Tudo começa em uma casa comum, em um dia ensolarado e quente. Meus irmãos brincam no quintal, correndo para todos os lados. Fecho meu livro e me levanto da escrivaninha. Sinto o cheiro leve de canela e já percebo qual seria o cardápio da tarde.
- Panquecas? - Pergunto, pegando um morango de cima da receita.
- Quero que seu último dia de férias seja inesquecível. - Minha mãe responde, me dando um abraço apertado e um beijo na testa.
Meus pais resolveram me colocar em uma escola integral. Nunca pensei em realmente ficar tanto tempo na escola, parecia tortura. Mas eu não me importava, gostava do ambiente escolar.
- Não vai ser muito cansativo pra você?
- Mãe, tá tudo bem. - Abro um leve sorriso. - Eu consigo.
Ela retribui o sorriso e volta a preparar as panquecas. Vou até onde os meninos estão brincando e sento no chão.
- Cuidado pra não cair, Joseph - olho para o pestinha encima da árvore. Antes eu gostava muito de escalar, mas acho que realmente ficamos sem graça quando crescemos.
Enquanto estava mergulhando em meus pensamentos, novamente aquilo aconteceu. Não pense que vai conseguir fugir. Sinto um frio na espinha e olho para trás. Ninguém. E novamente todos os pensamentos ruins voltam pra minha cabeça. Aquilo sim era uma tortura. Quando finalmente acordo das visões tão perturbadoras, me encontrava caída no chão, com o gosto metálico de sangue na boca.
- Maninha! - Ouço uma voz distante antes de desmaiar completamente.
O mais estranho nem foi o fato de ter um pato rosa me encarando na janela, e sim a garota que estava cuidando de mim.
Ela tinha cabelos brancos e longos. Quando se movimentava, era como se os fios fossem uma cachoeira. Era viciante, não que eu me importasse com isso. Seus olhos azuis brilhantes me lembram pedras de diamante, são viciantes de se olhar. Sua pele tão pálida que reluz na luz solar.- Finalmente acordou. - A garota responde secamente, o que a faz não ser mais tão atraente assim. - Beba o chá que está encima do criado mudo, suba as escadas e me aguarde.
Desvio meu olhar para a xícara ao meu lado, e quando volto à garota ela já tinha sumido. Me sentia tonta, cansada, confusa e com muita fome. Bebi o chá, mesmo achando que aquilo não encheria, mas me surpreendo quando sinto minhas forças voltando. Me levanto rapidamente, percebendo que estou com uma camisola que não me pertencia.
Subo as escadas e percebo que cheguei em uma sala de jantar, enorme e cheia de lustres.Escolho uma cadeira aleatória e vou até ela. Antes de sentar, ouço passos e percebo aquele mesmo pato que avistei na janela entrando pela porta do local.
- Sente-se naquela cadeira. - A garota mal educada aponta com o queixo. - Daqui a pouco a mãe aparece.
Não faço pergunta alguma, tenho medo de acabar levando uma patada sem necessidade. Arrasto a cadeira devagar, fazendo ecoar um rangido alto e agoniante. Faço uma careta de dor e sussurro um pedido de desculpas. Sento onde me indicaram e aguardo a tal "mãe".
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𝔄𝔰𝔞𝔰 ℜ𝔬𝔲𝔟𝔞𝔡𝔞𝔰
FantasyUma garota perdida entre universos, apenas a procura de sua memória. Poderes novos, povos novos, amigos novos. Inimigos à espreita apenas esperando para atacar. Quantos irão sobreviver à essa nova guerra? PLÁGIO É CRIME!!!