I miss you | versão Malila G!P [Short Fic]

8°𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐

Pov's Maraisa Pereira

Escutei minha filha chorando pela babá eletrônica e levantei da cama indo para seu quarto a encontrando tentando levantar no berço.

- Oi meu amor. - digo chegando perto do berço. Quando ela me vê abre o sorriso mais lindo com aqueles seus dois dentinhos de baixo a coisa mais fofa. - Bom dia, princesa.

Pego ela no colo e a levo pro trocador para ver se sua fralda estava cheia.

- Acho que alguém deixou um presentinho pra mamãe, não? - solto uma risada ao ver sua fralda suja e faço careta. Ela da aquele sorriso com a língua entre os dentes, gengiva no caso, que seus olhinhos ficam quase fechados. - Você ri né, sapeca - vou conversando com ela pra ver se ela fica quieta enquanto troco sua fralda. - Hoje nós vamos lá no parque, aproveita que está calor, o que acha? - perguntei e a vi ficar toda animada - A sua dinda Lu tá chegando, daqui a pouco ela está aqui aí nós podemos ir passear. - ela ficou mais elétrica ainda quando escutou o nome da sua outra dinda - Você está com saudade da dinda não é mesmo minha princesa? - assim que acabo de falar escuto passos atrás de mim, nem viro porque já sei que é a Maiara.

- Isa o seu telefone estava tocando, mas não deu tempo de atender a ligação já tinha encerrado. - ela me avisa e estende o telefone pra mim e pega a Maya já que eu já havia trocado a sua fralda. - Cadê o amor da vida da dinda? - ela pergunta enquanto balança minha filha no ar a fazendo gargalhar.

Eu vou para a cozinha preparar o café da manhã. Estava pegando os copos quando decido olhar o telefone para ver quem estava me ligando,quando vejo quem era o copo que estava em minha mão cai e eu fico paralisada enquanto vejo o nome do contato na tela do celular "𝐀𝐦𝐨𝐫" como isso é possível? Meus olhos já estavam lacrimejados.

- Maraisa, o que foi? - pergunta Maiara entrando desesperada na cozinha quando ver o meu estado eu a olho sem dizer nada mais deixando minha expressão de desespero e desacreditada ao mesmo tempo. - Maraisa? - ela me chama mais uma vez me trazendo de volta para a realidade.

Eu não falo nada só viro o telefone pra ela ver o contato na chamada perdida. Ela fica com a mesma expressão que eu. Nós ficamos nos olhando por um tempo até minha filha chamar nossa atenção por estarmos paradas ali.

- Liga de volta. - Maiara diz enquanto eu olho novamente para a tela do celular em dúvida. Ligar ou não ligar ?

- Você acha que eu devo? - pergunto olhando pra ela com o cenho franzido.

- Você não tem nada a perder. As vezes é só alguém que achou o telefone. - ela diz.

Acho que ela está certa eu não tenho nada a perder mesmo. Olho pro telefone e respiro fundo e clico para retornar a chamada. Depois de três toques a chamada foi atendida.

- Alô? - digo ainda meia incerta escutando a respiração do outro lado da linha.

- Alô. Quem fala? - pergunta a voz do outro lado da linha. Pela voz creio eu que seja um homem.

- Maraisa. Quem deseja falar? - pergunto. Olho pra Maiara e ela me manda colocar no viva-voz. Coloco e nos esperamos a resposta do homem.

- Sou o Bruno. Encontrei esse telefone no meu carro. Creio eu que seja de um homem que eu ajudei a algum tempo atrás quando eu levei para o homem. Pelo menos é o que a foto aqui indica. - ele respondeu e eu e Maiara ficamos nos encarando por um tempo. - Você conhece o dono desse número? - ele indaga.

- É sim. Esse era o número da minha namorada. - eu respondo já sentindo o meu coração acelera mais ainda sabendo que as vezes ele pode ter ajudado a Marília quando ela sofreu o acidente - O que aconteceu com essa pessoa? - eu pergunto sentindo minha boca secando.

- Ele ficou em coma por sete meses e meio. Nunca achamos a sua família, ou qualquer pessoa que o conheça. - ele responde e eu olhei pra cara da Maiara, creio que nós duas estávamos com a mesma dúvida, mas não tínhamos certeza se queríamos saber a resposta.

- E o que aconteceu com ele depois disso? - eu pergunto engolindo a seco.

- Nós sempre íamos o visitar no hospital. - ele disse. - E á duas semanas ele... - ele deu uma pausa e escutei ele conversar com alguém. Meu coração já tava na boca neste momento.

-Ele... - eu incentivei. Maiara apertou minha mão me passando qualquer tipo de força.

- Oh desculpa. - ele pediu. - Ele acordou. - ele disse e eu e Maiara nos entre olhamos e eu senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto, Maiara não estava muito diferente e logo ela me abraçou meio que de lado por está com Maya no colo.

- E como ele está? - eu perguntei com a voz um pouco rouca pelo choro.

-  Ele está aqui em casa. - ele disse e parou por um segundo. - Ele está bem, um pouco confuso, a memória dele não está totalmente completa. Ele lembra de alguns nomes, mas não sabe a quem pertence. - ele explicou.

-Quais nomes? - perguntei esperançosa.

- Ruth, João, Luísa, Maiara, Gustavo... - ele ia dizendo e eu já começava a entrar em desespero e se ela não se lembrasse de mim. Mas eu também estava feliz pois com certeza era ela não teria outra pessoa na mesma situação e que conhecesse as mesmas pessoas que ela. É tão surreal pensar que ela está viva quando eu passei um ano imaginando o contrário - Ah e tem Maraisa também. Esse foi o primeiro nome que ele chamou quando acordou. - eu sorri deixando mais algumas lágrimas cair enquanto um sorriso aparecia em meu rosto - Ele também lembra de mais alguns nomes só que não são nomes plausíveis ele acha que os nomes não estão certos mais lembra deles brevemente. - ele explicou - Você o conhece? - ele perguntou.

- Sim. Eu sou a namorada dela. - digo com a voz embargada. - Ela sumiu a um ano quando sofreu um acidente de carro mais não encontraram o corpo. Eu não consigo nem acreditar que ela esteja viva - eu expliquei

- Ela? Achei que era um homem. - ele pergunta confuso.

- Sim ela. É porque ela é intersexual, sua mãe teve um problema na gestação. - eu expliquei. - Mas onde vocês moram? - perguntei.

- Moramos no Novo México. - ele responde - Você vira buscar ele, quer dizer ela?  - indaga

- Sim. O mais rápido possível - respondo.