Historias Curtas Rickorty

Eu confio

Final alternativo para Meseeks e Destroy. Quando Morty se tranca em seu quarto, Rick sente sua dor e tenta confortá-lo. Pode conter gatilhos

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Não era típico de Morty desaparecer logo após uma aventura. Ele normalmente ficava um tempo na garagem de Rick, observando-o mexer com o que quer que fosse para se recuperar, tagarelando animadamente como se Rick não tivesse estado lá com ele o tempo todo, ou simplesmente pendurado em seu ombro e recebendo nos nervos de Rick. Se ele estivesse bem e chateado no final, ele sairia furioso, mas Rick geralmente poderia dizer que estava chegando e, na maioria dos casos, queria ser deixado em paz de qualquer maneira. Mas Morty não ficou com raiva e, considerando tudo, sua primeira aventura liderada por Morty foi muito bem. Rick nunca em sua vida admitiria isso para o garoto, mas na verdade foi muito menos desastroso do que muitas das aventuras em que Rick arrastou Morty. Ainda,

A porta do quarto de Morty estava bem trancada. Para Morty, isso era incomum. Mesmo quando se masturbava, o garoto sempre deixava uma porta destrancada e, se alguém na casa soltava um grito, era uma resposta por ter encontrado Morty se masturbando ou encontrado algum alienígena grotesco que Rick estava abrigando embaixo da garagem. Os nós dos dedos de Rick bateram na porta. Nenhuma resposta. Ele se encostou nela, a orelha pressionada com força contra a madeira.

"Morty", ele gritou, alto o suficiente para ter certeza de que seu neto ouviria. Lá dentro, ele podia ouvir um barulho de passos e esperou com ansiedade que Morty abrisse a porta, mesmo que fosse apenas uma fresta. Mais silêncio. Rick suspirou, batendo mais algumas vezes e chamando novamente. “V-Vamos lá, Morty. Abra a porta, não tenho o dia todo. Parte dele se arrependeu de ter assumido um tom tão duro. No momento em que fazia uma anotação mental para fazer um esforço para ser gentil, Morty abriu a porta com força. Ele ficou na frente de Rick, olhos vermelhos e inchados. Rick teria presumido que ele estava chorando, mas ele meio que ainda estava chorando. Embora ele não estivesse balbuciando e soluçando, as lágrimas rolaram por suas bochechas doloridas. Ele olhou acusadoramente para seu avô, que olhou para baixo com uma expressão de dor. Morty havia trocado de roupa, vestindo um pijama amarelo, e Rick podia ver suas roupas descartadas enfiadas na lata de lixo ao lado da mesa de Morty.

“O-O que você quer, Rick?” Não acostumado com tamanha agressão vindo de seu pequeno ajudante, Rick foi pego de surpresa. Assim que ele abriu a boca para falar sobre ser um merdinha tão desrespeitoso, viu os braços de Morty envolvendo seu corpo magro, segurando seu estômago. A expressão de Rick se suavizou e ele se encostou no batente da porta.

“Olha, Morty. Eu não queria... eu não estou aqui para deixar você chateado. Ele nunca foi o melhor em ser carinhoso. Por um momento, ele ficou em silêncio constrangedor, fazendo contato visual com um Morty de aparência ainda hostil. Estendendo a mão para coçar a nuca e tentando desviar os olhos casualmente, Rick limpou a garganta. "Eu só queria ter certeza de que você está bem." A expressão de Morty mudou, de zangada para alarmada.

"E-eu estou bem!" Ele gaguejou, o rosto corando em um tipo diferente de vermelho. Rick sentiu uma pontada de culpa por ter feito Morty passar pela humilhação de descobrir que sabia o que havia acontecido, mas também não suportava pensar em Morty chorando sozinho. Rick o seguiu enquanto Morty entrava em seu quarto, fechando a porta atrás de si.

"Eu sei que você não está. Eu vi o- Aquele olhar em seu rosto, Morty,” Rick respondeu rispidamente. Os lábios de Morty tremeram quando ele desviou o olhar, para qualquer lugar, menos para Rick, suas pequenas mãos brincando nervosamente com o tecido felpudo de seu pijama. Rick murmurou um pedido de desculpas, querendo estender a mão e pegar o garoto em seus braços. Não era um sentimento desconhecido para Rick, mas ele nunca iria realmente agir. Nesse caso, porém, ele estava convencido de que teria, mas sabia que agarrar espontaneamente era a última coisa de que Morty precisava. Rick ficou em silêncio por mais alguns momentos, sentando-se na mesa de Morty e tirando a garrafa do bolso do casaco. “Você pode pensar que seu... Seu velho avô Rick é muito durão, Morty, mas eu nem sempre fui... Eu nem sempre soube me cuidar tão bem.” Quando Morty finalmente olhou de volta para Rick, seus olhos não o estudavam mais com uma mistura de emoções que Morty só conseguia ler como pena. Em vez disso, eles estavam vidrados, como se estivessem imersos em pensamentos, e embora os cantos da boca de Rick estivessem ligeiramente levantados em um esforço para animar Morty, seus olhos estavam longe de sorrir.