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Assim que entrou naquele site que dizia ser uma calculadora de amor virtual, Scaramouche acreditou fiel que o resultado de "Kazuha + Scaramouche = 98% — ; vocês nasceram um para o outro!" fosse mais uma prova que ele deveria tentar falar com o Kaedehara.

Tinha uma paixão secreta pelo albino. Não sabia ao certo quando isso começou, mas desde que descobriu que o garoto de olhos vermelhos era um amante de jogos online (tais como Valorant, LOL e Call of Duty, seus preferidos), precisava rapidamente em fazê-lo ser seu duo.

O conhecia tão pouco… as únicas informações que continha sobre Kazuha além do seu nome e o gosto por jogos, era que o rapaz também curtia animes. O que fez crer que eram sim almas gêmeas! Jamais havia encontrado alguém que tivesse duas coisas em comum, e pelo andar daquela futura relação, provavelmente ambos tinham muito mais.

Seus amigos já haviam aprovado Kazuha. Childe o elogiou, afirmando que o garoto era muito educado e Signora concordou, falando que ele possuía uma inteligência fora do normal. Kazuha Kaedehara liderava a lista da sua classe como o melhor aluno do bimestre.

Lindo, inteligente, educado, gamer e otaku. O perfil de nerdola perfeito que fazia o pobre coração de Scaramouche sambar.

Era ele. Tinha certeza. Kazuha era o cara da sua vida.

Concluiu que deveria tomar uma atitude antes que chegassem as férias de verão. Scaramouche inflou as bochechas, decidido a convidar o garoto para ir a sua casa jogar ou simplesmente ir juntos até a praça, para tomar o sorvete do Beto — o sorveteiro conhecido por juntar casais. Andou com passos largos até Kazuha, atravessando o pátio com pressa. Parou na frente do menino e;

— Eu preciso falar com você.

Kazuha olhou dos pés à cabeça Scaramouche. Ergueu a sobrancelha e com a voz cheia de dúvida, perguntou: "Eu conheço você?".

— Sou Scaramouche, do sétimo ano.

— Qual sétimo?

— O sétimo B.

— Ah.

Silêncio.

Os dois continuaram a se encarar, a vermelhidão surgia lentamente nas bochechas gordinhas do Scaramouche. Ele resolveu abrir a boca mas rapidamente fechou. Morria de vergonha.

— Você está bem? — Kazuha perguntou, ganhando aceno de volta. Olhou para os seus colegas de sala e depois para o garoto que acabou de conhecer. — Quer que seja em particular?

— Por favor… — sua voz saiu como um miado baixo.

Foi incrível ver os amigos de Kazuha respeitar o pedido do Scaramouche e sair de fininho, despedindo-se com um "até logo, cara!". Mas isso significava que estavam finalmente a sós agora.

Por um momento Scaramouche pensou em desistir. No entanto, se lembrou que não poderia esperar tanto tempo para se declarar, afinal a temporada havia começado e ele precisava arranjar logo um duo para alcançar a patente desafiante. Fora que Kazuha não iria ficar sozinho por muito tempo — havia outros garotinhos afim dele, como o Heizou, do sexto A.

— Saia comigo. Eu te pago um sorvete. — falou de uma vez.

Kazuha sorriu surpreso.

— É um encontro?

— Eu acho que sim… — Scaramouche coçou os cabelos, encarando o chão envergonhado.

— Mas que signo você é?

O quê? Scaramouche voltou a olhar Kazuha, desacreditado. Ele não podia estar falando sério.

— Saber meu signo muda alguma coisa?

— Preciso saber quem estou me envolvendo, oras. Também quero saber seu mbti, a hora que você nasceu, sua data de nascimento, o nome do hospital…

Scaramouche viu seu mundo girar. Kazuha parecia as meninas que encontrava nas partidas, que gostaria de saber sobre tudo da vida alheia e montar um troço estranho chamado "mapa astrológico" (talvez era esse o nome).

Fala sério, Kazuha não podia ser um maluco…

De repente, Scaramouche ouviu uma risadinha infantil. O albino ria diante seus olhos de uma forma divertida, como se acabasse de pregar uma peça em alguém.

— Eu tô brincando, bobão. É claro que eu aceito.

SIGNO; kazuscaraOnde histórias criam vida. Descubra agora