Madisson olhava para o teto de seu quarto escuro, a chuva atacava a janela furiosamente, enquanto ela sentia algumas gotículas espirrarem ao pé da cama. Mesmo que mais da metade da janela estivesse fechada, sobrando apenas uma fresta para circular o ar.
Mads já havia meio que se acostumado com a pequena dorzinha que se instalou em seu peito, não havia muito o que fazer.
Há dois dias ela estava possessa de raiva quanto a Aidan, mas naquela madrugada, não mais.
Pelo menos não tanto quanto antes.
Estava sendo como ele mesmo havia dito em sua carta, "não podemos obrigar pessoas a ficarem."
Estava certo de que poderia dar motivos para ela não ir embora, mas Mads não tinha muitos motivos para oferecer a ele.
Quer dizer, Madisson não era espetacularmente bela, por mais que Heather fosse a porra de um pé no saco, a loira ainda sim era mais bonita. Era melhor.
Isso não a deprimia totalmente, não era como se Mads não tivesse uma boa autoestima. Mas é certo de que algumas pessoas são mais bonitas do que as outras, e não há muito o que se fazer quanto a isso.
Deitando-se de lado e cobrindo-se até as bochechas com o cobertor quentinho, Madisson se sentiu confortável em seu próprio quarto pela primeira vez em muito tempo.
Ela não sabia muito bem se era pela chuva, já que chuvas têm um poder curador que lava suas dores e relaxa sua alma, mas ela se sentiu confortável e bem pela primeira vez em uma semana.
As vezes Madisson se perguntava se Aidan fugiu, talvez o flagra no corredor junto da loira tivesse sido demais para ele, e com isso, ele simplesmente decidiu cortar laços invés de se explicar.
Covardia. Isso seria covardia.
Respirando fundo, Mads fecha seus olhos e se aconchega melhor na cama fofinha, sentindo a brisa gostosa da chuva se espalhar em seu rosto.
Quando Mads estava quase pegando no sono com o barulho da chuva e alguns respingos distantes atingindo sua bochecha, um barulho alto a fez pular em sua cama.
Era como se algum tipo de vidro tivesse quebrado dentro de seu próprio quarto.
Madisson observou o lugar a sua volta, não havia sinais de um intruso. Então ela pensou, estava acontecendo fora do quarto.
A varanda de Aidan!
A garota sentiu um gosto estranho na base da língua, como se estivesse prestes a vomitar.
Depois de tanto tempo, será que Aidan finalmente havia voltado?
Madisson estava com medo de descobrir, pela primeira vez, sua curiosidade ficou de lado quando ela permaneceu sentada na cama, temendo ir até a janela.
Uma respiração, duas. Foi quando ela ouviu como se fossem socos em uma plataforma de madeira.
Deixando sua curiosidade a tomar, Mads se esgueira para fora da cama, os pés quentes causando um arrepio em suas pernas quando entraram em contato com o chão frio.
Andando em passos curtos e hesitantes, Madisson se põe a andar, espiando ligeiramente sobre a janela.
Imediatamente seus olhos se arregalaram como dois pires.
Aidan estava na chuva, o carro aberto, uma garrafa de alguma bebida estava em sua mão, enquanto a poucos passos de distância uma outra estava despedaçada.
Madisson sentiu seu peito apertar, decidindo se iria ou não ajudá-lo.
Mas, para quê?
Ele a deixou sozinha sem explicações por uma semana consecutiva! Sem se importar com seus sentimentos e sem ao menos dizer qualquer palavra sobre isso. Seja lá o que fosse, Madisson desta vez não iria correr para os seus braços. Seria tolice.
Uma barulho a fez sair de seu devaneio, a chuva havia diminuído mas ainda estava forte. Entretanto, pequenos soluços podiam ser escutados por ela.
Aidan... Aidan estava chorando?
De repente uma onda de pena encheu o peito dela.
Céus, ela realmente não aprendia.
Calçando seus sapatos, Mads procura sua capa de chuva que estava em algum lugar do seu guarda roupa.
Iria ajudá-lo, tirá-lo da chuva, e nada mais.
Por mais que o coração de Madisson fosse bom, havia limites.
Descendo as escadas, Madisson não pensou em ser cuidadosa, até porque o barulho da chuva abafava qualquer ruído.
Atravessando a porta silenciosamente, Mads contorna a casa, indo até o portãozinho que separava as duas casas.
Foi então que ela o viu.
De repente tudo que Madisson havia tentado reprimir em toda essa semana, invadiu o peito dela como um raio. Um misto de sentimentos se instalou em seu ser. Ela não sabia mais identificar qual era qual.
Quando ela se aproximou mais, cautelosa e observadora, Aidan não a viu.
O garoto estava em um estado deplorável. O corpo encharcado e trêmulo, os soluços altos e dolorosos e as mãos vermelhas e sangrentas, acompanhadas de uma garrafa de Vodca já consumida pela metade.
Madisson sentiu receio de se aproximar, então só o chamou.
- Aidan? - A voz saiu sussurrada. Um toque de cautela e preocupação.
Aidan pensou ter escutado a voz da morena, então afundou ainda mais o seu rosto na manga do seu moletom.
- Pare de pensar na Madisson, caralho! Você conseguiu a perder. Fez a única coisa boa da sua vida de merda desaparecer, assim como todos que um dia te amaram algum dia.
Mads sentiu seu peito afundar. Se ele realmente se arrependia, por que ele não disse?
- Aidan! - Desta vez foi alto, claro e firme.
O garoto levantou os olhos em surpresa. Não estava imaginando coisas. Ela estava ali. Ela realmente estava ali!
Imediatamente os olhos vermelhos ganharam novas lágrimas. Madisson assistiu a chuva se misturar com elas. O único indício de que o garoto realmente estava chorando foi o soluço que escapou de seus lábios.
Céus, será que foi uma boa ideia ter vindo ao jardim?
Hello🦋
Voltamos com esse livro maravilhoso e com um novo título!
A Nia atualizou seus livros recentemente e voltou com o nome antigo de GOOD BOY
Estou muito feliz!
O próximo capítulo sairá mais tarde, amores!!
Não esqueçam de deixar um votinho para o Nicky
E comentem para eu saber o que estão achando da história
Kisses kisses🦋
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐆𝐎𝐎𝐃 𝐁𝐎𝐘 - ᴬⁱᵈᵃⁿ ᴳᵃˡˡᵃᵍʰᵉʳ
Fanfiction(#𝘼𝙞𝙙𝙖𝙣𝙂𝙖𝙡𝙡𝙖𝙜𝙝𝙚𝙧𝘼𝙙𝙖𝙥𝙩𝙖𝙩𝙞𝙤𝙣) Percebi naquele momento, que quanto mais eu provasse de seu abismo particular, mais profunda seria a decepção que eu causaria. Ambos os meus lados ansiavam por ela. O bom e o mal. Ela me deixa aluc...