Bem

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Helen

   Já se passaram quatorze dias desde que eu cheguei nessa casa, minha maior companhia é Larissa, ficamos próximas, às vezes escuto Emanuele gritar no corredor que quer a "aleijadinha" fora de sua casa, Larissa. me disse que Edgar e ela estão sempre brigando por minha causa, me sinto culpada às vezes, falando nele, aquele Edgar cuidadoso e zeloso comigo desapareceu, ele mal fica comigo, vem no quarto em horários estratégicos para me ajudar a ir no banheiro, mas não é o mesmo, sua preocupação agora é só em herdar essa casa, dei minha palavra.

  Edgar cumpriu o que disse e comprou roupas para mim, roupas até de mais, muitos diferentes estilos, acho que ele não escolheu só deu meu tamanho e alguém escolheu as peças, nas compras também tinha uma sandália rasteira e vários conjuntos de lingerie, só espero que não tenha sido ele a escolher, acho que Edgar acabou gastando de mais e eu não gosto disso, tivemos uma pequena discussão, depois ele só saiu do quarto e quando voltou sentou na poltrona e dormiu, falando em poltrona ele tem dormido nela e eu sempre o vejo cansado e aparentemente com dores nas costas, mas ele é teimoso.

   Já é noite eu já jantei, Larissa veio aqui e trouxe meu prato, me contou que durante o almoço Edgar teve outra briga feia com Emanuele, o assunto sempre sou eu, Larissa já saiu do quarto estou aqui assistindo TV, provavelmente Edgar só vem mais tarde, ele vai me levar ao banheiro depois do meu banho, vai deitar na poltrona e dormi, não tô gostando dessa situação, estou achando que não sou bem vinda.

Eu passeio o dia inteira com uma coceira horrível  na perna, no gesso, improvisei uma vareta e tô coçando o dia inteiro a perna, isso é horrível, não vejo a agora de tirar esse gesso, sinto que minha perna está bem melhor, eu ainda sinto dor, mas não na mesma intensidade que senti no início, hoje a dor é mais suportável. Vejo Edgar atravessando a porta, ele parece triste e cansado como todos os dias, ele se aproxima, ele mal me olha.

Edgar- Pronta!?- respiro fundo.

Helen- Você se arrependeu não é?- agora tenho sua atenção.

Edgar- De quê?-ele parece confuso.

Helen- Da minha presença aqui, acho que só trouxe mais brigas para você e sua madrasta, além de só te dar trabalho e gasto- ele senta na cama.

Edgar- Nada disso é verdade, Emanuele sempre infernizou minha vida e sua estadia agora é o motivo dá vez, além de você não me dá trabalho algum os gastos que tenho com você são mínimos diante de toda essa dor que te causei e te causo- respiro fundo e brinco com meus dedos.

Helen-  culpa não foi sua eu já disse, o problema então sou eu?- ele me olha.

Edgar- Não, nunca foi- olho para ele.

Helen- Não está sendo sincero, tenho a sensação que aqui sou sua inimiga intrusa, é assim que me trata- ele segura minha mão e meu coração volta a bater.

Edgar- Não é isso, na verdade tem mais haver comigo, escuta tô muito cansado preciso tomar um banho, depois volto para te ajudar e dormir em seguida ok!- faço que sim coma cabeça.

  Ele vai para o banheiro, se banha e volta para o quarto vestido, ele está muito cheiroso, depois me leva para o banheiro, faço toda minha higiene e volto, na verdade já consigo mancar, às vezes venho mancando para o banheiro, dói, mas a dor é mais suportável, assim que libero a porta ele me pega no colo e me leva para cama novamente, tenho a impressão que ele cheira meu cabelo novamente, me coloca com cuidado na cama e tenta me acomodar, decido quebrar o silêncio.

Helen- Dorme aqui comigo Por favor! essa poltrona está acabando com você- ele não diz nada então imagino que vá para a poltrona, mas ele me surpreende dá a volta na cama e se deita em minha frente, sorriu para ele.

Edgar- Eu não vou te tocar, mas eu preciso dormir na cama ao menos essa noite- Sua fala foi um balde de água fria, ele desliga o abaju e o quarto é tomado pela escuridão e eu sussurro minutos depois quando acredito que ele dormiu.

Helen- Eu gosto quando me toca- no minutos seguinte, sinto sua mão em minha cintura e meu coração dispara, ele tava acordado? Não demora e ele chega mais perto e eu consigo por minha cabeça em seu peito e dormir, isso é fantástico.

Edgar

   Eu ainda não acredito que ela disse que gostava quando eu a tocava, eu estava naquela parte do limbo entre o sono e está acordado, mas eu não penso muito antes de toma-lá em meus braços. Passei os últimos dias a evitando e empurrando para o fundo o que eu sentia, que esqueci o quanto é maravilhoso está com ela.

    Nesses últimos dias tenho trabalhado em dobro, mas é por vontade própria, para não pensar muito nela, Sergio percebeu minha ausência e deduziu o óbvio, conversamos hoje a tarde, mas não tive coragem de lhe dizer que eu me sentia atraída por Helen, certamente ele sabia e insinuou isso, tenho dormido muito mal, poucas horas na verdade, não só por causa da poltrona, tenho tido pesadelos dela me deixando e meu peito sempre aperta, isso não deveria está acontecendo eu mal sei sobre ela.

   Emanuele também tem me perturbado sobre a presença se Helen aqui, ela é irritante para caralho, mas não vou deixar ela perturbar Helen, algumas coisas me assustam quando se tratam dela, principalmente esse instinto protetor, nunca fui assim com nenhuma mulher, assim como nunca sentir essa coisa estranha e sem nome que eu sinto por ela ou essa sensação agora só por tê-la em meus braços, é incrível e assustador principalmente por que tem um prazo, um casamento, mas depois o divórcio e a separação, respiro fundo e sinto o cheiro em seus cabelos, fecho os olhos e enfim deixo o cansaço me levar, estranhamente sorrindo.

AbsmoOnde histórias criam vida. Descubra agora