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3 DE MARÇO, 2021

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3 DE MARÇO, 2021

Jisung desceu as escadas e de onde ele estava, já dava pra escutar a conversa e a risada alta. Se sentia ridículo por ainda se sentir triste, ao não fazer parte desses momentos. Tentou passar despercebido, mas sua presença foi notada; resolveu ignorar a apenas pegou uma fruta e tentou passar direto. Ele só tentou.

— Jisung!

O citado parou e respirou fundo.

— Sim? — Recuou e encarou seu pai. Se sentiu ainda pior ao ver seus dois irmãos ali e sua mãe.

— Sente-se para tomar café.

— Não, obrigado.

— Você também é da família.

Jisung riu.

— Não foi isso que o senhor falou semana passada quando eu voltei pra casa. O que me disse mesmo? — Ele fingiu pensar. — Ah é, disse que eu tinha manipulado meu avô pra que ele colocasse tudo no meu nome, sendo que eu não via ele há dois anos. E ainda completou dizendo que isso devia ser coisa de ômega.

Silêncio. Jisung sorriu na direção de sua 'família'.

— Tenham um bom dia.

Jisung saiu de casa e só aí ele pôde soltar o ar que nem sabia que estava segurando. O ômega se sentia tão... Deslocado. Certeza que nasceu na família errada. O loiro suspirou e tentou não se importar com toda essa merda que era sua família. Tá aí a desvantagem de ter nascido ômega em uma família repleta de beta e alfa.

O mundo é injusto. Han Jisung, prestes a fazer dezoito anos, é ômega em um mundo cheio de betas e alfa. Alguém nascer ômega era raridade e sua mãe resolveu dar a luz a trigêmeos, não tão idênticos assim. Ele foi o terceiro a nascer e não poderia ter vindo em uma família pior. A família Han era repleta de preconceitos. A família Kim, que era a de sua mãe, não salva nenhum.

Jisung sabia que sua classe era um tanto desprezada e ele de verdade não entendia o porquê. Ser ômega não muda o fato de que ele também tem sentimentos e sofre por não ser aceito. E era pior ainda não ser aceito por sua própria família. Ninguém gostava dele, ninguém. Por isso ele foi embora. Por isso seu avô o mandou para longe e ele ficou estudando em Nova York por dois anos. Mas no seu último ano, o mais velho morreu e ele teve que voltar. Agora ele estava preso a sua família, de novo.

O ômega deixou o carro no estacionamento da escola e saiu com sua mochila no ombro. Conhecia aquele local como a palma de sua mão, mas já tinha anos que ele não pisava ali. Deixou seus amigos para trás quando resolveu aceitar a proposta de seu avô e agora que voltou, não sabe como ninguém vai reagir. Já tinha mais ou menos um ano que não os via.

Jisung respirou fundo e caminhou para dentro da escola. Ele riu ao avistar Jungwon conversando com um grupo de amigos dele; o Yang mais novo estava tão crescido, nem parecia aquele pirralho de cabelo tigelinha. Entrou um pouco mais e conseguiu reconhecer mais alguns rostos, mas não era ninguém que realmente se importava. Ele ainda se lembrava do local que ele e seus amigos gostavam de ficar e isso virou o ponto de encontro deles.

Welcome To My Impure Thoughts - MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora