Casual

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Eu não revisei, fiquei agoniada pra postar o capítulo. Talvez tenham algumas inconsistências, nem eu lembro mais o que escrevi. Perdão pela demora!

Disclaimer: de melosa já basta eu, na ficção eu quero putaria mesmo. Eu ignorei a existência do César e Eduardo nessa fanfic.

Capítulo que eu escrevi ouvindo a bela música clássica "Mega Tapa na Cara" da MC Pipokinha.

Boa leitura (leve).

Soraya's POV • Flashback

Madrugada - Quarto de hotel da candidata à presidência Simone Tebet

Eu ainda consigo lembrar da primeira vez em que coloquei cocaína no meu corpo. Era uma universitária, caloura, numa festa de alguns colegas de turma. Já pode imaginar nossa situação: depravação, bebida, cigarros e droga por toda a parte. Nem parecíamos alunos de direito. Para mim, que antes de me tornar uma universitária costumava ir apenas a algumas festas da alta sociedade do MS que, obviamente, não tinham drogas – a fácil alcance, pelo menos -, aquilo era outro mundo. Mas usar uma vez – o que pensei, na época, quando me ofereceram -, só para experimentar, não vai fazer mal. Vou me permitir uma vez. Uma vez.

Não foi apenas uma vez. Descobri que conciliar trabalhos, faculdade e meus problemas se tornava bem mais fácil quando estava sob efeito de drogas, principalmente dela, a cocaína. Me sentia viva, acordada e com o gás necessário para fazer tudo. Tudo bem, isso quando não estava passando mal em um banheiro ou limpando o sangue que começara a escorrer do meu nariz torrencialmente. Não que eu fosse uma drogada, apenas usava de forma recreativa e continuo assim até hoje. Tanto que apenas fui internada duas vezes por quase ter overdose. Ninguém sabia disso, claro, apenas meus pais e eu – eles sempre foram bons em conter quaisquer danos contra a imagem perfeita que lutavam para manter.

Cresci em uma casa regida por pais conservadores, aprendi o que era certo e errado à visão deles, desde cedo. Talvez esse tenha sido o motivo que passei a usar drogas durante a faculdade também. Ir contra os meus pais, meus costumes, tudo aquilo que fui ensinada a reproduzir e seguir. Me rebelar pelo fato de que eu não era a filha perfeita – não sendo, mais ainda, a filha perfeita. Sinceramente, entrei em direito por causa deles. Por mim, teria feito moda. Eles esperavam que dentro da faculdade eu fosse tomar rumo e atender às expectativas impostas. Bom, eu tomei. Além de me tornar advogada e senadora de direita, passei a consumir drogas, beber e transar loucamente, com homens e mulheres. Conservadora e de direita, mais ou menos. Sempre fui ruim de direção.

E foi na faculdade que conheci uma das piores drogas da minha vida: Simone Tebet, professora de direito administrativo. Lembro de ir chapada assistir a algumas aulas dela e viajar em meus pensamentos sobre como queria ser fodida por aquela mulher. Ela era inteligente e autoritária, o que a deixava sexy até demais. Passei um bom tempo obcecada. Mas na época tudo não passou de pensamento, mesmo eu sabendo que ela se relacionava com algumas alunas da faculdade às escondidas – fofocas correm como o vento entre os alunos da UNAES. E mamãe não aguentaria se, por acaso, descobrisse que a filhinha estava transando com uma professora. Aquilo seria demais – até pior do que drogas e outros absurdos. Ainda mais sabendo que a professora é integrante de uma das famílias oligárquicas do MS.

É engraçado, porque eu estou, anos depois, me preparando para sentar no colo dessa mesma mulher. Claro que não foi planejado vir até o quarto de hotel dela e seduzi-la. Não sou tão psicopata ao ponto de planejar algo durante anos. Só aconteceu. E já que estou na chuva, vou me molhar, né? Agora, estamos completamente nuas, drogadas, com as peles suadas e os olhares interconectados numa cama de hotel. Ah, e somos adversárias numa corrida à presidência.

the killOnde histórias criam vida. Descubra agora