Quando cheguei à esta cidade,me senti perdido pelo fato de não conhecer nada e nem ninguém.Com o tempo fui fazendo alguns amigos e nós costumávamos fazer algo toda tarde de sábado.
Certa vez fomos à uma casa abandonada para uma investigação paranormal,apesar de não acreditar, ia por saber que a diversão era certa. Nos encontramos na praça e por lá ficamos falando sobre o que houve na semana e assim falando mal dos outros que não gostávamos, também falávamos das moças bonitas ao qual éramos loucos para transar , mas jovem só bate punhalada mesmo. Depois de muita conversa resolvemos ir.
As três da tarde, um forte odor de bosta seca tomava o local e pra mim os toletes de bosta eram a única coisa paranormal ali,coisa de outro mundo, o mundo intestinal de algum usuário de crack. Também haviam bastante preservativos usados,se houvesse contato, talvez a gente pegasse HIV,e por incrível que pareça,o retardado de um deles pegou um com um galho velho e jogou em cima de mim,Filho da puta , só não chamei de santo.
Após muita investigação, foi concluído que ali só se podia achar merda e se viesse a noite,um porno ao vivo. Saímos de lá com os dedos no nariz chutando uma latinha de coca-cola e criando teorias sobre como seria se fossemos ricos.—Eu compraria um Playstation 2 pra mim e pagava uma puta pra da pra mim toda hora–disse eu todo empolgado – e vocês?
—Eu compraria uma casa,dois carros, comprava as coisas de dentro da casa e pagava cinco puta pra me dar todo dia, quando uma cansar a outra vem– disse O gordo.
—Tu não garante nem a Maria mano!– disse o cabeludo com malícia .
—Que Maria?–O gordo sorri inocente.
—A Maria cabeça do meu pau – cabeludo cai na risada.
O gordo ficou pistola e quis dar uns soco no cabeludo, mas eu cortei liga deles e a gente voltou para praça. Passamos direto ao trapiche e a maré estava cheia , aproveitamos e tomamos um banho . Pulo vai , pulo giratório vem, deu as cinco e meia e resolvemos sentar pra esperar a roupa enchugar.
—Égua mano, vocês viram a nova professora de matemática? – fiz um sorriso de lembrança maliciosa.
—Aquela vagabunda passou pré teste na primeira aula dela com a gente – o gordo não foi com ela desde o primeiro dia dela.
—Mano,d'rocha! Tu é o único gordo burro que conheço. –como sempre cabeludo tirando uma com a cara do gordo.
— Pra mim o pré teste foi de boa, acertei tudo.– sorri fazendo deboche.
—Burro é teu pai que assumiu tu e tua mãe, e se ele não é burro! O cavalo mordeu a cabeça dele, d'rocha!– o gordo sempre pegava pessado com as patadas–ei Poeta, tu é o mais inteligente da sala,principalmente em matemática, então vindo de ti que tava fácil é mesmo que ouvi isso do professor.
—Tem razão,eu e meu pai é um jegue atrás de ti!–cabeludo começa a amarrar seu cabelo já seco– Poeta, você devia envestir em comer mulher, só sabe escrever poesia filha da mãe.
—A poesia é uma forma nobre de viver, diferente de você, não preciso de um cabelo grande para aparecer, se piolho desse dinheiro, você já tinha um meio para sobreviver!– rimei sem beat e ele ficou boquiaberto e até tentou.
— pa-para meu colega, antes que eu te bata com uma paulada— O melhor que ele podia fazer nem sequer tinha ritmo ou entoação.
Foi ficando mais tarde e nossas roupas já estavam mais enchutas, assim eu levantei e passei a mão na minha banda
como quem limpa terra de praia.Saímos em direção a nossas casas.Gordo era o mais feio de corpo,porém o único entre nós três que estava sem camisa.
—Égua mano! Tava afim de comer um açaí com peixe frito.Eu e o Cabeludo olhamos um para o outro e fizemos bico – como quem diz,"esse bicho só quer se amostrar" – olhei pra ele e bati em sua costa rosada.
—Com esse tamanho tu deve tomar uns dez litros e cinco quilos de "Gó" salgada!hahahahaha! — caímos na risada,tanto eu quanto Cabeludo,Gordo ficou tão "mordido"(com raiva) que tava parecendo um camarão. — Égua! Se a gente tocar fogo no teu rabo tu sai voando igual balão! Hahahahaha!
— do jeito que ele tá aí , tá igual baleia rosa ! Hahahaha! — Completa Cabeludo.
O gordo fica tão mordido(com raiva) que corre atrás da gente pra dar porrada,mas felizmente ele não garantiu correr muito. —vocês vão ver só quando eu pegar vocês! Vou meter a porrada.
Eu resolvi parar e esperar ele e então pedir desculpas,mesmo sabendo que o risco era grande. Ele veio se aproximando e o Cabeludo até esperou mais a frente , quando ele estava a alguns metros de mim a mãe dele passou de moto e isso já era umas Seis e meia.
—Bora Mateus, vai pra casa se não tu vai apanhar!— ela só disse isso é foi embora.
—Ei mano! Desculpa ter te zoado , a gente vai te acompanhar até tua casa. — ele se aproximou e me olhou feio.
—Tua sorte que tu é meu amigo! — assim disse ele —Bora logo se não vou apanhar.O cabeludo esperou nós e assim fomos indo juntos conversando e logo passamos na casa do cabeludo e ele ficou por lá.
—falou mano!(forma de dizer "até logo" ou "tchau" — toquei na mão dele como comprimento.
O fez o mesmo — falou mano! Até outro dia .
— Jaé mano, até outro dia.— assim ele entrou na casa dele.Eu e o Gordo seguimos caminho até a casa dele e lá rolou a mesma coisa e assim eu tive que voltar só pra casa. Minha casa da casa do Gordo era uns 7 quilômetros e já era Sete e pouco . Saí caminhando só e de cabeça baixa , quando se anda só e se é um cara tímido e pouco popular, todas as palavras que você ouve parecem ser referidas a você, principalmente as risadas.
Sem mais demoras cheguei em casa e levei uma surra por sair sem permissão!