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Havia passado meses que ninguém tinha notícias sucintas de Tae, era fato que, quando se dedicava verdadeiramente em uma peça, sumia por longos períodos de tempo, principalmente para fazer estátuas de mamore, que requeria muito mais tempo e atenção aos detalhes.
Havia algo de muito intenso naquele trabalho. Não havia motivos para tal capricho, já que não era uma encomenda, porém, ainda assim, queria faze-lo. Queria moldar tudo, no mais belo detalhe.
Ficou semanas fazendo o rosto, os olhos felinos, e as bochechas arredondadas, o nariz pequeno, as orelhas, o dorso.
Sabia que não era normal aquele apreço, que havia um prazer muito particular em moldar todas as formas daquele corpo. Do tronco nu que tão pouco era definido mas ainda assim era belo.
Era um pouco delineado, os glúteos, as coxas, as panturrilhas. O pescoço, ah, o pescoço, estava tão facinado por aquele pescoço que,se fosse real, estaria afundado naquela pele dura, que tinha um aspecto tão macia.
As noites que dormia, sonhava com um rapaz. Ele tinha um sorriso lindo, era menor que si, seus olhos eram felinos.
Era igual em todos os aspectos a escultura que fazia.
E nas noites que acordava, jurava ter ouvido uma voz, o riso dele.
Quando ia em direção ao seu ateliê, estava tudo calmo e quieto. Seu menino de mármore continuava ali. Exposto. E tal exposição começou a lhe ser incomoda, por isso, pegou um lençol que tinha ali, e cobriu as partes de sua criação.∆∅Ω
Semanas se passavam e Taehyung não conseguia ficar longe de seu menino feito de mármore. Aos poucos começou a lhe comprar algumas túnicas para vesti-lo, e ele não pareceu menos encantador quando nu.
Não conseguia sair daquele quarto, mesmo criando outras obras, parava por longos minutos só para continuar a encarar aquele corpo, tocar para sempre se lembrar que era só mármore.
Com o passar do tempo já não agia mais que ela era um objeto inanimado.
Passava a lhe deixar frutas quando ia almoçar. E ficava conversando com a mesma quando iniciava uma encomenda nova.
Quase bateu em um de seus clientes quando o mesmo tentou puxar a túnica lilás que cobria as genitálias de tal.
Gritou como se seu menino de mármore fosse de fato uma pessoa física e isso começara a se tornar uma preocupação.Se surpreendera quando viu o final de sua obra.
Era tão belo que nenhum homem de verdade poderia se comparar.
Era, na verdade, de uma perfeita semelhança que o jovem estivesse vivo, e que parecia que só o recato o impedia de se mover, como se descansasse calmamente.
A arte, por sua própria perfeição, ocultava-se e a obra parecia ser produzida pela própria natureza.
Perdeu a noção do tempo, enquanto o observava, em alguns momentos parava para tocar nos braços e no rosto de mármore, só para ter certeza que não era alguém de verdade.
Deito-o em um leito recoberto de panos coloridos, colocando um de seus travesseiros de penas, como se ele pudesse sentir a maciez. Ele o posicionou bem no centro de seu estúdio e ali ficou.
Tantas perguntas se passavam em sua mente naquele momento.
Como conseguiu fazer isso? E porque tinha tanta certeza que, jamais iria reproduzir algo do tipo em todo o resto de sua vida mortal.
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Sempre ali tão calmo, descansando em um sono tão profundo que Taehyung desejava de alguma forma faze-lo acordar.
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Sublime | Tægi
FanfictionAquele em que Taehyung quer algo sublime. Essa fic é uma adaptação em um conto que eu li.