Durante o tempo que tivemos que esperar para entrar na escola, Kenma, Kuroo e eu acabamos por ficar num dos bancos de cimento conversando sobre o intercolegial de vôlei que se aproxima.
— Vocês disputam por Tóquio, e mesmo assim quem se classifica para o nacional são os dois finalistas?
— Sim, ao fim, se não me engano, são 64 times disputando. Quem cedia o nacional pode colocar mais um como cortesia.
— São muitos — apoiei o rosto na mão — agora entendo o porquê de ter vários jogos num mesmo dia e também serem simultâneos. Quais são as escolas que mais devem causar problemas? Devo começar a procurar informações.
— Naoi vai saber te falar melhor — Kuroo comentou —, mas Itachiyama e a Fukurodani podem ser um problema para região.
— Não quero jogar de cara com o Bokuto — Kenma afirmou sem levantar os olhos do celular — faz anos que eles conseguem vagas consecutivas pro nacional.
Vi quando fomos para o festival que a estrutura da escola é diferente, não me surpreende que o time seja uma potência se considerar que o investimento nos atletas também é de alto nível. Não estou completamente alheia aos nossos futuros adversários, durante a Golden Week os novatos discorreram o assunto comigo falando suas opiniões e apontando jogadores que eram considerados bons. Até mesmo chegaram a me dar volumes das revistas esportivas anteriores para que incluísse em meu estudo.
— Pensando estrategicamente, sendo um time que vocês encontram com frequência, deve ser um pouco mais fácil de lidar do que um completo desconhecido.
— Depende do Bokuto.
— O que quer dizer com isso? — virei o rosto para Kuroo esperando ele elaborar.
— Se lembra de como ele ficou todo pra baixo durante o nosso primeiro treino? — assenti dizendo que sim. — Aquilo não é a ponta dos problemas dele, o cabeça de vento é imprevisível. Dependendo de qual face ele apresenta pro jogo, a Fukurodani sabe exatamente como lidar, e se adapta.
Resmunguei — É a primeira vez que vejo um time assim, claro que deu para perceber a relação capitão e jogadores no jogo-treino, mas pensei que talvez fosse uma exceção.
— Não, lidar com Bokuto é sempre um saco. Se ele se manter desmotivado é uma vantagem, mas o levantador Akaashi sabe lidar com ele tão bem quanto o resto.
— Vamos ter que treinar mais então — ajeitei a postura e me levantei — treinador passou alguma orientação depois da viagem para Miyagi?
— Não, vamos ter a primeira reunião hoje. — Kuroo cruzou os braços levantando o rosto para me encarar — A propósito que tipo de treino andou fazendo por aqui, me prometeu um time.
— Treinos de habilidades, não sou treinadora, então não posso dar muitas ordens. Mas ajudei aqueles que ficaram a encarar o jogo com uma visão mais profissional. — chutei uma pequena pedra perto do meu pé — Entender como podem melhorar suas habilidades sem precisar necessariamente estar na quadra da escola.
— Como isso?
— Treino mental, percepção, visão de jogo — virei para o rapaz sentado e me curvei para nivelar nossos olhos — Deveria saber disso como rei da provocação.
Para completar, coloquei o indicador em sua testa e o empurrei — Partidas começam na cabeça.
Kuroo não teve tempo de responder uma vez que o sinal da escola tocou e então fomos liberados para entrar na segunda aula. Acenei para Kenma e disse encontrar com ele e o restante do time quando chegasse a hora do intervalo.
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Constantly Flowing - (Kuroo x [Nome])
Fanfiction🥇 1° em Haikyuu • Abril/23, Maio/23 🥇 1° em Kuroo • Março/23 🥇 1° em nekoma • Julho/24 Uma ex-jogadora da seleção italiana de vôlei é forçada a mudar para Tóquio por conta do trabalho de seu pai. Obrigada a abandonar o esporte que tanto ama, prec...