Me encontro de pé sob o muro em uma estrada em Terisink, observo a imensidão do lago a minha frente a dois passos de cair naquela água escura e profunda igualmente o céu acima da minha cabeça, pensar na possibilidade de me atirar daqui é inevitável.
Apesar da minha vida não ser lá aquelas coisas, não é em minha morte que penso, e sim de tantas pessoas que se jogaram daqui.
Enquanto pulavam com o objetivo de simplesmente acabar com a sua dor interna, será que em algum momento da queda até aquela água gélida eles se arrependeram? Quando seu corpo por completo sentia o impulso da gravidade os levar para baixo, e o vento soprar por cada centímetro de seus corpos, será que passou por suas mentes algum remorso por tomar aquela descisão, ou simplesmente estavam aliviados por terminar com aquilo que estava os matando aos poucos, aquele sofrimento e angústia que estava consumindo cada célula corporal a cada dia mais, eu simplesmente não sei.
A vida é algo irônico, algumas pessoas a querem muito e outras pouco se importam, eu me encontro no meio termo, não gosto muito dela nem desgosto imensamente, penso que se me importasse mais com a minha vida ela seria de outra forma, com outras pessoas e acontecimentos.
Minha mãe era alguém que amava a vida e cada detalhe dela de uma forma admirável e encantadora, ela dizia que "A vida é o bem mais precioso que temos" É irônico dizer isso de uma pessoa que morreu há um mês . Pois é, uma pessoa que dava um imenso valor a vida perdeu em um acidente de carro idiota, o fim que ela recebeu pela vida que tanto valorizava, e eu me pergunto o porque de tudo isso, quem ama vida a perde com facilidade e quem não a deseja tem todo o tempo do mundo. Fatos do universo que não fazem nenhum sentido e eu nunca entenderei.
Respiro fundo e olho para o lado vendo a estrada atrás de mim, a mesma que levou minha mãe, se eu forçar um pouco a visão mais a frente consigo ver a árvore onde ela e minha irmã bateram com o carro, é incrível como ela ainda se encontra ali com alguns arranhões e um buraco da batida do carro, porém ela permanece ali.
Não saio de casa a exatamente vinte e nove dias, e quando saio vou exatamente para o local onde ocorreu o acidente de minha mãe e irmã, e subo no muro que se der um passo em falso pode me matar, e volto a repetir não quero me jogar daqui. Eu apenas queria pensar e fugir um pouco da minha realidade, no presente momento tem mais pessoas me dando atenção do que quando eu nasci e eu não gosto disso, me sentir o centro das coisas nunca foi o meu forte prefiro ficar na minha companhia apenas.
Mas pessoas não entendem isso ou simplesmente ignoram e voltam a me ligar todo o tempo, me dizer o quanto sentem muito e que foi uma tragédia o que aconteceu, vamos ser sinceros nem todo mundo se importa de verdade com o acidente algumas pessoas só fazem isso por educação, elas estão nem aí se você perdeu a mãe e sua irmã virou um vegetal, a única parte boa disso é a comida pelo menos não vou me preocupar com isso durante uns 3 meses.
Eu precisava de ar puro e silêncio, já que minha vida está turbulenta ultimamente. Porém não pensei que estaria frio aqui, algo idiota se considerando que está anoite, e que estou em um lago e é outono. Apesar de tudo isso retomo meu olhar para o lago a minha frente e ele está magnífico com as estrelas e a lua acima dando a sensação de que só tu vendo uma tela de arte uma tela que no presente momento apenas eu posso apreciar.
Escuto um carro vindo porém nem me dou ao trabalho de virar, para minha infelicidade pelo barulho sinto que ele parou próximo de onde eu estava e a porta se abre em segundos se fecha com tanta força que tomo até um susto. Não quero me dar o trabalho de ver quem está ali, seja quem for tem duas opções de acontecimento para os próximos minutos, essa pessoa pode estar como eu apenas querendo um pouco de silêncio e tranquilidade e vai ficar tudo quieto; esse alguém pode estar querendo acabar com sua vida se atirando daqui.
