Festa

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Alanna verificou a tranca da porta pela segunda vez antes de entrar no elevador, sua irmã tinha saído mais cedo para faculdade e só voltaria no fim de semana. Apesar da comodidade de morar tão perto da faculdade, nada se comparava a ficar no dormitório com outras amigas, se lembrou ela olhando pra o espelho no elevador enquanto afofava o cabelo seco.

Saiu para o estacionamento do lado de fora do prédio olhando a hora no relógio prata que trazia no pulso e ao apertar o controle do carro percebeu quem estava encostado no carro ao lado do seu:

-Gael....

-Bom dia, que coincidência não?-ele sorriu abertamente antes de olhá-la de cima a baixo, o terno branco de calça lhe caia muito bem e combinava com a maquiagem leve de gloss vermelho-Está bonita

Lany sorriu educadamente e abriu a porta do carro jogando a pequena bolsa dentro e entrando:

-Não vai nem mesmo oferecer uma carona ao seu vizinho?-ele apoiou o braço na janela do carro. A roupa casual de calça jeans e blusa preta também não estava nada mal

-Então é por isso que esta enrolando no estacionamento?-ela ergueu uma sobrancelha bem feita

-Não estou enrolando. Somos vizinhos, acontecerá de nos encontramos

-Estranho, já morei em lugares antes no quais demorei meses ate ver meus vizinhos

-Eles não deviam ser tão amigáveis então

Lany olhou de novo o relógio:

-Se não entrar no seu carro agora vai se atrasar para bater o cartão-e fechou a janela do carro

Ela ainda viu Gael sorrir consigo mesmo ao observar o carro dela se distanciar e então entrar no seu.

O prédio onde trabalhava ficava no centro da cidade, no 3 andar era a agência de uma revista muito vendida tanto de forma online quanto física, mas por sorte o trânsito não estava tão ruim naquela hora da manhã e ela chegou sem problemas na hora certa.

Ela deu um oi educado a todos no seu caminho ate a mesa organizada no fim da sala e sentou-se ligando o notebook, enquanto a tela iniciava tirou algumas folhas de rascunhos de colunas inacabadas da gaveta e uma caneta do copo no canto da mesa para marcar o mais importante e reescrevê-las de forma que gostasse.

Observou Gael chegar cerca de 10 minutos mais tarde e ocupar uma mesa desorganizada no outro extremo da sala com um copo de café gelado. Por vezes enquanto vagava por seus pensamentos mordendo a ponta da caneta, Lany o percebia fazer coração com a mão ou erguer uma folha com frases bobas românticas.

Ela segurou o riso ao mesmo tempo que seu chefe chegou do seu lado, o homem de 30 anos usava um terno preto apertado demais na barriga grande e o cabelo liso castanho estava penteado para trás e levemente molhado:

-Chefe-cumprimentou Lany

-Alanna, já disse que pode me chamar de Marcos

Ela endireitou a postura e cruzou as pernas ao olhar nos olhos do homem:

-Perdoe-me por seguir as regras. Me sinto melhor chamando-o de chefe

-Como tem ido com a nova coluna?-ele olhou os papéis espalhados na mesa passando para frente dela

-Muito bem, terá uma boa matéria logo, logo-garantiu ela

-Convidei alguns funcionários para uma balada depois do trabalho, o que me diz?

-Algum problema aqui?-Gael estava parado atrás do chefe com as mãos no bolso

O homem se virou pra ele:

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