E o que a gente faz agora, Xande?

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Tudo não havia passado de um péssimo pesadelo de Guizo onde nele, ele perdia a pessoa que ele mais amava. Por um segundo, Guizo sentiu seu peito apertar e vontade de chorar invadir sua mente, assim como a de correr até o quarto de seu amigo para ver se ele realmente estava bem.

Seu corpo tremia pelo medo, pelo frio, pela ansiedade de algo que ainda não aconteceu. Sua boca estava seca e rachada pelas arfadas de ar que ele deu quando a realidade bateu.

Guizo levantou-se indo até a cozinha de sua casa pegando um copo d'água virando-o de uma vez. Desde que os cincos mataram aquele monstro no beco da pizzaria, Guilherme nunca mais teve sonhos agradáveis, embora ele gostasse de algumas esquisitices, isso não significava que ele gostava de ver seu melhor amigo se matar tão lentamente e de uma forma tão cruel.

Xande estava dormindo no quarto ao lado do seu, pois seus pais haviam viajados e o garoto insistiu em não deixar o amigo sozinho, mas como estava se tornando costume a estadia de Alexandre em sua casa, o quarto que ele dormia já era praticamente dele.

Guizo bebeu mais dois copos-d'água antes de lavar o copo para guardá-lo, o garoto pode ouvir o ranger da madeira do assoalho e percebeu que tinha companhia, a certeza só veio quando os braços nus de Xande agarraram seu pescoço.

— Que susto! - Falou enquanto enxaguava o copo. — Eu tentei ser o mais silencioso possível.

— E foi, mas eu tô meio sem sono. - Respondeu apoiando-se na pia, Guizo olhou-o preocupado. — Tava pensando na Dara e no Vicente, eles tinham um encontro hoje.

— Você ainda tá nessa? Eles tão quase namorando e tu tá apaixonado por ela ainda? - Questionou Guizo indignado, Xande coçou a nuca envergonhado e o avermelhado riu.

— Acontece. - Deu de ombros apoiando a cabeça no armário. — Mas eu acho que eu to carente, por isso tô nessa ainda.

— Carência? - Indagou ficando de frente para o mais alto e apertou suas bochechas. — Vou te dar um ursinho de pelúcia para matar a carência. - Brincou sorrindo para o amigo que deu uma leve risada.

Guizo quase pulou quando as mãos de Xande pousaram em sua cintura, ele estranhou ação do mesmo, mas não questionou, ele se deixou ficar naquela posição constrangedora por um tempo.
Guizo observava Xande melhor agora com a proximidade.

O garoto tinha uma mania que Guilherme considerava irritante que era dormir sem camisa e usar somente um shorts confortável amarelinho, já que ele fazia isso mesmo quando não estava em sua casa, seu cabelo estava preso em um coque que quase desmanchavam de tão mau feito.
O avermelhado podia sentir a pele quente de Xande através de suas vestes finas de pijama.

O garoto mais uma vez assustou-se quando as mãos que antes só repousavam por sua cintura começaram a se mover, uma em direção ao seu pescoço e a outra permaneceu em sua cintura. Guizo sentia o olhar fixo de Xande em seus lábios e ao mesmo tempo em seus olhos, como se pedisse permissão para atacar, mas o avermelhado estava tão fora de órbita que não raciocinava nada.

— Precisa mesmo ser um ursinho? Não pode ser você? - A voz de Xande soou tão cafajeste neste momento que Guizo nem se ligou o quão errada era essa frase. Ele somente enfiou as mãos no cabelo de Alexandre desfazendo o coque e o puxando para um beijo.

Era um beijo desengonçado, mas que demonstrava um desejo absurdo de ambas as partes. Guizo puxava levemente os fios de Xande e outro apertava suavemente seu pescoço mantendo sua boca próxima a dele. Quando o ar faltou em seus pulmões, Xande se afastou minimamente enquanto mordeu o lábio inferior de Guizo arrancando um gemido sôfrego do mesmo. O rosto do avermelhado estava corado e seus lábios estavam enchadinhos.

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