02 - Me acostumando.

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Louise Stevens

Dou três batidas na porta de Celline, enquanto espero a mesma me atender. Eu usava uma calça social preta, não muito justa e nem muito solta, uma blusa azul bebê também social de mangas longas e sapatilhas de cores pretas. Segurava minha caneca térmica com nescafé e uma pitada de leite com a mão direita, enquanto segurava minha maleta social de cor preta com a esquerda.

Não estava atrasada, eu costumava acordar bem cedo pois detesto me arrumar às pressas e o senhor Montero odeia atrasos. ele odeia muitas coisas na verdade. Sem contar, que Celline é a rainha dos atrasos. Quando Antônio me disse que tinha uma filha, achei que era uma menininha de sete anos que adorava desenhos, não uma fotógrafa de vinte fanática por advocacia.

— Ah, olá Querida. Pode entrar, Celline está terminando de tomar Café! — Dona Heloísa, mãe de Celline diz, após abrir a porta e me lançar um olhar meigo.

— Obrigada Senhora Heloísa! — Sorrio adentrando o local.

— Menina, já disse para me chamar apenas de Helô. — ela fecha a porta e nos direcionamos até a cozinha, encontrando Celline devorando morangos às pressas.

— Lise, nem sabe! A Burberry Bleecker Street, uma loja super famosa de gente rica aqui de Nova York, me chamou para uma cessão de fotos com alguns modelos. — A animação em sua voz era perceptível, a fazendo elevar seu tom de voz enquanto vinha em minha direção.

— Bom dia para você também Celline! — exclamo abrindo um sorriso. — Me conte todos os detalhes no caminho, não quero chegar atrasada.

— Relaxa, está cedo ainda. — ela sorri bebendo um gole de, seja lá o que estiver em sua caneca.

— Louise tem razão minha filha, é melhor prevenir do que remediar. — Dona Helô me ajuda, arrancando um suspiro de Celline.

Ela pega o potinho com morangos. Bebe tudo de uma vez só o líquido em sua caneca e pega suas coisas com pressa, deixando um beijo rápido e caloroso em Helô enquanto saímos juntas.

Fomos de escada. Celline morava no primeiro andar, não ficava longe da garagem do prédio. Indo de elevador demoraríamos mais já que ele atrasa séculos e sempre emperra no meio do caminho.

— Será que daria para passar em uma padaria antes de irmos? — Celline pergunta ligando o carro, colocando o potinho de morangos em seu colo.

— Você passa na padaria depois de me largar na Montero's Industries, pode até voltar para casa se quiser, só me deixe lá por favor. — Indago nervosa, olhando inquieta para o relógio em meu pulso.

Não iria me atrasar, mas todo o cuidado é pouco. Eu tinha que levar uma imagem de comprometimento profissional naquela empresa e tinha que fazê-los me respeitarem como mereço. um objetivo ao qual eu não sabia que precisava, até entender que naquele lugar, o maior sempre pisa no menor.

— Calma Lise, ainda temos tempo. Até parece que o gostosão dos olhos verdes vai te demitir só porque chegou dois minutos atrasada. — Celline sorri, me chamando pelo apelido carinhoso que me dera no mesmo dia que nos conhecemos.

Eu descia até a recepção para tirar uma dúvida com Antônio quando ela apareceu se queixando do porquê não podia ter um Golden Retriver no prédio. Ela sempre gostou de animais grandes e seu sonho era ter um animal tão amoroso quanto um Golden. enquanto Antônio tentava explicar que era um animal muito grande e que eram regras do condomínio, ela se virou para mim e não parou de falar um minuto, se justificando e dando vários argumentos, tentando me convencer a ajudar ela em sua tentativa de induzir seu pai a adotar o animal.

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