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Antes de sair do carro Gleisi se olhou no retrovisor para conferir a a maquiagem e o cabelo. A maquiagem era básica, apenas o necessário para esconder as olheiras de noites mal dormidas, por causa da vitória de Lula. Os fios loiros estavam soltos e bem penteados. A roupa era simples, vestia uma blusa amarela escrita "Lula 13" na parte de trás e calças jeans.

Respirou fundo, não fazia a menor questão de estar ali, não gostava de futebol e muito menos entendia o'que acontecia durante o jogo. Mas era copa, abriria uma exceção, a maior parte do partido e apoiadores estariam lá. Além disso, como presidente do partido e uma das pessoas que estavam por dentro do futuro governo de Luís, era necessário que fosse, causaria uma imagem de tranquilidade para a mídia.

Desceu do carro e caminhou para a entrada da CCBB de Brasília, onde assistiriam o jogo. Durante o caminhou cumprimentou algumas pessoas com sorrisos e acenos, algumas vezes parava para falar brevemente com elas.

Ao virar o corredor que daria para o teatro, onde boa parte do povo se encontrava, viu Lindbergh na porta. Ele conversava com Alckmin e a esposa, e outra mulher que não conseguiu reconhecer de longe. Engoliu em seco incomodada, quando viu a mulher colocar a mão no braço dele. Se já não tinha vontade de estar ali antes, agora era que não tinha mesmo.

Lindbergh levantou a cabeça e olhou na direção que a loira caminhava, o sorriso em seu rosto se alargou. Na mesma hora Alckmin chamou as duas mulheres para entrarem, elas concordaram, e o ex-senador agradeceu por isso.

Colocou as mãos no bolso da calça e deu alguns passos para frente, querendo ficar perto da ex-namorada o mais rápido possível.

-Olá, Gleisi.-Ele sorriu mais ainda quando ela parou na sua frente.
Aos olhos dele ela era a mulher mais linda que existia.

Lindbergh era apenas um bobo apaixonado.

-Oi, Lind.- Ela tentou segurar o sorriso, mas era inevitável, aquele homem derrubava todas as suas barreiras.

Eles tinham rompido o namoro no início do ano, ninguém sabia ao certo o motivo do término. Nem eles mesmo. Apenas chegou em uma fase que se tornou difícil, os ataques eram mais frequentes, não conseguiam andar na rua sem serem xingados de várias formas diferentes, era desgastante e cansativo, nenhum casal merecia viver naquelas condições. A iniciativa do término veio de Gleisi, que alegava que era a melhor decisão a se tomar, tudo aquilo estava afetando a relação dos dois e as pessoas em volta deles, tudo se tornaria pior quando começasse a época de eleição.

E ela não estava errada, os ataques da oposição eram de uma proporção impossível de se acreditar, com a vitória de Lula tudo tinha ficado mais difícil.

Lindbergh foi totalmente contra, rebateu dizendo que eles dariam um jeito, mas Gleisi não era uma pessoa fácil de se convencer.
O ex-senador deixou claro que a amava e que não desistiria tão fácil, apenas daria o tempo necessário para ela.

Nos dois primeiros meses após o término cortaram o contato, sem mensagens ou ligações. Gleisi tinha se fechado novamente, da mesma forma que ficou quando se divorciou, tentava se convencer que sua única preocupação agora era a candidatura de Lula, mas no fundo sentia saudades do ex-senador.
Sentia falta dos abraços, dos beijos, dos sorrisos e da cumplicidade. Estava sentido mais saudades do que um dia imaginaria, mais do que qualquer outro relacionamento que tinha tido. Várias vezes tinha pensado em telefonar para ele, dizer que dariam um jeito, que enfrentariam tudo juntos e que amava ele mais do que tudo. Mas logo em seguida a cena do ataque no restaurante vinha em sua mente, o medo que sentiu naquele momento, mesmo não demonstrando, fazia com que sua coragem de ligar fosse embora. O amava demais para colocar a vida dele em risco.

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⏰ Última atualização: Jan 13, 2023 ⏰

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