Louis coçou o topo da cabeleira castanha, a expressão desajeitada com os lábios finos em um bico, o nariz arrebitado enrugado e os olhos azuis passeando por toda a casa em que morava com o marido.
Assustado com o barulho de trovão que deu-se ao que a porta acabara de ser batida de qualquer jeito, passou as mãos tatuadas pelo rosto e a pousou nas bochechas, respirando fundo.
As palavras haviam saído como uma enxurrada de um temporal que leva tudo o que há de bom através da chuva, nunca esquecendo de cutucar a onça quieta em seu cantinho ou pondo a mão no que já havia ateado fogo.
Que merda que eu fiz? Pensou consigo mesmo, os ruídos vindo do andar de cima como quem dissesse que ficaria chamando a sua atenção até ter o que queria. O que era irônico, em vista de que o tratamento de silêncio que estava habituado havia sido alcançado graças a uma bobagem que foi dita e retrucada para não se deixar ficar quieto com as provocações alheias.
E ele sabia que aquilo prevaleceria se ele não corresse atrás, a atmosfera exemplificava que o mesmo encontrava-se em uma fria.
Então, subiu os degraus de dois em dois, andando ansiosamente em direção à porta de mármore escura que parecia vir do inferno. E aquela linha de raciocínio o fez escapar uma risada de seus lábios rosados, porque ele sabia que estava com problemas.
Mas negou com a cabeça para que seus risos não fossem escutados e irritassem mais o seu marido, que ficava uma verdadeira ferinha quando era magoado e se trancava no quarto no intuito do de olhos azuis suplicar pelas suas desculpas.
Com os pensamentos embaralhados em diversas formas de acalmar o seu homem, Louis bateu na porta.
— Vamos conversar, meu bebê? — Falou com o tom de voz mansinho, a mão na maçaneta para se certificar se o outro realmente havia a trancado como costumava fazer diante as discussões. — Sei que essa semana está difícil para nós, mas-
A resposta veio como consequência de seus atos.
— Não me peça para conversar! — O berro fez Louis sobressaltar e engolir em seco. — Eu não quero!
— Harrie... — Clamou pelo marido, dengoso, mas pôde ouvir um estrondo do outro lado. — Babycakes, não quebre as coisas, sim? Vamos-
— Faça o que você quiser, Louis. — O interrompeu, impaciente. — Não quero ouvir você! Não quero ouvir suas desculpas!
A fala grossa com tom rouco arrepiou o mais velho dos pés à cabeça, porque tinha cedido o seu lado preparado para uma guerra como aquela.
— Amor, podemos voltar a nos amar? Por favor. — Encostou a testa contra a porta, o silêncio reinou com aquela fala que sabia que desconcertaria o dono daqueles olhinhos verdes que sentia falta de ver. — Sei que errei, meu trovãozinho... Sei que que já não estávamos bem um com o outro, mas nem o café da manhã você tomou! Não quis suas panquecas e-
— NÃO! — A voz embargada quebrou o coração do mais velho, que se afastou do material, largou a maçaneta e fechou os olhos. — Me deixa em paz.
Louis idealizava que o beicinho estava formado na boca do mais novo.
— Eu estava fora de controle. — Suspirou, parado no corredor com repletos quadros seus com a sua mãe, sogra e marido. — Me desculpe por ter te decepcionado... — Desceu os olhos para a aliança de ouro na mão esquerda, mexendo-a com carinho. — Estou sentindo a sua falta, sun.
Foram os três minutos mais torturantes da vida de Louis Tomlinson.
Até ser respondido.
— Você é um idiota. — Harry fungou e, pela proximidade do murmurinho, Louis notou que a porta tinha sido aberta.
Em desespero, ficou frente a frente com o rapaz de cachinhos e arriscou pôr as mãos tatuadas em sua face, logo depois puxando-o para um abraço apertado que demorou um pouco para ser retribuído.
Como fogos de artifício, os corações palpitavam em sincronia. Os braços fortes de Harry envolvendo o pescoço de Louis em um fingimento de não estar com vontade de enlaçá-lo naquele afeto mas, para o seu azar, o baixinho sabia bem que ele o almejava, porque o barulhinho do nariz de Styles ao aspirar o cheiro de suas madeixas lisas o deixaram em alerta.
Tomlinson sorriu de canto ao encaixar seu rosto no pescoço do marido, abraçava a cintura bonita e a acarinhava no tempo em que um suspiro apaixonado escapulia de sua boca, relembrando outra vez a essência que era amar Harry Styles por inteiro.
— Me desculpe por tudo o que fiz, meu amor. Me desculpe de verdade! — Beijou o ombro coberto por sua própria camisa algumas vezes, sabendo que era mania de Harry vesti-las mesmo que ficassem um tanto quanto apertadas em seu corpo grande. — Vamos voltar para nós, sim? Vamos tomar o café da manhã gostoso que preparei... Sei que está escrito em seu rostinho que quer ficar de bem com o seu maridinho.
Harry, sem querer, deixou um sorrisinho escapar.
Louis, por outro lado, sorriu abertamente, mostrando toda a arca dentária branquinha ao mais alto, que desviou o olhar para disfarçar.
— N-não! — Se separou do abraço, cruzando os braços. — Você me magoou.
— E é por isso que peço desculpas ao meu neném por ter sido mal para ele, hm? — Caminhou lentamente até Harry para não assustá-lo. — Eu conheço cada linha sua, meu dengo. Eu sei que quer se entregar a mim... — O viu se desconcertar. — Você é o hábito que não posso quebrar, baby.
O mencionado mordeu o lábio inferior, permitindo que Tomlinson enlaçasse a sua cintura com um braço e o puxasse contra o seu corpo seminu, o que resultou no encaracolado prendendo a respiração ao se hipnotizar pelos oceanos alheios.
O verde no azul.
O azul no verde.
Intensa e fervorosamente.
— Eu te desculpo, vida. — Estendeu a mão para a bochecha do de baixa estatura, sentindo a textura da barba por fazer. O outro lado cedendo para que a guerra seja findada. — Eu te desculpo. — Repetiu em um sussurro, antes de fechar os olhos e encaixar sua boca rosada na de Louis, que se surpreendeu com o ósculo gostoso que Harry iniciou.
Não era o primeiro beijo, mas aparentava ser quando as mãos de Louis suavam, em conjunto com as borboletas que voavam pelo seu estômago como a convicção do seu amor e paixão eterna por Harry.
Ninguém seria como ele. Ninguém.
— Eu te amo, senhor Tomlinson. — Ele sorriu ao se separarem do beijo, girando-o no ar ao que as mãos o seguravam com força, com o medo de deixá-lo escapar. — Eu te amo até o fim da minha vida!
— Você é a minha vida. — Roubou-lhe um selinho. — O amor real da minha vida.
Louis suspirou em alívio ao ter as palavras carinhosas de seu marido logo depois da briga que os afastaram — por pouquíssimos minutos, mas assemelhava ter durado dias —, levando-o no colo até o andar de baixo para tomarem o tal café da manhã feito por ele.
Entre sorrisos e beijinhos, Louis e Harry tiveram o dia mais calmo em comparação à semana cheia que os deixaram interna e externamente exaustos.
Isso porque Louis conhecia Harry da pontinha do pé até o último fio de cabelo, então era fácil contornar a situação.

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WRITTEN ALL OVER YOUR FACE • LARRY
FanficOnde Louis e Harry brigam, mas o primeiro sabe bem como contornar a situação para ter o marido de bem consigo. música tema: 1. written all over your face by louis tomlinson 2. talk by harry styles (unreleased) | itsnoneurbusiness © 2023