PROLOGO

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Seus passos eram calmos e sincronizados. Sua atenção estava voltada para tela do celular a qual somente de uma mão usava, para poder responder aos emails que requeriam a sua especial atenção para o momento. Barulhos de carros indo e vindo... Buzinando e travando, recheavam o som ambiente daquela área metropolitana. Junto as folhas secas e colorida do outono, seu cabelo longo e dourando voou ao vento, quando um estranho fenómeno aconteceu.

O loiro somente sentiu algo lhe ser tirado debaixo dos braços e um raio vermelho passar por si a uma velocidade absurda.

— EI, Espera! DEVOLVA ISSO! — Sem mais um segundo para parar, o mesmo correu atrás do seu assaltante, desviando de dezenas de pessoas que se encontravam pelo caminho.

E não só de pessoas teve que se desviar, como também de carros que lhe buzinaram em protesto, quando teve que saltar a rua não ligando para o sinal vermelho.

Os olhos azuis continuaram seguindo o raio vermelho, quando parou com os braços estirados a ao lado do corpo e o peito subindo e descendo de exaustão.

Se encontravam num beco sem saída.

A passos cautelosos, o homem caminhou em direção ao seu assaltante, que inutilmente insistia em tentar subir naquele muro de mais de dois metros. O que seria impossível um salto ser realizado, decorrente o tamanho da pessoa.

O corpo menor foi empurrado a parede e ali encostado. O homem loiro pôde muito bem sentir o engolir a seco e o medo que exalava daquele criminoso. Com as mãos nos ombros da pessoa, os olhos azuis se estreitaram irritados ao se prenuncia.

— Devolva a minha bolsa...

— Não posso... — Tal voz ainda exausto pela corrida, baixo e suave, fizeram os olhos safiras levemente se esbugalharem e o aperto que ele executava nos ombros do assaltante contra a parede, diminuírem.

O coração dele falhou uma batida ao escutar tal voz melodiosa.

Sem que percebesse, seu braço direito se ergueu até o capuz do moletom vermelho. E ao se abaixar, levemente se afastou ao encontrar cabelos mais vermelhos ainda... longos... que escorriam emoldurando aquele rosto de feições delicadas e olhos mais lindos de um tom azul arroxeado que nunca viu na vida.

Olhos amedrontados.

Olhos tremeluzentes.

O homem de feição anteriormente fechado, deu um mínimo sorriso, esticando sua mão em direção a bolsa que lhe foi tirada. Bolsa essa que a figura feminina agarrava com toda a força que possuía ao mesmo tempo em que tremia.

— Você... pode me devolver sim. Garanto que eu não te farei mal... vou te ajudar.

Sorrindo aberto, os dois olhares se encontraram e desse jeito permaneceram.

Até...

21 anos depois



A luz entrando pela janela —cujo a cortina translúcida não impedia tal fenómeno da natureza anunciando uma nova manhã — machucou os olhos entreabertos.

Ele voltou a fechá-los por alguns segundos, até por fim, decidiu abri-los e vagorosamente sair da cama.

O loiro passou as mãos pelo cabelo curto e de modo contido, espreguiçou o corpo sem peça de roupa alguma. Foi em direção ao banheiro, onde de modo tranquilo fez sua higiene matinal. De cabelo molhado, o mesmo voltou para quarto, a qual ele ficou alguns segundos de braços cruzados, encostado no batente da porta do banheiro, sorrindo pequeno enquanto via aquele corpo menor se mover de forma manhosa na cama. Sorriu ao vê-la ainda de olhos fechados apalpar o seu lado na cama.

Stay: Entre Encontros e DesencontrosOnde histórias criam vida. Descubra agora