beg for you | son heung-min

1. faking it

Eu fingi um orgasmo. Era tudo que eu conseguia pensar. Estava na mesma posição desde que havia aberto meu almoço, roendo as unhas, olhando para um ponto do horizonte enquanto reprisava a cena da noite anterior na minha cabeça enquanto deveria está almoçando.

Eu amava Son Heung-min mais do que tudo na vida, viveria e morreria por ele. E só nos meus sonhos mais selvagens saberiam o que sentia por ele quando o assunto era nós e a cama. Mas como um tropeço em uma corrida, uma pedra no sapato que você só percebe depois de um tempo, enquanto estávamos caminhando para mais uma de nossas noites quentes, um click, uma mudança no tempo me fez simplesmente fingir que eu havia chegado lá.

No fundo estava me sentindo culpada, porque isso nunca tinha acontecido. Talvez fosse o dia, o tempo, o cansaço... Eu estava cansada ontem?

– Ei! – Stephanie estala o dedo na minha frente.

Acordo do transe momentâneo ainda com os dedos na boca roendo as unhas.

– O seu almoço está esfriando, ou você vai preferir continuar comendo suas unhas? – ela pergunta enquanto senta à minha frente na mesa da pequena copa no prédio em que trabalhávamos. Era sexta–feira, e a maioria dos nossos colegas de trabalho resolveram comer fora, por isso estávamos apenas nós duas ali.

– Acho que não estou com fome hoje. – digo fechando o recipiente que meu almoço estava guardado.

– Você está aérea desde hoje de manhã, o que está rolando? – ela pergunta com um franzido no meio das sobrancelhas.

Cruzo os braços em cima da mesa e afundo minha cabeça entre eles soltando um grunhido de inquietação.

– Pelo visto é sério... É algo daqui? Se for aquele babaca do Jeff tentando novamente para que a gente assine com aquela empresa de cerveja, eu juro que vou pessoalmente mandar ele ir a merda.

– Não, não tem nada a ver com o Jeff. Nem nada relacionado aqui.

– Problemas em casa?

– Mais ou menos. – digo baixinho cutucando o canto da unha tentando não olhar para minha amiga.

– Estou aqui se quiser conversar. – responde ela comendo uma garfada de sua salada.

Olho para os dois lados. Confio em Stephanie, estamos nessa juntas desde a faculdade, ela é a única que posso confiar no trabalho além de ser amiga para todas as horas. Talvez desabafar com ela seja uma boa alternativa, mas não quero ninguém do trabalho sabendo dos detalhes sórdidos da minha vida pessoal.

– Eu fiz algo ruim. – confesso em um sopro.

– Matou alguém?

– Não, Stephanie!

– Ah, então não é nada ruim.

– É sim. – digo balançando a cabeça freneticamente enquanto me escondo em minhas mãos.

– O quê? Desembucha logo.

Engulo a seco, olho novamente para os dois lados e respiro fundo.

– Eu... E–eu fingi... Fingi um...

– Fingiu o que?

Tento me comunicar por expressões faciais e movimentos frenéticos das mãos e ela parece automaticamente entender sobre o que estou falando.

– Oh. Oh. – ela larga o garfo deixando soar o estalo do baque em todo o local.

– Stephanie! O que eu faço?

– Eu simplesmente não sei o que é isso a anos. Namoro uma mulher, lembra?

– Você não está ajudando.