||Anna estrella||
Rocinha,RJ.
05:22,Amescutei um barulho alto, que me fez dar um pulo da cama rápido me fazendo ficar sentada na mesma, puta que pariu tô vendo tudo preto, levo as mãos até a cabeça na tentativa de fazer tudo parar de rodar.
filha da puta da pressão baixa.
não posso levantar rápido dos lugares, sempre acontece isso, depois da tontura passar me levanto questionando de onde veio o barulho até que alguém me chama e eu reconheço a voz.
Ret: anna, tá aí porra? – me chama mais uma vez e eu escuto algo cair no chão
— Tô aqui caralho, uma hora dessa e tu já tá assim? – indago ao ver seu estado, camisa no ombro, cheirando a droga e bebida, e com olheiras.
nada fora do normal.
Ret: – cheguei da penha agora, não quero ir pra casa da minha coroa, uma hora dessa já tá de pé e vai encher meu saco, vim tomar um banho aqui – avisou encarando um quadro de vidro cujo agora está no chão todo quebrado – aí foi mal quebrei teu bagulho
— Se você não fala eu nem via acreditar ?– sorrio debochando – vai tomar um banho logo tá fedendo, um macho desse com medo da mãe, nem parece que mata gente
assim que eu falo ele manda dedo e diz um "toma no cu otaria" e passa direto pra o banheiro.
Ret é sub daqui da Rocinha, manda e desmanda junto com o Barão, começou ir pra o mal caminho quando era novinho, era um pião, ninguém dava nada, por quê? bom ele era viciado, cheirava e injetava tudo, não é qualquer um que consegue vender e não usar.
eu sempre via ele por aí, mas nunca tive contado, um dia quando eu tava vindo do trabalho me encontrei com um cara jogado no chão se contorcendo, e saindo uma coisa branca da boca dele, era ele, tendo uma orverdose, cara quanse morreu, mais conseguimos salvar a tempo.
foi maior sufoco pra tirar ele do vício, pra fazer ele querer sair, hoje em dia ele só fuma muita maconha, as vezes cheira e acha que eu não percebo, mas dá sim pra perceber.
isso foi a uns 4 anos atrás, eu tinha quinze anos na época e agora tenho dezenove, moro sozinha desde meus quinze, morava com minha mãe, mas ela morreu porque tava no lugar errado e na hora errada, não pude nem me despedir, quatro tiro no rosto, três na barriga.
minha mãe era maravilhosa, trabalhava mais do que respirava, fazia de tudo pra nunca faltar nada pra mim, me deu todo amor do mundo, ela era a melhor, daí eu tive que me virar sozinha, não tinha mais família.
fiz coisas que nunca me imaginei fazer só pra não passar fome, hoje em dia não faço mais.
eu já trabalhava nun barzinho quando minha mãe era viva, só que era só depois do meio dia, que era quando eu largava da escola, mas tive que abandonar o colégio, passei a trabalhar o dia todo, das oito e meia da noite até às onze da noite, ganhava pouco, mas dava pra o aluguel, água, comida e luz.
cancelei a Internet, os luxos, as saídas.
não tinha tempo nem dinheiro pra isso.
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Até que volte para mim
Fanfictionse nada é de ninguém tudo pode ser seu, isso é tipo um assalto