sentados nos bancos do ginásio.
Elas vão ter até eles e falam sobre o que pode ser isto.
- O meu tio! - Kaline aponta para um homem com uniforme da polícia com uma barba gigante.
O diretor aproxima-se de um microfone colocado no meio do ginásio e tira um papel do bolso das calças e começa a ler.
- Olá alunos da escola Ratos e Gatos do 2° e 3° Ciclo. Como sabem, infelizmente algo terrível ocorreu ontem. A nossa aluna Iara Matos, uma menina linda e encantadora, foi brutalmente assassinada. - ele faz uma pausa longa. - Sentimos muito pela família e amigos da aluna e mandamos forças para todos. A justiça será feita. - ele dá um passo atrás e um rapaz vai para junto do microfone.
- Agora irei ler um poema que fiz em homenagem à Iara.
O rapaz começa a ler o poema. Muita gente começa a chorar, o que é normal já que a Iara era amiga de muita gente.
Quando o poema acabou, todos bateram palmas. O rapaz afastou- se e o tio da Kaline aproximou-se do microfone.
- Bom dia, queria pedir a todos que, se tiverem noticias, por favor liguem para a polícia. Não tenham medo. - o tio dela afasta-se do microfone.
Dois homens colocam um quadro no ginásio com a foto da Iara. Está escrito, em homenagem a Iara Matos "2008-2023".
Depois disso, a campainha toca e algumas pessoas saiem da escola, outras entram e outras permanecem.
- O que acham de ir para minha casa hoje depois do almoço? - Mari pergunta.
Todos concordam e vão para suas casas almoçar para depois irem para casa da Mari.
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𝐄𝐕𝐈𝐋
Fanfiction"...e pela primeira vez que te vi pensei que não tinhas medo de nada, nem da morte. Agora, pela última vez que te vi gritavas desesperada por ajuda para não morreres. E eu não fiz nada." - Há algum limite para o mal? Parece que não... ------- • Hist...