21 • Tenha um bom dia, filha.

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Ava acorda sentindo sua cabeça doer ainda mais do que na noite anterior, além disso percebe que havia mudado de posição.

Agora Bea tinha os braços em sua cintura a abraçando por trás, sorriu com a firmeza que a morena lhe agarrava e lutou contra si mesma para levantar. Saiu com cuidado dos braços da morena que parecia em um sono tranquilo, foi até o banheiro e fez sua higiene para ir até o quarto de sua avó.

A mesma também dormia, então a loira desceu para fazer seu chá e um café para poder tomar com Bea. Cantarolava enquanto preparava tudo, mal se lembrava que o dia de hoje não era nada agradável. No fundo, só conseguia pensar na garota deitada em sua cama e no quanto a mesma estava a conquistando. Subiu as escadas novamente, levando o chá de sua avó que já despertava. Ava sempre foi muito cuidadosa com Dot, a única que a apoiou em todas suas decisões. A senhora disse estar cansada e que iria permanecer em sua cama deitada, a neta não protestou apenas disse que se houvesse qualquer coisa, era para ela lhe chamar.

Ao descer as escadas para terminar de preparar o café para tomar junto de Bea, ouviu a campainha tocar. Re sempre vem lhe ver nessa data para saber se está tudo bem e mal podia esperar para dizer que havia se acertado com a garota de mechas castanhas. Caminhou até a porta, se perguntando porque a mais velha não entrou já que tem a chave, mas assim que abriu percebeu que não era quem estava pensando.

- Olá, filha. - Graça sorriu em sua direção, entrando na casa sem esperar se seria ou não convidada.

Ava suspirou, fechando a porta e virando para a mulher que chama de mãe. Odiava quando a mesma vinha fazer uma visita porque com certeza tem algum interesse, qualquer um, menos vê-la.

- O que você quer?

- Que rude. - Graça se fez de ofendida - Achei que estaria mais sentimental.

- Hoje não, por favor. - Ava pediu, sabendo do que a mais velha era capaz.

- Por que está com pouca roupa? Minha filha, você engordou? - perguntou a analisando de cima abaixo. - Deve ser a comida daquela empregadinha.

- Só me diz o que quer e vai embora por favor. - a mais nova implorou

- Preciso de mais dinheiro, as coisas tão difíceis pra mim.

- Tudo bem, eu ligo para o Leonard - Deu de ombros, abraçando seu próprio corpo.

Leonard era o homem de confiança de seu pai e quando o mesmo faleceu, ele quem manteve os negócios da família funcionando. Ava foi a herdeira de tudo e nunca se interessou em lidar com contratos, sendo assim Leonard ficou responsável ganhando uma boa porcentagem em cima de todos os lucros.

- Sabe, eu te daria um abraço, mas eu realmente não quero pegar sua doença lésbica. - cuspiu as palavras, pra mais nova - Hoje faz três anos daquele acidente, uma pena. - Graça se aproximou segurando o queixo da filha fazendo a mesma a encarar - Ele com certeza deve estar se revirando no túmulo por ter uma filha tão desprezível como você. Fica se esfregando em homem e mulher e no fim não tem ninguém de verdade? vamos ser sinceras você nunca vai achar felicidade pq você não merece, você é uma vergonha e ninguém nunca vai ter amar. - falou e as lágrimas encheram os olhos de Ava.

- Você é tão sentimental, minha querida filha... Deveria ao menos fingir ser mais forte e não ser digna de pena assim.

- Já conseguiu seu dinheiro... - disse tentando ao máximo não deixar as lágrimas escaparem - Agora só vai embora da minha casa - Completou sentindo seu coração doer com as palavras de Graça.

Sempre soube que sua mãe nunca lhe aceitou, mas ouvi-la falar tudo aquilo e ainda falar que seu pai não lhe aceitaria, que mesmo na morte o mesmo possa estar infeliz e desapontado com sua escolha de vida realmente a machucava mais do que gostaria de admitir.

Be My Forever - Avatrice Onde histórias criam vida. Descubra agora