"Ciclos se encerram, mesmo que sentimentos continuem."

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- Thamires!

E essa foi a última vez que ouvi o mesmo me chamar, mas a primeira vez que fora neste tom. Em um timbre de súplica e desespero, com medo e amargura na voz, havia saído no tanto em um sentido melancólico, de uma forma eloquente.

Diria que não estaria a ligar para isso, porém estaria enganando descaradamente a mim mesma, sendo que há anos, tentava por mim mesma exercer uma postura pela qual não inibisse o impedimento de me render ao homem emanava.

Apenas ao observar seu lindo sorriso sereno, sentia meu peito apertar e os olhos encherem-se d'água, juntamente de seu jeito harmonioso e genuíno de ser, resplandecendo a sua estima, me fazendo, erradicamente, o admirar e me condenar mais do que o necessário por perceber ser tão inadequada para ele.

Honestamente, o mesmo não merecia aquilo, e eu sabia disso como se fosse realmente a única coisa que eu pudesse saber naquele estado, me condenando a cada milésimo de segundo por fazê-lo passar por aquilo, por mais que por outro lado fosse correto, pela sinceridade expressa em meus sentimentos, um pelo qual era desconhecido e que começara a transbordar em meu peito, refletindo a insegurança de esvaecer somente ao virar-me para trás naquela melancólica cena.


Como já ouvira dizer, dois dos mais fortes sentimentos andavam contíguos, e tais seriam, o amor e o ódio. No entanto, hesitava em inferir o que me dominara neste exato instante. Porém, sentia algo simplesmente aflorar ao perceber uma qualquer e simples olhadela vinda de sua parte.

Tentava desvencilhar de seus flertes e de seu escrúpulo para comigo naqueles momentos, sabia que era os meus sentimentos estavam confusos e meu coração se encontrava sensível e embaraçoso, entretanto, sua fala transmitia uma sensação diferente. Inesquecível.

Eu podia saber e sentir que minha mente estava à beira do precipício, que era totalmente atroz, e minha vida estava se deteriorando aos poucos com sua falta, meu mero adeus não havia sido aceito pelo meu fútil e lânguido coração, e pelo visto, muito menos pelo dele.

Observo o local adentrando discretamente, localizando-o a poucos metros de distância do balcão, pelo qual eu conhecera muito bem. Neste mesmo bar. Naquele mesmo lugar. O vejo bebericando algo, o que eu reduziria ser o bendito Soju, me fazendo seguir lentamente em sua devida direção, percebo que o mesmo estava a chorar e, cantarolando algo que eu reconhecia somente pelo movimento de seus lindos lábios. Devolva-me.

Em passos apressados, chego em sua mesa, e ao garoto que cantava de forma roufenha e arrastada, claramente embargada. Sua doce voz transmitia nitidamente suas emoções que carregara neste momento, seu timbre fazia a melodia soar mais pura do que seria, me relembrando o tempo pelo qual o mesmo gorjeava para mim, e seu tom se misturava aos poucos com o licor da tal bebida e a melancolia da situação, me demonstrando o quanto o amor poderia, sim, abater algo ou alguém.

Devolva-me | PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora