Devaneios do retorno.

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Faz algum tempo em que não escrevo, acredito que muitas coisas tenham mudado.

Sinto que ainda sou a mesma e ainda vivencio incertezas.

Seria seguro lhe dizer que sei o que estou fazendo? Pois eu não sei. 

Talvez nem seja tão importante saber algo, ou ter certeza sobre tudo, pois mesmo que eu viajasse através das fronteiras, no retorno encontraria apenas a mim, somente a mim.

 Não acredito que isso deva aparentar-se solitário, tampouco tristonho, penso que deva ser real. 

Talvez não haja o cumprimento das expectativas que me colocaram, ou as quais eu me coloquei, afinal, porque tememos o inseguro se a única certeza da vida todos sabemos qual é? 

Não saber também é necessário, precisamos além de saber, ouvir. 

Acredito que a escuta seja a forma de quebrarmos barreiras as quais temos com nós, e com os outros.

Estamos absolutamente onde deveríamos estar, sentimos absolutamente o que precisamos sentir, realizamos aquilo que nos está disposto a ser realizado, e por fim, sonhamos sonhos os quais se aparentam mais próximos daquilo que somos.

Ser real lhe causa dor? Pois sinto que estou no caminho certo. 

O ego nos cria armaduras as quais talvez não precisamos, orgulho, raiva, ódio, mas ao mesmo tempo, sinto que armaduras são necessárias em meio a guerras. 

Ser real te fere? Pois só vivemos quando somos reais, viver é uma ferida?

Não há nada o que nos comprará desde que não haja permissão a sermos vendidos.

Se auto conhecer te assusta? Ser frágil lhe dá medo? Confiar te afasta? Não ouvir, te cala?

Seria seguro lhe dizer que sei o que estou dizendo? Pois eu não sei.


Devaneios de um retornoOnde histórias criam vida. Descubra agora