Vida nova

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Hunter pov~

Desde quando criança, é tinha medo até mesmo de acordar. Fazer o mínimo possível de barulho era uma regra rígida da minha casa. Até por que eu não queria acordar meu tio e apanhar de novo....

Eu passei por maus bocados naquela maldita casa. Quando os vizinhos descobriram sobre esses abusos e meu tio foi preso, e achei que tudo avia acabado; mas eu estava errado. As crianças daquele lugar adoravam zombar das minha cicatrizes. Todo o dia eu era zoado e até mesmo agredido.

Até que um dia, uma mulher baixa, morena e de cabelos cacheados foi lá no orfanato. Ela parecia ter gostado de mim, por que passou o dia todo conversando comigo. Ela até mesmo me fez sorrir, coisa que eu não fazia a tempos.

Enfim, essa mulher me adotou. O nome dela é Camila Noceda; a minha atual mãe. Eh também ganhei duas irmãs; Luz e Vee. A Luz era igualzinho a mãe, tinha a mesma pele escura e cabelos castanhos. Já a Vee era mais nova. Ela tinha a pele um pouco mais claro e o cabelo pintado de dois tons diferentes de verde.

E também avia o Senhor Noceda; meu pai. No começo eu tive medo dele, por conta de meus traumas; mas ele mostrou ser uma boa pessoa. Ele até mesmo me levou pra uma psicóloga, pra eu me sentir melhor....ele era como um verdadeiro pai pra mim...só que, como sempre, algo devia acontecer. Ele acabou ficando muito doente e não aguentou....

Com isso todos os sentimentos que antes me atormentavam voltaram; dessa vez piores. Comecei a não comer direito; todos os dias eu tinha pesadelos, portanto não dormia quase nada. Até mesmo me cortar eu comecei....e agora, mais recentemente, eu descobrir ter ansiedade.

Com todos esses acontecimentos a mamãe decidiu nos mudarmos para outra cidade. E nesse momento eu estou escrevendo, também ouvindo uma música: "Mary on a Cross" enquanto ela dirige. Luz e Vee estão nos bancos de trás.

- mi hijo? - Ouvi a voz da minha mãe e tirei meus fones a olhando. - Está tudo bem?

- Aham...eu tô bem... - Respondi começando a desenhar em um papel em branco.

- O que você tá fazendo!? - Luz falou me assustando.

- Desenhando....você tá cega? - Brinquei com a mesma que me deu tapa na cabeça. - Ai!

- Crianças.... - Mamãe falou fazendo Luz voltar a se sentar. - Uau, você tá ficando bom nisso! - Quando a olhei ela estava olhando meu desenho.

- Obrigado Mamá...o pai falou pra eu fazer isso quando estivesse triste.... - Parei um momento de falar e lembrei que o papai não estava mais com a gente. - Sinto falta dele...

- Todos nós sentimos mi hijo.... - Eu senti a mão dela no meu ombro e a olhei de novo. - Tenho certeza que ele está em um lugar melhor.

Ela sorriu. Esse sorriso dela sempre me conforta. Deve ser alguma coisa de mãe; mas sempre que eu estou triste, não importa o quanto, esse sorriso sempre me conforta.

Por fim, eu sorri de volta e voltei a fazer o que eu estava fazendo. Eu então ouvi um piado. Olhei pra gaiola debaixo das minhas pernas. Era o meu Cardeal Vermelho, um dos últimos presentes do meu pai.

- O que foi amigão? Está com fome? - Perguntei e ele deu outro piado. Entendi isso como um sim. - Ok, um minuto...

Eu fechei meu caderno e peguei umas sementes, colocando um pouco na mão. Em seguida eu abri a pontinha da gaiola e peguei Flapjack com um dedo. O mesmo pulou para minha outra mão e começou a comer as sementes. Eu sorri de canto e fiz um carinho nele com o dedo.

Eu voltei a colocar meus fones e olhei para a janela. Eu podia ver as montanhas e carros passando pela janela. Não demorou muito pra eu cantar e adormecer.

Paixão não planejada ( HUMAN AU!!! ) HUNTLOW Onde histórias criam vida. Descubra agora