[COMPLETA NA DREAME]
Os meu sentidos pareciam ter fugido, começava a achar aquilo tudo muito real para ser um sonho. Era quase impossível permanecer dormindo quando sentia aquela doce agonia reverberar em todo o meu corpo.
Um suspiro escapa dos meu...
"Sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade, sei lá de quê!"
Capítulo não revisado.
Fodshan, (Cheshire) Dezembro 1978
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Depois de quase termos sido pegos por Ella, Edward e eu não voltamos a estar juntos. Tive de contar mais uma mentira para que não me enchesse com interrogatórios. Ella insistiu que ouviu gemidos e vozes, eu disse que provavelmente tenha me ouvido durante o sono pois estava tendo um pesadelo, não sei se comprou minha mentira, revistou todo o cômodo e saiu com uma pulga atrás da orelha.
Com o clima quebrado, percebemos que fazer amor em Raven Ayes parecia estar igualmente amaldiçoado tal como estava a família Wrigth. A única coisa que fizemos foi esperar algum tempo até não ouvir nenhum som para que ele fosse embora. Antes de ir, Edward disse que teria de se ausentar, mas eu não fazia ideia que seria para tanto tempo. Ele não devia nada a mim, mas prometeu que voltava.
Passou-se alguns dias e tudo ia bem excepto Thomas que vivia me espiando. Não voltou a tocar em mim mas me seguia, fazia questão de estar em todo lugar que eu estivesse, continuava agindo com a mesma bipolaridade um dia era um doce e noutro um amargo. Eu simplesmente não me importava, vivia esperando pelo momento em que Edward regressasse, depois daquela noite, eu vivia sonhando que ele me fodia de uma forma tão intensa que parecia real... Nem mesmo com o regresso de Maddie deixei de pensar nele. Passar as manhãs leccionando e respondendo todas as curiosidades de Maddie era uma parte agradável do dia, gostava de contar histórias e explicar como o mundo evoluía... ou eu achava que era assim que as coisas funcionavam. Por mais efêmero que possa parecer, gostava de como valorizavam o meu trabalho e apesar de não gostarem de mim, respeitavam o que eu fazia e alguns empregados pediam ajuda em um ou outro assunto mais complexo.
A criança outrora cheia de energia e alegre, voltara de Cumberland snobe e fria. Sequer perguntou por Carolinne, parecia estar perante a uma outra Maddie. Era como se Thomas tivesse feito uma lavagem cerebral à ela. Mas eu sabia que algures no olhar daquela pequena, estava a minha Madelinne.
A neblina nunca mais abandonou Raven Ayes, apesar de já não chover como outrora, o clima continuava digno de um cenário de filme de terror. Voltei a ver Constance, bom, o certo era que todo mundo via Constance cercando a mansão. Os seguranças não duravam mais de uma semana por conta do medo, a cada semana vinham novas equipes de seguranças. A única pessoa que seguia vivendo tranquilamente nesse lugar era Thomas.
Até Nora deixou de aparecer num dia qualquer, quando questionei o motivo do seu desaparecimento, Ella disse que Nora estava muito doente.
Numa das idas à vila, pedi a Ella que a fôssemos ver. Senti um alívio ao vê-la de cama porque o meu primeiro pensamento quando Nora deixou de vir trabalhar, foi que Thomas a tinha matado como fez com Carol. Mas o meu alívio durou menos de um minuto, porque ela estava sem cor, olheiras infindáveis os lábios gretados e não reconhecia ninguém, me fazendo recordar do dia em que Nora falou que devia manter-me longe de Thomas. Desde então ela ficou estranha e só foi piorando dia após dia.
