VI

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-Todoroki kun!-Uma voz conhecida me chamou. E eu sabia muito bem quem era.

-Izuku!-Corri até ele feito um louco e o abracei forte. Como se ele fosse embora se eu o soltasse-Ai meu Deus... você tá aqui. Eu senti tanto a sua falta!

-A gente se viu ontem, bobo-Ele riu enquanto se desfazia do abraço e mexia em meu cabelo-Então, a nossa programação era almoçar no restaurante que gostamos primeiro, mas tá bem cedo para isso agora. O que você sugere?

Eu não sabia o que dizer, afinal, não é todo dia que se vê alguém que morreu e depois voltou à vida. Eu estava bem desconcentrado na conversa.

-Hm? Ah. Não sei. O que você quiser.

-Tem certeza que você está bem?

-Claro!-Me lembrei que eu precisava dar um jeito de fazer com que Inko não fosse dormir em casa ou pelo menos demorasse um pouco mais pra chegar. Achei a segunda opção mais fácil, mas o que eu iria fazer?-O que você acha de irmos até a praia?

-Ah sim, você falou isso no telefone, eu esqueci-Izuku segurou minha mão, fazendo com que as poucas pessoas que passavam pela rua nos olhassem torto—Vamos. Vai ser divertido como nos velhos tempos—E então, andamos em silêncio.

O que poderia fazer Inko chegar mais tarde? Talvez ela pudesse ficar mais um tempo com a tia de Izuku no festival. Ou talvez ela pudesse ir ao mercado se Izuku falasse que estava faltando alguma coisa enquanto ela ainda estivesse fora.

Sinceramente, não fazia a mínima ideia do que fazer.

-Midoriya-Chamei.

-Sim?

-Sua mãe costuma chegar tarde em casa?

-Do trabalho? Às vezes.

-Mas e nos fins de semana ou nos feriados?

-Só quando ela vai se encontrar com um cara que ela tá saindo. Por que a pergunta?

Bingo.

-Só curiosidade-Olhei para o chão, pensando no que eu deveria falar.-Desculpa se eu tô sendo inconveniente, mas quem é ele?

-Você não vai acreditar. O nome dele é Toshinori Yagi.

-Espera... o nosso antigo professor?

-Sim-Midoriya sorriu fraco.-Ele é um bom homem, mas tenho medo dele acabar machucando a minha mãe, igual ao...-Izuku parou de falar de repente e desviou seu olhar para o chão.

-Igual a quem?

-Deixa pra lá. Enfim, se eu lembrasse que iríamos à praia eu iria trazer algumas roupas caso a gente vá nadar-Ele mudou de assunto, como sempre.

-Eu trouxe algumas na mochila, relaxe. Qualquer coisa você pega emprestado.

-Obrigado-Midoriya sorriu e apertou minha mão um pouco mais forte-Estou muito feliz por estar passando um tempo com você hoje.

-Eu também... aliás, sua mãe vai para o festival com Yagi?-Tentei voltar para a conversa um pouco receoso, não queria deixar Midoriya desconfortável, mas era importante fazer com que Inko não estivesse em casa naquele momento. Ela poderia ser feita de refém ou algo do tipo.

-Ela vai com a minha tia.

-Por que não com ele? Sabe, seria legal se eles passassem um tempo juntos, não acha?

-Por que quer tanto que minha mãe fique com Yagi?

-É que... eu queria passar um tempinho sozinho com você na sua casa quando eu fosse te levar pra lá depois do festival, sabe? Não que eu queira fazer aquilo. Espera. Não que eu também não queira-De repente, não sabia mais o que falar.-É que seria legal...

🌊Uma viagem ao passado🌊(Tododeku)Onde histórias criam vida. Descubra agora