Suspiro profundamente ao sentir que esse alguém se aproxima de mim, como uma mulher automaticamente começo a pensar em maneiras de me defender se for necessário enfim o instinto do que vivemos na sociedade atual.
-Você não acha que isso é muito alto para alguém estar?
No mesmo instante, sem ser necessário me virar para olhar, reconheço a voz familiar. Ele já estava ao meu lado escorado no muro, desvio meu olhar para baixo e percebo que se encontrava olhando na mesma direção que eu, porém com um olhar perdido, o que deixava o castanho de seus olhos em um tom mais escuro, era nítido a dor e angústia que ele carregava o brilho que ali estava era por conta do brilho da lua, porque seu olhar estava escuro e sem vida, com as mãos entrelaçadas enquanto se apoiava no muro me parece cansado, o homem estava vestido com uma calça moletom cinza clara e uma camiseta branca completamente amarrotada como se fosse a primeira coisa que ele viu pela frente e vestiu , o cabelo levemente bagunçado e olheiras de quem parece que não dorme direito a dias.
- Você não acha que está tarde para alguém estar na rua a este horário?- Ele me olha e ri de forma irônica- Ok, foi alguém besta de se dizer me encontrado onde eu estou
- É realmente- retruca
- Onde está Yuki?- Respiro fundo, e continuo a olhar o lago esperando que o homem me responda
- Está no carro dormindo na cadeirinha- Sinto ele me fitando- Não ache que eu deixaria meu próprio filho em casa sozinho
- Eu não estava achando nada- me viro para olhá-lo, e aqui está considerado um dos homens mais lindos de konoha, destruído e completamente cansado, não o julgo, ter que cuidar de um bebê de 8 meses e a mulher ter virado um vegetal não é fácil- Como você está?
- Como eu estou? Como você está? Não sou eu que estou em cima de um muro a dois passos de cair dentro de um lago que com certeza poderia me matar- ergue uma sombrancelha para mim ao terminar a frase
- Eu não vou me jogar daqui, apenas estava admirando o lago- pendo a cabeça para o lado- E respondendo a sua pergunta, estou bem na medida do possível
- Ok, eu também estou bem na medida do possível- suspira fundo- E desça daí, talvez não queira se matar, mas um passo em falso e você se mata sem querer aterapia já vai sair cara o suficiente, Yuki já perdeu a avó, a mãe é um vegetal, acho que não faria bem explicar como ele perdeu a tia também
- Adoro como você consegue estragar a minha vibe Hatake- desço do muro antes que o próprio me tire de lá a força
- Se sua vibe não fosse suicida eu não teria que estraga-lá
Um silêncio veio com tudo e nós atacou, como se de uma vez aquele carro batesse em nós com toda dor, culpa e remorso
- Você acha que eu vou conseguir ser um bom pai para ele?- apoia sua cabeça sob os braços que estavam sob o muro
- Acho que sim, e se não for eu te caço até a morte- o mais velho dá uma risada anasalada- Vocês vão ficar bem...... todos nós vamos- retiro meus olhos dele e os retomo ao lago a minha frente, é aqui realmente não é apenas um lugar onde pessoas tiram suas vidas, ou veem para admirar a paisagem, também é um lugar onde as águas do lagoa acolhe as dores mais profundas e sentimentos mais verdadeiros
- Vem eu te levo pra casa- diz e se vira em direção ao carro e eu o sigo.
Oi gente tudo bem com 6? Então o bendito do Wattpad tinha dado problema na minha conta, então decidi fazer outra fic zero, espero que vocês gostem. Não faço a mínima ideia de quem vai ser o par da Hana, mas de tiverem idea, me digam.
Não está nada igual a outra, depois de todo aquele tempo eu mudei um pouco e minha visão sobre a literatura também, mas se preferirem eu volto como estava antes. Me deem ideias do que vocês querem que aconteça também.
Até o próximo capitulo, bj na teta esquerda
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Take me back to the night we met
FanfictionTake me back to the night we met (ou Leve-me de volta para a noite em que nos conhecemos em português), se trata de da história de Hana quem vê por fora acha que tudo é mil flores em sua vida, mas ao decorrer de cada capítulo você entenderá que assi...