𝘿𝙊𝙉'𝙏 𝘽𝙇𝘼𝙈𝙀 𝙈𝙀 - 𝙅𝙀𝙉𝙉𝘼 𝙊𝙍𝙏𝙀𝙂𝘼

❝ 𝙑𝙤𝙘𝙚̂ 𝙣𝙪𝙣𝙘𝙖 𝙡𝙞𝙙𝙤𝙪 𝙗𝙚𝙢 𝙘𝙤𝙢 𝙘𝙤𝙢𝙚𝙣𝙩𝙖́𝙧𝙞𝙤𝙨 𝙣𝙚𝙜𝙖𝙩𝙞𝙫𝙤𝙨..❞ 𝘾𝘼𝙋𝙄𝙏𝙐𝙇𝙊 𝙐𝙈

11 de Outubro de 2023, 09:32, Daphne's House

EU ESTAVA VIRANDO A PÁGINA DO LIVRO QUE ESTAVA LENDO quando ouço batidas na porta da minha casa. Me levanto da cama animadamente e desço as escadas correndo. Sem nem perguntar quem estava do outro lado, eu abri a porta.

Quem estava ali era April Carter e Eloise Miller, minhas melhores amigas desde que eu tinha oito anos. Conheci as duas na minha primeira aula de balé e a parti daí nós nos tornamos inseparáveis. Elas avisaram que viriam aqui pra casa assim que viram os comentários na minha publicação no Instagram. Não impedi elas porque no final das contas, eu precisava mesmo da presença delas.

– Ah Daph, eu sinto muito por aqueles comentários. – Eloise lamentou assim que eu abri a porta e logo me abraçou. A Miller sempre foi a mais carinhosa entre nós três, ação que irritava muito a April já que a mesma odiava contato físico e demonstrações exageradas de afeto.

– Pelo amor de Deus, Loise, abraço a essa hora da manhã? – A Carter reclamou atrás da loira, atraindo a minha atenção para ela.

– Não seja tão grossa com a Eloise, April. – Falei me desvencilhando do abraço de Eloíse e voltando o meu olhar para a morena.

April Carter era uma pessoa que na visão dos outros era bastante grossa e fechada mas no fundo a garota demonstrava carinho tanto quanto Eloise, só que do jeitinho dela.

– Entra gente, vou pegar alguma coisa pra gente comer.

Caminhei até a cozinha e logo ouvi a morena reclamar sobre os comentários da minha foto. Eu estava tentando fingir que aquela situação não havia me afetado mas aquilo tinha me magoado. Ouvir de um monte de pessoas que você não tem chance nenhuma com a garota que você tem uma paixonite absurda é bem cruel. Tudo bem que Jenna é super famosa e nunca nem ia ver a foto que eu marquei ela mas mesmo assim, magoa sabe?

– Sinceramente acho que você deveria mandar eles irem se fud– April foi interrompida quando Loise jogou uma das almofadas do sofa na cara da garota impedindo que ela xingasse. Ri com a interação delas. Elas duas são o completo oposto uma da outra e mesmo que ambas fiquem de implicância toda hora, eu sei que no fundo elas se amam mais que tudo.

– Chega de briga vocês duas. Parecem duas crianças! – Repreendi ambas enquanto colocava o prato com cookies de chocolate na mesinha na sala.

– Falou a adulta.. – Pril murmurou mordiscando uma das guloseimas.

– Tecnicamente eu sou, trouxa.

– Depois eu que sou a infantil – Loise falou pegando um dos biscoitos.

– Você é infantil mas voltando ao assunto, por que aquelas pessoas começaram a te xingar do nada? Tipo, tem um monte de gente postando fotos com a mesma legenda que a sua, ou até piores, e eles vão atacar justamente você? Não faz sentido algum.

– Eu não faço a mínima ideia, Pril, mas relaxa eu não to me importando isso.

– Para de ser falsa, Daphne. Eu e April sabemos que você tá se importando muito com essa história toda. Você nunca lidou bem com comentários negativos.

Mordi a minha bochecha por conta do nervosismo. A Miller estava certa mas é tão difícil admitir isso em voz alta.

– Você não precisava falar sobre isso agora se não quiser, tá certo? E talvez, só talvez, a gente possa assistir aquela documentário da Taylor Swift que você vive falando sobre.

Quando April disse isso, um enorme sorriso apareceu em meu rosto. A Carter nunca gostou muito da Taylor e sugerir que nós três assistíssemos algo da cantora me deixou bastante animada.

Dei um gritinho animado e segurei a mão das duas as levando para o meu quarto. Chegando lá, eu liguei a Netflix e começamos a assistir o documentário.

Após umas duas horas, nós três estávamos no chão do meu quarto conversando sobre basicamente tudo. Essa era uma das  coisas que eu mais amava em nossa amizade, a conversa fluía naturalmente independente da situação.

– Mas assim, Daphne, quando que você vai parar de só se apaixonar por gente famosa e começar a se interessar por pessoas que estão disponíveis para você? – Eloise perguntou enquanto deitava a cabeça no ombro que April que logo a empurrou para longe.

– Eu não me apaixono só por gente famosa.

– Duvidei! – A morena exclamou soltando uma risada no final da frase que logo foi acompanhada pela Miller.

– Tá, tá. Eu só me apaixono por gente famosa. – Admiti – Mas as duas sabem muito bem o motivo.

– A gente sabe? – Loise perguntou com uma careta fofa. Pril revirou os olhos antes de responder a garota.

– É por causa da Julie Blythe, lerda.

Julie Blythe foi a primeira pessoa que eu me apaixonei. Nós tínhamos quatorze anos quando nos conhecemos por meio de uma esbarro no meio da escola. Meio clichê, não é? E como boa leitora que sou, achei que isso fosse um sinal que eu e ela iríamos ficar juntas. A gente até chegou a ter um rolo mas nada muito sério. Julie e eu estávamos ficando a alguns meses e resolvi pedir a garota em namoro, ela recusou e disse que "não estava pronta para um relacionamento", eu falei que estava tudo bem e que a gente poderia pelo menos ter uma amizade. Duas semanas depois, descobri que ela estava namorando uma das minhas amigas da época, Estela Histon, que inclusive sabia que eu era apaixonada por Julie.

Como o esperado, fiquei arrasada e prometi para mim mesma que só me apaixonaria por pessoas famosas a partir daquele dia. Parece algo bobo mas está me ajudando a não ter decepções amorosas até hoje já que como são pessoas famosas, elas nunca nem iriam saber da minha existência, eu nunca teria nada com elas e não iria sofrer caso algo desse errado.

– Eu não sou lerda, April, só sou desatenta. É diferente.

– Ah claro, muito diferente..

Nós três rimos mas um barulho barulho de notificação me fez tirar a atenção das minhas amigas e a colocar sobre o meu celular.

– PUTA MERDA! – Soltei um grito e joguei o aparelho em minha cama quando vi o que tinha na barra de notificações.

         "  @ᴊᴇɴɴᴀᴏʀᴛᴇɢᴀ ᴄᴏᴍᴇᴄ̧ᴏᴜ ᴀ sᴇɢᴜɪʀ ᴠᴏᴄᴇ̂ "